Só uma pequena parte do futebol brasileiro é conhecida pela opinião publicada, porque tem ampla e permanente cobertura pela mídia: o futebol da elite que envolve cerca de 100 clubes profissionais que disputam as série A a D do Campeonato Brasileiro e os Campeonatos Estaduais e Regionais. Os que estão na série A e B tem cobertura nacional. Os demais apenas uma cobertura estadual, com raras aparições nacionais.
Todo o restante só é conhecido pelos praticantes, seus dirigentes e poucas testemunhas. São os adeptos e os torcedores que só aumentam quando enfrentam concorrentes tradicionais.
Clubes de cidades que tem dois times tende a ter mais torcedores do que daqueles com um único time importante.
Enquanto o time é amador, com os jogadores praticando o esporte por diversão e os custos são relativamente baixos e a sustentação econômica provém dos próprios jogadores ou de algum pequeno patrocinador.
Quando o time se torna profissional é preciso pagar os jogadores, os custos aumentam e é preciso buscar fontes de renda para a sua sustentação. Alguns conseguem o apoio de empresários, torcedores do time e com expectativa de levá-lo a disputas maiores e ingressar na elite do futebol brasileiro.
A sustentação econômica mais permanente fica na dependência das verbas de marketing de patrocinadores interessados em difundir a sua marca.
O valor da marca depende do público presente aos estádios e à cobertura televisiva. Ingressar na elite significa não só um prestígio futebolístico, como a melhoria da renda. Além da visibilidade, as emissoras de televisão pagam o direito de imagem.
A renda da venda de ingressos só passa a ser significativa quando o clube chega ao topo da elite, ou seja, participa da série A do Brasileirão. Eventualmente pode ter renda significativa quando joga com um dos clubes considerados grandes e com grande torcida e prestígio que está na série B. Em 2013 foi o Palmeiras e em 2014 o Vasco da Gama.
Uma fonte importante de renda mas de ingresso aleatório é a receita da transferência de bons jogadores, seja diretamente como pelos direitos de formação, quando ele começou no clube e já está em clubes mais afamados e com mais recursos.
O principal problema dos clubes menores é a sazonalidade. Eles precisam disputar o campeonato estadual que é o caminho para ascender à série D do Brasileirão e a partir dai galgar sucessivas posições para poder chegar a série A. Depois é preciso se sustentar dentro dela. Muitos conseguiram subir, mas não sustentaram na série principal por muito tempo.
Depois de realizado o estadual, não estando nas competições do Brasileirão, não tem jogos oficiais. Muitos são obrigados a desmanchar o time, hibernar até começar a nova temporada. Os jogadores ficam sem jogos e sem salários, precisando buscar outras fontes de renda. O charme dos jogadores milionário é para poucos.
A realização da Copa do Mundo da FIFA no Brasil poderá mudar esse quadro?
É o que defendem alguns grupos, como Bom Senso FC, vários cronistas esportivos e parece ser uma preocupação da Presidente da República que os tem chamado para buscar um caminho.
Uma primeira questão é a manutenção das atividades dos clubes fora da elite durante todo o ano, exceto o período obrigatório de férias.
Que campeonatos ou disputas inventar para manter o nível de atividades? A CBF inventou a Copa do Brasil, que ajuda mas não resolve.
Que outras disputas podem ser inventadas?
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