Estratégia é a arte do general. A sua origem e sua razão está na guerra, no confronto. Essa invenção criada de planejamento estratégico que seja "bom para os dois" é pura bobagem.
Quando se tem um inimigo o objetivo é aniquilá-lo. Quando se tem um adversário o objetivo é superá-lo, vencê-lo numa disputa.
Estratégia é o oposto do espírito olímpico: "o importante é competir, não é vencer". A estratégia deve sempre ter um objetivo claro: vencer.
A FIFA ainda não entendeu, ou melhor, não está querendo entender o que está ocorrendo no Brasil, com a programação de realização da Copa do Mundo, em junho e julho próximo.
Ela está preocupada com a conclusão dos estádios, mas não quer aceitar que os Governos possam não cumprir as obrigações assumidas com relação às estrututas complementares, festas do entorno e às fanfest.
Não entendeu que o principal alvo das manifestações anti Copa é ela e não a Copa, em si.
Os black blocs anunciaram a sua estratégia, depois do incidente no Rio de Janeiro. Propiciaram às forças policiais a montar a contra-estratégia.
Ontem houve, em São Paulo mais uma manifestação contra a realização da Copa. A teoria da conspiração dirá que foi convocada a mando (ou inspiração) do Governo do Estado para testar as suas novas táticas em relação aos vândalos, os chamados black-blocs. Seria um treinamento e deu certo, mas ainda com muitos problemas.
Os black blocs vão ter que mudar suas táticas ou fazer uma retirada estratégica.
A tática que havia surtido efeito na manifestação anterior e agora foi aperfeiçoada.
A manifestação é acompanhada por fileiras de soldados comuns da Polícia Militar. Quando um grupo se desgarra, com nítida intenção de vandalizar, seja pela reunião só de mascarados, como pelos seus gritos de guerra e ações iniciais, um grupo de elite é avisado, assim como a tropa de choque para esperá-los, mais à frente.
Não é difícil prever os seus percursos, pois são vias centrais onde há concentração de agências bancárias, seu principal alvo. Em segundo lugar está concessionárias de veículos, lojas de redes multinacionais de "fast-food" e outros grandes símbolos do capitalismo.
A sua retaguarda é cercada pelos milicianos que os acompanhavam, eventualmente reforçados por tropas de choque.
O vandalismo não é contido, para que seja documentado pela imprensa que os acompanha. Quando chegam mais à frente encontram a tropa de choque os esperando. A retaguarda está tomada, ou seja, estão cercados. Ai entra o grupo preparado para o corpo a corpo, e imobilizam os que reagem. Os demais são obrigados a se deitar ou ficarem sentados.
Como todos que foram cercados são detidos há os black-blocs, simpatizantes, curiosos e os reporteres que estavam cobrindo as ações. Muitos soldados não foram preparados para distinguí-los e a principal falha foi a agressão e detenção de repórteres, principalmente os que estavam tomando as imagens.
Cercados eles são levados às delegacias, em ônibus ou vans já previamente estacionados nas proximidades para tal. Lá são identificados, fichados, prestam depoimento e liberados, depois de várias horas. Alguns poucos são presos e encaminhados para presídios, por portarem armas ou por terem sido flagrados em atos de vandalismo.
A estratégia anterior era de dispersão dos bandos. Agora é de tangê-los com as mesmas bombas para os locais estreitos, cercá=los e detê-los. Estratégia milenar. Os black-blocs se não leram precisam ler Sun Tzu.
As táticas continuam desastrosas, em função do despreparo dos soldados, com as suas reações truculentas sem a necessária capacidade de distinguir as categorias dos manifestantes.
Os repórteres são, em geral, jovens e solidários com os black blocs, podendo até serem alguns deles. Mas tem que serem deixados a cumprir o seu papel de informação. As suas atividades não podem ser cerceadas.
A imagem que é transmitida, apesar das filtragens das chefias de redação, é negativa para as autoridades.
Logo após o Carnaval nova manifestação anti-Copa será marcada em São Paulo. Será mesmo dos movimentos sociais ou mais um teste para as estratégias e táticas da Polícia.
Quais serão as novas táticas dos black-blocs para enfrentar as mudanças adotadas pela autoridades?
Os cenários estratégicos atuais, dizem que "vai ter Copa" e não vão ocorrer manifestações significativas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas e nas demais cidades?
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