sábado, 22 de fevereiro de 2014

Quem está organizando a Copa?

Quem está organizando a Copa do Mundo da FIFA - 2014?
É o Brasil? O Governo Brasileiro? ou a FIFA?

A percepção é difusa, mas predomina a idéia de que é o Brasil, o país quem está organizando o evento. Há uma confusão entre a organização do evento em si, uma competição esportiva, e a construção ou disponibilização da infraestrutura para a realização dos jogos e de todos os eventos complementares, como o sorteio dos jogos, seminário técnico, congresso da entidade, etc.

O Governo Federal assumiu a responsabilidade maior pela organização da Copa, quando a Presidente veio a público dizer que faremos a "Copa das Copas".

Uma visão corrente é de que a organização não será da FIFA, embora o evento seja dela e quem vai pagar a conta seremos nós os contribuintes ou o povo brasileiro.
Valerá a pena?
Com que objetivo? Mostrar que somos capazes de organizar um grande evento mundial, melhor do que todos os outros? Que vamos fazer a "Copa das Copas", melhor do que a Alemanha, o Japão, os EUA e outros tantos paises desenvolvidos, porque melhor que a África do Sul, não é vantagem alguma.

Ou seria porque com a Copa no Brasil, ganharemos o trofeu?

A infraestrutura para receber a Copa, envolve essencialmente a disponibilização para a FIFA realizar o evento, ao longo de um mês, de um conjunto de estádios, dentro dos requisitos definidos no seu Manual, mais a infraestrutura pública aeroportuária e de mobilidade urbana.
O mínimo necessário é de oito estádios, mas deveriam ser planejados pelo menos 10 para ter uma reserva. O Brasil se comprometeu em aprontar, desnecessariamente, para a FIFA, 12 estádios para atender a composições regionais.
Desses, seis já foram utilizados para a Copa das Confederações, em 2013, 3 novos já foram inaugurados em 2014, e três ainda não foram abertos para receber jogos e público. 
Mas mesmo os que foram inaugurados estão inteiramente prontos, segundo as exigências da FIFA. Faltam equipamentos complementares.

Para a realização dos jogos, os gramados estarão prontos e preparados para eventuais intempéries. Poderá chover muito, mas o campo não ficará inundado, com poças de água. 

O público será bem acomodado e serão poucas as reclamações de pontos mortos. Os problemas de organização ainda poderão estar na ocupação indevida de cadeiras marcadas. Questões pontuais com relação aos banheiros, bares, sinalização e outras poderão ocorrer, sem prejudicar a qualidade da organização. As reclamações maiores serão sobre os preços dos produtos comercializados dentro dos estádios. 

Não faltarão lugares para os turistas, sejam estrangeiros ou nacionais, para se hospedarem, no período da Copa. A demanda será menor do que uma oferta excessivamente ampliada, contando com uma "invasão" de turistas que não ocorrerá. O problema estará nos preços abusivos pretendidos pela hotelaria, assim como da gastronomia. 

Provavelmente a Copa 2014 será a Copa mais cara de todas. Um pequeno grupo de torcedores que acompanham todas as Copas, poderão fazer as comparações reais, com base nos seus gastos efetivos. A maioria só terá comparações estatísticas, com a sensação de que o Brasil é caro. 

O problema maior estará na contaminação da alta de preços, por conta da Copa. Tudo o que for consumido pelos turistas estará mais caro durante a Copa, para todos, principalmente a população local. 

A mobilidade urbana, para os turistas, para acesso aos estádios não terá maiores problemas, com reclamações maiores por parte dos torcedores locais não acostumados com as restrições de chegar e estacionar o seu carro nas proximidades dos estádios.
Mesmo existindo, estacionamentos juntos ao estádio, liberados para jogos comuns estarão fechados durante os jogos da Copa. 
Já no dia a dia, para passeios e outras locomoções os turistas terão que enfrentar os mesmos percalços dos moradores locais. Mas serão consideradas situações normais que também ocorrem em outras grandes cidades mundiais, não afetando seriamente a perspectiva sobre a organização da Copa. Ainda que não venha a faltar reclamações e críticas.

Os problemas maiores que vão afetar a visão de uma boa organização da Copa estarão nos aeroportos e, mais ainda, nas rodoviárias. Os tumultos serão inevitáveis, pela concentração momentânea de pessoas. Poderão ser agravadas pelas condições meteorológicas. 

Será o maior risco para a imagem de organização do Copa. Se ocorrerem problemas será debitada inteiramente ao Governo Federal e o país: ficará a imagem de que o Brasil não se preparou ou não estava preparada para receber a Copa. Mas, nesse campo só resta contar que "Deus seja brasileiro" e esteja de bom humor durante a Copa.

Fica ainda o problema de segurança, ainda com algumas incógnitas, analisadas em outro artigo.

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