Numa eleição os atores mais importantes são os eleitores, não os candidatos.
Cada um dos eleitores vai fazer a sua escolha e do somatório das decisões individuais vai decorrer o resultado, com a eleição de um dos candidatos.
O que faz com que o eleitor escolha um candidato e não outro?
Os corações e mentes dos eleitores não são iguais e é dentro dessas diferenças que os candidatos buscam conquistar a preferência do eleitor.
Apesar das diferenças há pontos comuns o que permite reunir grupos em segmentos do eleitorado.
Dois seriam os grandes segmentos em que pode ser dividido o eleitorado: os pertencentes à opinião publicada e os que integram a opinião não publicada.
Os integrantes da opinião publicada são pessoas de maior educação, que lêem os jornais ou acompanham o noticiário pela televisão, ou pelo rádio (quando estão presos nos congestionamentos) e são influenciados pelas notícias e pelas análises ou comentários dos colunistas ou editoriais.
Os seus integrantes tendem a achar que constituem a totalidade do eleitorado ou que as suas preferências e opiniões definirão as eleições. Tendem a avaliar as circunstâncias, através de posições prévias. Já tem o seu candidato preferido.
Mas eles não devem representar mais do que 1/3 do eleitorado. Quem, efetivamente, decide as eleições é o restante 2/3 que podem ser caracterizados como opinião não publicada. Não acompanham a política no dia a dia, não leem os jornais, só acompanham acidentalmente o noticiário político na televisão, com pouco interesse e se frequentam as redes sociais, não acompanham as questões políticas.
Portanto para desenhar os cenários da eleição presidencial de outubro de 2014 é preciso desenhar os cenários do comportamento provável da opinião não publicada.
Esses 2/3 incluem a população de menor renda, cuja decisão eleitoral se baseia na visão de que esse ou aquele candidato irá melhorar a sua vida.
A sua visão de mundo não vai além do que consegue enxergar dentro da sua vida cotidiana. O seu mundo é real e não imaginário, como ocorre com a opinião publicada.
Essa, por exemplo, vê a inflação pelos índices. A opinião não publicada só a percebe pelas suas compras.
A opinião mais generalizada, nos dois segmentos é que o país precisa de mudanças. Mas, pelas últimas pesquisas, os que acreditam que as mudanças poderão ser feitas pela atual Presidente é maior que a que creem que os demais candidatos possam fazer.
É uma percepção contraditória que precisa ser melhor interpretada, pois isso poderá ser a chave da eleição.
Por que os candidatos da oposição não conseguem passar para o eleitorado a percepção de que eles são agentes da mudança? São vistos como mais do mesmo?
Como e por que um número significativo de eleitores acham que uma Presidente teimosa pode promover mudanças em relação ao que ela mesmo vem fazendo? Seriam mudanças futuras ou percebem que as mudanças estão em curso?
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