quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Dependendo do rompante do decisor


As coisas não acontecem por iniciativa de movimentos coletivos. Esses são reações a decisões monocráticas de decisores com poder. Tais decisões tem os seus seguidores que o acompanham, segundo o “efeito manada” e os contestadores, que podem alcançar a condição de maioria.
Cada vez mais assistimos a decisores que tem rompantes emocionais, criam um fato consumado e depois, buscam ajustes a partir do novo contexto.
O início do ano foi tomado pela decisão de Trump de mandar matar um general iraniano e criar um cenário no Oriente Médio.
É preciso voltar um pouco ao passado, para entender o presente e as perspectivas futuras: por que os EUA ocupam militarmente várias bases em países do Oriente Médio?
Supostamente para evitar eventuais ataques terroristas. Mas a sua presença é anterior a essas manifestações.
A razão mais clara era garantir o suprimento de petróleo e gás para os EUA, com diversidade de fontes, para conter eventuais movimentos altistas.
Com a expansão da produção de P&G a partir do xisto, Donald Trump acha que os EUA é mais que autossuficiente e pode dispensar o produto do Oriente Médio. Ele acha, pessoalmente, que não faz mais sentido os americanos gastarem bilhões de dólares para um benefício dispensável.
“América, first”, o resto que se vire. Os seus aliados europeus continuam dependendo do petróleo do Oriente Médio e do gás da Rússia.  Os seus aliados do Oriente Médio, tem enormes reservas, mas precisam vender petróleo & gás para o mundo, sob risco de entrar em colapso econômico.
Jair Bolsonaro segue o mesmo estilo de Trump, no qual se inspira. Lança a bomba e depois chama o seu Posto Ipiranga, para dar um jeito nas consequências.
Os cenários mundiais e brasileiros não podem se pautar pelos paradigmas racionais, mas tem que se basear na adivinhação dos próximos rompantes dos grandes decisores.

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