segunda-feira, 13 de abril de 2015

O povão não foi às ruas

Teve menos gente nas manifestações de ontem, 12 de abril, do que nas de 15 de março. Mesmo assim foi muita gente, com as naturais discrepâncias de contagem. 


O fato mais importante a registrar é que o "povão" ficou em casa e não saiu às ruas. Ou aproveitou para ir à praia. O que significa isso?

Não foi porque é a favor de Dilma? É contra o seu impeachment e não vai engrossar as manifestações da classe média e das tendencias direitistas, mesmo concordando com elas no fim da corrupção? As pesquisas dizem que poucos concordam com o Governo dela. Mas preferem ficar em casa.

O que os seus componentes vão fazer agora? 


Irão engrossar as manifestações da CUT no dia 1º de maio, na comemoração do dia do trabalho, aproveitando para defender a Presidente, mas reclamar da terceirização e do ajuste fiscal? Quantos a CUT conseguirá reunir na Avenida Paulista ou no Anhangabaú?  
Nesse dia enfrentará a concorrência da Força Sindical que promove um tradicional evento que reúne mais de um milhão de pessoas, mas com a distribuição de casas e carros. Em anos anteriores a CUT tentou o mesmo esquema, com o apoio das estatais. Com os escândalos na Petrobras e agora na Caixa Econômica, conseguirá os mesmos patrocínios? Só as suas bandeiras serão suficientes para levar às ruas o povão que não foi à Avenida Paulista, seja em 15 de março, como em 12 de abril?



O Governo e o PT podem tentar minimizar a importância das manifestações da classe média na Av Paulista, Brasilia e outras cidades, com muitos vazios, mas se não conseguir mobilizar número maior não terá como demonstrar apoio popular e desmentir as pesquisas. 

O mais provável é que o povão vai continuar recolhido, não saindo às ruas contra ou a favor de Dilma. Ela poderá minimizar o movimento dos que não votaram nela, mas não conseguirá demonstrar nas ruas a sustentação do apoio dos que votaram nela. 

Um comentário:

  1. Joegr, o povão não irá às ruas pois nunca foi em qualquer movimento. Veja 1964,veja os Diretas Já, veja o movimento pelo impeachment de Collor. Sempre foi a classe média que tomou a iniciativa. E por que? Porque é as classe mais aculturada, mais ligada, que percebe os seus interesses e luta por eles.Para isso é preciso um certo grau de instrução coisa que o povão não tem.O povão quando se manifesta tende a ser mais violento, fazer quebra-quebra, saquear,etc.Mas agora eu creio que é preciso planejar o próximo passo. Há que se canalizar este sentimento para o lado legal ou seja, partidarizar. Fazer com que a oposição desça do muro e se alie inteligentemente ao movimento sem querer tomar conta. O PT está nas cordas mas está se mexendo para dar o revide. Leia os manifestos das diferentes correntes petistas no site deles. Eu concordo com Marco Antonio Villa. Se deixarmos o PT respirar, eles nunca mais sairão do poder.

    ResponderExcluir

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...