A cidade que queremos não é uma unanimidade, mas envolve a diversidade e mesmo o confronto de visões entre as várias pessoas e grupos que compõe a sociedade urbana.
Para que a cidade que queremos não seja um mero sonho ou exercício de desejos é preciso ter poder, que pode assumir diversas dimensões: o político que decorre da conquista do poder, o eleitoral que consiste na eleição de representantes que comunguem com a mesma visão da cidade que o eleitor quer; o econômico que está na capacidade de produzir a cidade; o de ação informal que é o utilizado pela população de baixa renda nas invasões ou ocupações de loteamentos clandestinos, a margem das normas legais.
Além disso há o poder de influência, praticado através da mídia ou o de mobilização popular (ou social) cujo objetivo é influenciar o poder para desenvolver as ações no sentido da cidade que se quer.
Quem teria maior poder para efetivar a cidade que se quer seria o Poder Público, principalmente o municipal, o mais próximo dos cidadãos, mas esse também enfrenta as reações de outros atores, principalmente os empresários do setor imobiliário. Esses, na prática, tem o maior poder de produção da cidade, embora subordinados às regras estabelecidas pelo Poder Público. Porém esse não é impositivo, mas autorizativo o que dá margem ao setor privado de fazer as suas escolhas, nem sempre consoantes com os desejos dos planejadores públicos. O principal confronto está em torno do adensamento e verticalização de áreas da cidade. Esse confronto pode envolver uma questão local, um bairro ou uma área emblemática, levando-o a uma dimensão nacional.
Embora haja um grande consenso nos discursos em torno da preferência ao transporte coletivo, na prática, os cidadão buscam o transporte individual como modo preferencial, assim como os Poderes Públicos investem mais na melhoria viária para esses do que para o transporte coletivo.
Para os cidadãos não basta emitir a sua opinião sobre a cidade que eles querem, mas usar o seu poder para que essa cidade desejada se efetive.
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