O mundo contemporâneo é pautado pela sociedade do
espetáculo. A sociedade organizada mundial tem mais interesse em saber o que está
e vai acontecer com o ex-casal real da Inglaterra do que o que vai acontecer
com a mesma Inglaterra, deixando a comunidade europeia, no final do mês. Davos
é matéria que só interessa a um reduzido número de pessoas, embora sejam detentores
de mais da metade de toda riqueza do mundo. O que não sensibiliza ou emociona
as pessoas, em geral.
No Brasil, as grandes reformas estruturais na economia, a
desigualdade social, as questões ambientais e outras mais passaram para segundo
plano com o namoro de Regina Duarte com Jair Bolsonaro ou vice-versa, em torno
da nomeação dela para a Secretaria da Cultura.
O objetivo político de Jair Bolsonaro não é resolver os
problemas da cultura brasileira, mas – em primeiro lugar – ofuscar o prestígio
popular de Sérgio Moro. Ele está - como prioridade pessoal e momentânea – reduzir
o protagonismo do seu ainda Ministro da Justiça e Segurança Pública. Não quer perdê-lo,
mas não o quer muito forte e popular. Supostamente para não tê-lo como
adversário imbatível em 2022. A curto prazo o objetivo é afastá-lo dos
processos que envolvem o seu filho Flávio Bolsonaro. Não conseguiu que a Polícia Federal desse
continuidade às investigações. Se não
consegue mudar a cúpula da Polícia Federal, por proteção do Ministro da
Segurança Pública e não pode afastá-lo do Governo, acha que a alternativa é tirar
institucionalmente a Polícia Federal da gestão do ex-Juiz da Lava-Jato.
Está articulando com os seus acólitos, mas falta combinar
com o Congresso. A maioria dos parlamentares ainda seria pró-Moro.
Jair Bolsonaro evitou ir a Davos para não ouvir as reprimendas
ou questionamentos dos investidores em relação ao afrouxamento das medidas de
combate à corrupção e a falta de consideração em relação aos desastres
ambientais.
Para encobrir os problemas reais, nada melhor que “circo”,
trazendo para o centro do palco a “namoradinha do Brasil”.
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