A mobilidade urbana é ainda um tema dominado pelos "transporteiros". Apesar de uma denominação mais ampla do que transporte urbano, a mobilidade continuou discutindo as alternativa de modos de transporte e dominado pelos defensores do transporte coletivo em detrimento do transporte individual. Sempre para os outros. Porque a maioria deles ainda usa predominantemente o carro em vez do transporte coletivo, seguindo um lema secular: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".
A questão precisa ser vista por outro ângulo: o do cidadão urbano e, como tal, a perspectiva deve ser outra: a da mobilidade humana.
Não se trata apenas de um jogo de palavras, mas um ângulo diferente: o ponto de partida é o deslocamento das pessoas nas cidades.
Esse deslocamento pode ser caracterizado como viagem, que deve ser caracterizado completo, desde uma origem inicial a um destino final. Com as devidas redundâncias para reforçar o sentido completo das viagens. O início é o final são sempre a pé (exceto circunstâncias especiais).
E quando se cuida dos meios ou modos de transporte, nas grandes cidades, é preciso incluir um dos meios coletivos mais usados: o elevador.
Uma viagem completa significa sair de casa (local da moradia) e chegar ao escritório (local de trabalho). Essa viagem envolve para cada pessoa a utilização de diversos meios de deslocamento e a somatória de todas essas viagens que determina a mobilidade urbana.
Dentro da mobilidade urbana o que mais chama atenção são as vias públicas congestionadas, gerando a idéia simplista e equivocada de que a solução para a sua redução é a transferência do carro para o metrô ou outro meio de transporte coletivo. Como se os veículos fossem seres animados.
Qualquer solução não pode partir da discussão sobre o meio de transporte, mas sim do deslocamento das pessoas, isto é, a mobilidade humana. Das decisões e opções adotadas pelas pessoas.
A pergunta inicial da mobilidade humana é por que as pessoas precisam se deslocar dentro das cidades?
A pergunta subsequente é - em precisando se deslocar - por que elas escolhem um ou outro meio de locomoção?
A partir da pergunta inicial o objetivo primeiro de uma política de mobilidade humana deve ser a redução ou minimização das necessidades de deslocamento das pessoas. Seja em volumes de deslocamentos, como das distâncias dos deslocamentos.
Há um indicador que mede isso, mas pouco usado: viagem.km. As pesquisas OD levantam a quantidade de viagem, mas não o indicador viagem.km.
A meta numérica deveria ser a redução da quantidade de viagem.km, medida em São Paulo, a cada dez anos, dentro da pesquisa OD.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário