sábado, 25 de janeiro de 2020

A ilusão do poder no Estado

Os não políticos ou os que não passaram por cargos públicos de direção, tem uma visão ilusória e sonhadora sobre o poder no Estado: "se eu for Ministro, faço, aconteço, mudo tudo e ajudo o Brasil a melhorar". 
Alguns tem realmente bons propósitos, como parece ser o caso da atriz Regina Duarte, uma celebridade muito aceita como "namoradinha do Brasil", ao aceitar o "namoro" com Bolsonaro em relação à Secretaria Nacional da Cultura.
Em tese, o âmbito da Secretaria seria a "antropocultura nacional", ou seja, o conjunto de visões de mundo, de comportamentos e ações de toda a população humana brasileira. A qual não é unitária, monolítica, com muitos segmentos, mas alguns traços comuns. O principal é a unidade de idioma. 
Na prática a ação estatal se restringe à "cultura artística, isto é, a produção e uso cultural caracterizada como artística: produção de livros, de peças teatrais, de filmes, músicas e outras peças audio-visuais, manifestações populares, etc.
A produção cultural tem visibilidade pública em função do interesse de pessoas que "consomem" a produção, seja pela compra e leitura dos livros, como pela assistência de peças teatrais, concertos musicais, filmes (em salas ou pela televisão), programas televisivos e outras produções culturais.
A participação do Estado na cultura artística está no patrocínio de produção que não seria criada ou sustentada sem o apoio estatal, seja financeira ou institucional. O primeiro é feito pela concessão de transferências financeiras, o segundo por regulações.
Também o Governo pode patrocinar artistas que eleja como representantes da cultura artística nacional. Pode fazer isso discricionariamente, o que é usual em regimes autoritários, pelas preferência pessoais da autoridade, como pode escolher por concursos públicos. 
O último ato do ex-Secretário da Cultura foi lançar um concurso para a seleção e premiação de produções culturais dentro de uma visão ideológica. Essa visão ideológica o derrubou.

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