Jair Bolsonaro começou o ano “a todo vapor”, no exercício do
que entende ser o seu papel de Presidente da República: “Aqui que manda sou eu,
talquei”.
Não interferiu no aumento da carne, mas quer controlar o
eventual aumento do diesel.
Determinou à ANEEL que parasse com a tal “taxa do sol”,
afirmando que a Agência Reguladora é independente, mas não soberana. Soberano é
ele. Todos dentro do Governo devem obediência a ele, “talquei”.
Se não determinou expressamente, o fez indiretamente,
assumindo a nota do Itamaraty de apoio as ações de Trump, contra o Irã.
Talvez esteja aproveitando que os demais poderes estejam de
férias, para ser o único poder da República que já retomou plenamente as suas
atividades.
Dando vezo à sua natureza de despachante de interesses corporativos
decidiu dar um aumento a policiais do DF, abrindo “a porteira” para a pressão
dos demais servidores públicos, contra o congelamento dos salários.
Terá a equipe econômica contra, mas essa também não retornou
inteiramente à ativa, com Paulo Guedes, mais preocupado com o que irá dizer em Davos,
enquanto Bolsonaro, espertamente “saiu do campo”. Reunião com financistas e
empresários não é o negócio dele.
O problema de 2020 estará na relação de Bolsonaro, com a
equipe econômica, agora que ele resolveu interferir mais, ou até assumir o
comando de algumas questões, como o aumento dos combustíveis.
Se a equipe econômica for contra as propostas ou decisões de
Bolsonaro, atuando até junto ao Legislativo para não aprovar os aumentos e subsídios
que irão comprometer o equilíbrio das contas públicas será considerada traidora?
O discurso de Bolsonaro, para os seus adeptos é “estou
fazendo a minha parte, mas eles não estão deixando”. Quem são “eles”? Paulo
Guedes e sua turma serão eles?
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