quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Copa da Vergonha

O Brasil já está vivendo a "Copa da Vergonha", demonstrando ao mundo a sua incompetência na preparação das condições de suporte para receber grandes eventos internacionais, apesar dos bilionários gastos.

A Copa será realizada com grande sucesso, como um grande evento esportivo e o "maior espetáculo do mundo", mas isso não irá encobrir as mazelas da sua preparação, assim como a ocorrência de problemas fora dos estadios.

A "Copa das Copas" será o evento esportivo organizado e realizado pela FIFA. A Copa de responsabilidade do Brasil será a "Copa da Vergonha". 

A confusão entre as três dimensões da Copa, cometida desde o início faz com que persista um ambiente desfavorável à Copa, apesar da FIFA já ter assumido os estádios e a seleção brasileira de futebol estar dominando o noticiário sobre o grande evento.

Por que o Brasil não conseguiu fazer a sua lição de casa?

Em primeiro lugar por ter se proposto a fazer mais do que o necessário, seja nos estádios, como nas obras de mobilidade urbana, aeroportos e até portos.

Isso decorreu, como já comentamos, por oportunismo dos governos em usar o pretexto da Copa para implantar ou tentar implantar obras não essenciais para a realização do evento ou para os torcedores que pretendem assistir presencialmente aos jogos.

No caso dos estádios não eram necessários 12, mas apenas 8. Ademais muitos dos projetos apresentados inicialmente, conforme a foto acima, foram substituídos.

Como a Copa foi usada como pretexto e por ser um evento inadiável, as obras foram contratadas sem projeto ou com projetos incompletos e por mecanismos excepcionais. 

Ganhou-se no tempo de contratação, mas comprometeu a sua execução, seja porque não tinham os devidos licenciamentos, como por enfrentar "imprevistos" que não ocorreriam se os projetos fossem elaborados devidamente, com prazos, qualidade e custos adequados.

Começam-se as obras sem as devidas condições e quando os problemas concretos ocorrem culpa-se a burocracia por exigir as condições regulamentares para os licenciamentos ambientais e outros, ou a falta de projetos. Na realidade projetos incompletos ou mal feitos por terem sido contratados com baixos preços e pouco tempo para sua elaboração. Mas, principalmente, por não contemplar todos os itens que deveriam ser considerados, entre esses as interferências, ou sejam as redes subterrâneas dos diversos serviços públicos, como as variações geológicas no trajeto de uma via urbana.

Tempo para elaboração de projetos completos e execução das obras contando com os eventuais imprevistos houve. Porém dentro da cultura do "jeitinho" atrasara-se o início dos processos de contratação para as "corridinhas" com intenções, nem sempre explicitadas.

A outra razão para a "Copa da Vergonha" foi a expectativa de que as obras contariam com recursos privados. Não ocorreu segundo o esperado. Mas isso comentaremos em outro momento.


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