segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Guerra é guerra!

Nas passeatas há pelo menos duas categorias básicas de pessoas: os ativistas que tem objetivos e estão dispostos a lutar por esses e os simpatizantes ou seguidores que se juntam aos primeiros para manifestar a sua adesão às causas daqueles ou para demonstrar a sua inconformidade.

Diante das ações mais violentas dos ativistas e da reação policial os simpatizantes tendem a refluir, deixando de engrossar a massa de pessoas nas passeatas.

A estratégia bem sucedida das autoridades nas duas últimas passeatas anti-Copa, promovendo o cerco dos ativistas e detendo todos os cercados, sejam ativistas ou simpatizantes, obrigam os ativistas a mudar as suas táticas.

As ações dos ativistas terão que mudar de locais, transferindo as ações para vias mais amplas, onde sejam mais difíceis de serem cercados, assim como tenham maiores válvulas de escape.

O novo cenário determinado é a Av. Faria Lima, para a mobilização já anunciada para 13 de março, um dia da semana. 

Essa mudança traz riscos: a mais importante é que afaste os simpatizantes, ficando a mobilização restrita aos ativistas, com uma participação reduzida e preventivamente controlada.

Para as autoridades interessa a ocorrência de atos coletivos prévios ao período da Copa, para testar as suas estratégias e táticas, em diversas condições e promover o seu desgaste. 

Uma das táticas é do "arrastão de identificação". Com o cerco e identificação, embora liberados em seguida, eles serão intimados a prestar depoimentos ou esclarecimentos no dia da mobilização, de forma a ficarem "detidos" nas delegacias, durante o período do ato. Não estarão concentrados numa única delegacia, mas em diversos. O objetivo estratégico das autoridades é promover a dispersão de ações e concentrações. 

A estratégia "burocrática" provocará maior refluxo dos simpatizantes, ainda mais para um ato durante a semana. Os trabalhadores que forem intimados, irão perder o dia de trabalho, com desconto ou não.

A alternativa dos ativistas é tentar mobilizar os movimentos sociais organizados, como os do sem terra ou sem teto. Esses são, em grande parte, patrocinados pelo Governo petista que, não quer os atos anti-Copa. Não poderão contar com o apoio logístico usual. 

A estratégia das autoridades é de desgaste e esvaziamento dos movimentos populares anti-copa, de tal forma que esses não tenham força para ocorrerem durante a Copa.

Já os ativistas precisam de um mártir, para sensibilizar os simpatizantes. Infelizmente para eles a vítima foi um membro da mídia e provocada por ativistas black-blocs. A antipatia social se voltou contra eles.

A insatisfação popular contra os gastos com a Copa, em detrimento de recursos para educação, saúde e outros setores considerados mais prioritários permanece latente. 

A Copa no Brasil, que se esperava contar com a unanimidade da sociedade brasileiro, com exceções marginais, a divide. Pesquisas indicam que a maioria ainda apoia, mas o volume dos contrários não é desprezível.

Ainda existem elementos submersos que poderão fazer eclodir manifestações populares de grande porte. Quais são ainda não se sabe.




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