Mais ainda, a terceirização - no seu sentido amplo - é a origem da globalização.
A moderna globalização foi estabelecida pela fragmentação da cadeia produtiva e de suprimentos industrial, por diversas partes do mundo.
O mundo era dividido entre os países industrializados e desenvolvidos e os subdesenvolvidos. A industrialização era o fator que os distinguia, que separava entre a riqueza e a pobreza.
Por essa percepção, todos os paises subdesenvolvidos aspiraram em se industrializar, na crença de que só a industrialização os enriqueceria e propiciaria independência econômica e, consequentemente, política.
A mudança começou a ocorrer com a onda da terceirização periférica: os países desenvolvidos centrais passaram a utilizar países subdesenvolvidos periféricos como local para a industrialização de seus produtos, com menores custos para serem consumidos nos seus mercados, de elevada capacidade de consumo.
Para os críticos desse processo tratou-se de um néo-néo imperialismo, com superexploração do trabalho, em benefício do capital internacional.
Do ponto de vista da produção capitalista foi considerada uma modernização da organização produtiva, do ponto de vista macroeconômico, um mecansimo de controle da inflação e, do ponto de vista social, uma intensa geração de empregos em paises pobres. Como consequência alguns desses países se tornaram economias desenvolvidas.
Diante dessa nova organização do trabalho, em nível mundial, economias como a brasileira com um amplo mercado interno e forte presença das multinacionais tem duas grandes opções:
- ter uma produção inteiramente voltada para o seu mercado interno e vizinhança; ou
- ampliar a sua produção para também abastecer o mercado externo de grandes consumidores.
No segundo caso, essa produção maior poderá ser feita por empresas nacionais ou multinacionais.
Se feita por empresa nacional terá maior aceitação por parte da esquerda. Caso seja feita por multinacional terá resistência da esquerda. Essa resistência se manifestará pelas Centrais Sindicais e sindicatos específicos.
As mega-unidades promovidas pelas empresas multinacionais tem, como vantagem principal a produtividade decorrente da escala de produção.
A escala de produção permite um maior grau de tecnificação, incluindo a robotização, com redução relativa da mão-de-obra, mas com um grande volume de empregos em função da grande escala.
A sua implantação enfrenta resistências da esquerda, que está no poder. Terá o governo Dilma condições de desenvolver essa politica de produção globalizada das multinacionais sob forte pressão contrária dos seus tradicionais apoiadores?
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