sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Governando para uma minoria, supostamente maioria


Jair Bolsonaro, por ter sido eleito com a maioria dos votos válidos em 2018 acha que representa a maioria do povo brasileiro e governa para atender aqueles que o apoiaram ou votaram nele.
Esta suposta maioria é altamente fragmentada e, supostamente, uma grande parte não votou a seu favor, mas para evitar o retorno do PT ao poder.
Neste começo do ano atuou a favor de dois desses fragmentos e contra um dos que não o apoiam.
O primeiro foram os evangélicos, com a tentativa de reduzir os custos com energia dos grandes templos, favorecendo algumas denominações que adotam, como estratégia de marketing, ter grandes igrejas fartamente iluminadas ao longo de toda noite. É o caso da Igreja Universal do Reino de Deus e de outras menores.
Pouco favorece aos templos católicos que, a menos de período de festas, fecha e apaga as suas luzes, durante a noite.
Atender aos grandes templos e controlar a concessão de benefícios é relativamente fácil, dado o diferencial de consumo. Já em relação aos pequenos e médios, a confusão com outros estabelecimentos, como boates, bares e outros, além da ampla difusão territorial daqueles a aplicação dos benefícios é mais complexa e difícil.
Na prática a proposta favorece Edir Macedo, com os seus suntuosos templos, sendo o maior o Templo de Salomão e contraria Silas Malafaia da Assembléia de Deus, a maior denominação evangélica pentecostal, com uma ampla rede de franquia.
Recuou. Não só pela resistência da equipe econômica, mas principalmente pela contestações dentro da própria área evangélica.
Outro grupo de apoio de Bolsonaro é de caminhoneiros (ainda que não todos). Com o ataque dos EUA no Oriente Médio, a sua preocupação principal foi com o impacto sobre aqueles. Não podendo controlar o preço do diesel, reajustou a tabela de fretes muito acima da inflação e mandou reiterar a obrigação do pagamento do frete de retorno. O maior encargo para os donos das cargas.
Amplia um problema para o funcionamento da macroeconomia, mas ele acha que isso não é problema dele. O que ele quer é atender o seu fragmento. O qual, na visão dele, garante a governabilidade e a sua reeleição em 2022.
A suposta minoria, derrotada em 2018 será maioria em 2022?

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