Quando se aproxima uma Copa do Mundo, realizada a cada quatro anos, outros que não se interessam pelo futebol, acabam envolvidos, torcendo pela seleção brasileira que se torna a "pátria em chuteiras". No período da Copa a seleção de futebol se torna o país: é o Brasil competindo, reascendendo a chama do patriotismo.
Ficam de fora, resmungando e criticando os que vêm nessa mobilização nacional, promovida pelo Governo, pela mídia, uma forma de escapismo, para esquecer ou encobrir os graves problemas nacionais ou do dia a dia de cada um.
Esqueçam os escândalos da Petrobrás ou do cartel do trens. Esqueçam da inflação ou carestia. A partir de agora todo pensamento nacional deveria estar voltado para a seleção. Será que o Felipão montou um bom time? Será que o Brasil poderá vencer, de novo, a Espanha? Será que vai vencer o Messi e nuestro hermanos argentinos? Nosso figadal rival.
Alguns, motivados pela Teoria da Conspiração, acham que nem vale a pena se preocupar. Já está tudo arranjado, montado e comprado e o Brasil vai levantar o trofeu.
Não importa. O que importa é o ambiente de festa, de torcida, de mobilização emocional, com as cidades tomadas pelo verde-amarelo nas ruas e nas janelas embandeiradas.
Esse "clima da Copa", um ambiente de conjunção nacional em torno de um elemento catalizador, tem dominado o país no período imediato antes da Copa e durante o evento.
Em 2014 o clima é outro, bem diferente do que as autoridades e os "cartolas" do futebol esperavam, quando acederam em realizar a edição de 2014 no Brasil.
Acreditavam numa festa maior, numa adesão emocional social maior. Todos participando mais diretamente das festas. Realizada por todo o país, em 12 cidades. Seria a "Copa das Copas", com uma adesão popular numa vista em edições anteriores e que não seria superada pelas edições posteriores.
A preparação para a Copa, com a construção de modernos e faraônicos estádios - agora apelidados de arenas multiuso - obras públicas que não estão sendo concluidas a tempo, acabou por provocar reações contrárias explícitas. Muitos foram às ruas para protestar contra os gastos com a Copa e o descuidado com a educação e saúde pública.
Ampliou a indignação popular e cresceu o número de oposicionistas à festa. Mais caracterizada como uma farra de má utilização de recursos públicos.
A Copa do Mundo do Brasil que se esperava unisse mais ainda toda a população brasileira, num grande momento de brasilidade e patriotismo se tornou uma fonte de desunião e insatisfação.
Ao contrário do esperado, as autoridades estaduais que empreenderam ou promoveram a construção dos estádios tenderão a perder as eleições que vão ocorrer logo em seguida.
O faturamento político eleitoral do Governo Federal será negativo, mesmo que seleção ganhe.
Os patrocinadores não vão ter o retorno esperado e alguns amargarão até quedas nas suas vendas, para gaudio dos concorrentes.
Por mais otimistas que queiramos ser a realidade nos desmente a cada dia.
O ambiente de euforia que se esperava foi tomado por um ambiente de enorme desconfiança e muito desânimo.
É o que tenho tentado avaliar aqui, quase que diariamente e reuni parte num livreto eletrônico (e-book) que está disponível na Amazon:
http://www.amazon.com.br/Vai-ter-Copa-Jorge-Hori-ebook/dp/B00K0UQMB6/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1398814244&sr=8-1&keywords=jorge+hori
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