domingo, 17 de novembro de 2013

Florianópolis daqui a 25 anos

Florianópolis é uma das menores capitais brasileiras, com uma população de cerca de 450 mil habitantes. Mesmo considerando a cidade conurbada, incorporando a extensão em 4 outros municipios, a sua população não ultrapassa um milhão de pessoas.
Esse tamanho permite à sua população ter uma qualidade de vida melhor, refletida no IDH. É a capital nacional com o melhor índice (0,845 em 2010).
Mas já enfrenta problemas de mobilidade urbana, com grandes congestionamentos nas suas principais vias, agravada no período de verão, quando a vinda de turistas para a cidade dobra a população presente.
Dada a sua escala, o seu futuro depende de algumas poucas questões, relacionadas com as suas perspectivas econômicas.
O seu suporte econômico está sobre o pilar do comércio varejista que atende à população residente e aos turistas, complementado aos serviços prestados às famílias. Os turistas trazem ainda renda para as atividades de hospitalidade (hospedagem e gastronomia) o que, embora sazonal, sustentam muitas pessoas pelo ano todo. 
Embora o fluxo turístico entre em conflito com os residentes durante a temporada na disputa pelas mesmas facilidades que a cidade oferece ou carece, aquele é essencial para manter o dinamismo econômico de cidade. 
Portanto, o futuro da cidade dependerá, fortemente, de como evoluirá nos próximos anos o fluxo turístico para a cidade.
A imagem tem sido positiva dando suporte a um crescimento sustentável do fluxo turístico.
As belezas naturais, associada à qualidade de vida tem estimulado pessoas de média e alta renda a fixarem residência em Florianópolis, gerando uma migração da riqueza.
Porém esse potencial econômico do turismo está sob dois grandes riscos: a predação do ambiente natural, com a perda de atração turística, seja pela saturação de ocupação, com a poluição do mar e destruição de áreas verdes e a crescente imobilidade urbana.

O suporte econômico básico de Florianópolis, que não conta com atividades industriais e uma produção primária de pequeno porte, embora seja a principal base brasileira da maricultura, é a condição de capital do Estado, carreando os recursos tributários gerado por todo o Estado, aplicados preponderantemente na cidade, seja pelo pagamentos dos funcionários públicos, tanto estaduais e alguns federais, como pelos investimentos em serviços públicos de abrangência regional, o que - por outro lado - atrai pessoas de fora para o mesmo.

O ambiente favorável propiciou a criação de uma base acadêmica que é o suporte para uma atividade econômica de grande potencial: as de tecnologia.
Essa vem evoluindo, ainda que lentamente, mas poderá se transformar no principal suporte econômico permanente de Florianópolis, pela reunião de fatores favoráveis.
A principal é a presença "acidental" de investidores, que chegam ou frequentam a ilha, como turistas de alta renda.
O Estado, assim como as entidades privadas já criaram uma infraestrutura, seja o Sapiens Park em Canasvieiras, com uma área total de 431,5 ha como os diversos parques tecnológicos ao longo da SC 401 e em Trindade.
O Município é ainda um grande polo acadêmico, referência nacional em várias especialidades.

O Município já desenvolveu diversos polos de ocupação residencial e de atividades econômicas. O planejamento urbano pode consolidar essa estrutura de poli nucleação existente ou promover uma nova nucleação, com centros sequencias em torno de um sistema de transporte coletivo de massa e de qualidade.
Dada a escala da cidade, os modos mais viáveis ainda seriam sobre pneus, no caso o BRT. E o corredor mais propício seria o eixo norte, envolvendo a Av. Beira Mar Norte e a sequência pela SC 401 até o vetor norte da ilha.
Em função das preferências do mercado, com base na infraestrutura pública já existente, o cenário mais provável é o da estruturação em torno do eixo norte, cabendo ao Poder Público promover a melhoria da infraestrutura, antes que a via entre em colapso, pelo crescimento da demanda lateral, comprometendo ainda o acesso às áreas turísticas do vetor norte.
De outra parte, o centro continental deverá de um crescimento maior que o insular, deslocando para lá uma grande parte dos escritórios e dos empregos. Isso decorrerá do fato de que o centro tradicional já não conta com amplas áreas livres para a instalação de modernas edificações corporativas de categoria triple A, o que ainda existe na parte continental.
Na parte insular, o polo corporativo do final da Av. Beira Mar ainda teria margem para crescimento, com a vantagem de estar mais próxima da concentração residencial de média e alta renda, instalada em torno da Av. Beira Mar - Norte. 
Como em várias outras cidades, um dos principais desafios do planejamento urbano é a sustentação da vitalidade do centro tradicional, sujeito a se transformar num hub do transporte popular e numa cidade presépio. 




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