Lula foi um grande líder político que levou e manteve o campo político da esquerda ao poder em todos os níveis, gerando uma grande base eleitoral que ainda remanesce, sem muita clareza de qual é o seu tamanho atual.
Preliminarmente deve-se diferenciar entre eleitorado adepto e simpatizante. Os simpatizantes nem sempre consagram o seu voto diante da urna eletrônica - se é que vão votar - nos candidatos nitidamente de esquerda.
O campo da esquerda sempre teve e ainda tem líderes ideológicos, os quais nem sempre tiveram sucesso eleitoral.
Lula nunca foi ideologicamente de esquerda, mas que com o seu discurso "consumista", carisma pessoal, sua capacidade de perceber os anseios dos seus interlocutores domina o eleitorado dos adeptos e simpatizantes de esquerda e tem uma base que o torna competitivo para uma disputa eleitoral.
A autopercepção dessa condição o leva a assumir uma posição autoritária de mando absoluto do seu partido e de comando do campo politico da esquerda, subordinando os demais partidos e facções aos seus desígnios: "nós só voltaremos ao poder, comigo à frente". Se não disse é o que acha, ou se acha.
Com essa postura autoritária reprimiu a emergência de novas lideranças, tanto dentro do PT, como nos demais partidos de esquerda.
Lula, no entanto, perdeu grande força, primeiramente, com as denúncias de envolvimento com o mega-esquema de corrupção, revelada pela Operação Lava-Jato e depois com a sua prisão. A perda decorre do contingenciamento do seu público interlocutor.
A sua capacidade de ouvir os seus interlocutores por cinco minutos ou menos e responder com aquilo que eles querem ouvir sempre foi um dos seus principais trunfos para conseguir adesões e apoios.
Com a suspeita de comprometimento com a grande corrupção, ele passou a ser evitado por diversos segmentos da sociedade, ficando restrito aos seus áulicos, ou em linguagem coloquial aos "puxa-sacos".
A sua prisão e longa temporada nas masmorras da Polícia Federal, em Curitiba, só restringiu mais os seus interlocutores. Levou à perda da capacidade de interação.
Politicamente tornou-se um "morto vivo", ouvido e atendido apenas pelos seus áulicos, mas popularmente tornou-se um poderoso mito que concorre com outro, esse ainda muito vivo.
O seu autoritarismo poderá levar o PT a um "derretimento" eleitoral maior que de 2016 e à perda da base que ainda garantiu a formação da maior base partidária na Câmara Federal.
Os seus principais candidatos, são os mesmos de sempre, velhos conhecidos do eleitorado que já se cansou deles.
Lula continua com a sua visão voltada para a década anterior, acreditando que as Martas, Patrus, Olivios e outros ainda tem base eleitoral e com a sua benção seus eleitores irão votar neles.
O PT está eleitoralmente destruído, por obra dele, Lula, mas o lulismo ainda segue como um grande fenômeno social.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário