Por diversas vezes o Brasil tentou mudar o rumo da sua economia, mas acabou desistindo, voltando a insistir no modelo tradicional baseado no seu mercado interno, na dinâmica do consumo da sua população. O resultado tem sido uma economia estagnada, com algumas variações e uma recessão prolongada a partir de 2014.
A dinamização pelo mercado consumidor atual terá efeitos limitados.
A dita "massa salarial" que é o conjunto dos rendimento dos trabalhadores que é mantido como poupança, investido em aplicações financeiras ou usado para consumo vinha caindo pela redução do volume de empregos e das contenções dos reajustes.
Diante da insegurança, em relação ao futuro, parte dessa massa ficou "entesourada", tampouco foi acrescida por financiamentos pessoais. Ao contrário, com os financiamentos tomados anteriormente a juros elevados, parte dessa massa ficou comprometida com o pagamento de juros, reduzindo a capacidade de consumo.
Com a redução dos juros para o consumidor, o que ainda não ocorreu amplamente, poderá haver margem maior para o consumo, dinamizando a economia.
No entanto, o "pavor" dos economistas-monetaristas de que o aumento da demanda por consumo gere inflação, poderá conter esse processo, mediante o aumento dos juros.
Como grande parte da demanda pode ser suprida por importações, o risco atual de inflação é menor, dependendo mais das variações cambiais.
A expectativa de ingresso da capital estrangeiro para investimentos produtivos também depende das perspectivas de evolução do consumo interno e as demonstrações até agora é que ainda não há confiança por parte daquele de que o consumo interno irá se dinamizar o suficiente para justificar os investimentos.
Para uma dinamização sustentada da economia a produção industrial brasileira precisará buscar novos mercados, ampliando substancialmente o leque de produtos e de mercados.
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
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