Poderemos ter no Brasil, um novo congelamento de preços?
O Presidente da Venezuela, eleito legitimamente pelo povo venezuelano, resolveu colocar em prática a néo-politica esquerdista que saiu da tradicional luta de classes, baseada na exploração do trabalho pelo capital, para a exploração dos consumidores pela ganância das elites comerciais.
Obrigou reduções de preços por lei e mandou prender (e que teriam sido efetivamente presos) grandes empresários que estariam remarcando abusivamente os preços, contribuindo para uma elevada inflação.
Estaria fazendo isso não só para proteger os consumidores, como também os pequenos comerciantes que estariam sendo explorados pelos grandes atacadistas.
Não vai dar certo, como já não deu em outros países, inclusive no Brasil, nos tempos do Plano Cruzado.
A Venezuela vai enfrentar grave crise de desabastecimento que nem a ajuda brasileira será capaz de conter e a inflação vai aumentar.
Muitos empresários vão abandonar a Venezuela, como empresários argentinos migraram diante da pressão governamental.
O resultado será uma retração econômica que nem todos os recursos oriundos do petróleo venezuelano serão capazes de evitar.
Por outro lado, não faltará a emergência de novos empresários "amigos do Rei", para ocupar os espaços deixados pela "elite tradicional".
Não existem "espaços vazios": esses acabam sempre sendo ocupados.
O Brasil já passou por situações semelhantes, mas por equívocos de política econômica, sem o viés ideológico que permeia as ações de Maduro e com defensores, inclusive dentro do Governo, pressupondo a culpa nas elites pelo recrudescimento inflacionário e retorno da carestia.
Os "antielites" integrados, na sua maior parte, dentro do PT, não teriam o mesmo primarismo de Maduro e seus seguidores, porém a miopia ideológica pode levá-los a ações similares.
Para eles a grande conspiração da "Dna Zelite", agora com uma batalha ganha, com a prisão dos mensaleiros, é de evitar a reeleição de Dilma e a manutenção do PT no Poder.
Foi uma batalha perdida, mas não a guerra. Essa terá desfecho em 2014.
Entendem que o PT foi "traído" por Joaquim Barbosa, assim como por Marina Silva e Eduardo Campos.
Esse grupo de "madureiros" ou "maduristas" (ex-chavistas) pressionará a Presidente Dilma para que aja contra a elite, antes que a suposta "conspiração dela contra o PT e o povo brasileiro" se fortaleça.
Por outro lado, Dilma precisa da participação privada para viabilizar os seus investimentos em infraestrutura, objetos de concessões ou parceria público-privadas. Se não conseguir a adesão dela, provocando licitações vazias, poderá voltar a sua irritação pessoal contra os empresários, mesmo aqueles que se tornaram amigos da Rainha.
Lula é o único capaz de conter o seu impeto, mas não acalmar a sua eventual indisposição contra os empresários, percebidos como representantes do capitalismo selvagem ou predatório.
Dilma está na frente nas pesquisas, mas a eleição não é hoje e o principal adversário dela é a "carestia", ou seja a elevação de preços dos produtos comprados e que no conjunto é caracterizado como inflação.
Para o povo eleitor o que interessa é o preço no supermercado e não os índices globais. Se voltar a carestia, a sua percepção é de que o "Governo não presta" e votará contra ele. Em quem? Tanto faz.
Então, se voltar a carestia e se vislumbrar o risco de não reeleição de Dilma, os petistas maduristas (que devem ser os contrários dos verdes) pressionarão pelo congelamento ou outras medidas que contenham a elevação dos preços.
Contra a Dna Zelite que estaria promovendo os aumentos.
O risco do "madurismo" ou de "kirshnerismo" não está inteiramente afastado.
A Dna Zelite ficará na espera de que ocorra, ou ficará no otimismo de que não vai ocorrer ou tomará medidas preventivas?
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