Jair Bolsonaro, por ter sido eleito com a maioria dos votos
válidos em 2018 acha que representa a maioria do povo brasileiro e governa para
atender aqueles que o apoiaram ou votaram nele.
Esta suposta maioria é altamente fragmentada e,
supostamente, uma grande parte não votou a seu favor, mas para evitar o retorno
do PT ao poder.
Neste começo do ano atuou a favor de dois desses fragmentos
e contra um dos que não o apoiam.
O primeiro foram os evangélicos, com a tentativa de reduzir
os custos com energia dos grandes templos, favorecendo algumas denominações que
adotam, como estratégia de marketing, ter grandes igrejas fartamente iluminadas
ao longo de toda noite. É o caso da Igreja Universal do Reino de Deus e de
outras menores.
Pouco favorece aos templos católicos que, a menos de período
de festas, fecha e apaga as suas luzes, durante a noite.
Atender aos grandes templos e controlar a concessão de
benefícios é relativamente fácil, dado o diferencial de consumo. Já em relação
aos pequenos e médios, a confusão com outros estabelecimentos, como boates,
bares e outros, além da ampla difusão territorial daqueles a aplicação dos
benefícios é mais complexa e difícil.
Na prática a proposta favorece Edir Macedo, com os seus suntuosos
templos, sendo o maior o Templo de Salomão e contraria Silas Malafaia da
Assembléia de Deus, a maior denominação evangélica pentecostal, com uma ampla
rede de franquia.
Recuou. Não só pela resistência da equipe econômica, mas
principalmente pela contestações dentro da própria área evangélica.
Outro grupo de apoio de Bolsonaro é de caminhoneiros (ainda
que não todos). Com o ataque dos EUA no Oriente Médio, a sua preocupação principal
foi com o impacto sobre aqueles. Não podendo controlar o preço do diesel,
reajustou a tabela de fretes muito acima da inflação e mandou reiterar a
obrigação do pagamento do frete de retorno. O maior encargo para os donos das
cargas.
Amplia um problema para o funcionamento da macroeconomia,
mas ele acha que isso não é problema dele. O que ele quer é atender o seu fragmento.
O qual, na visão dele, garante a governabilidade e a sua reeleição em 2022.
A suposta minoria, derrotada em 2018 será maioria em 2022?
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