Um segundo tema recente que mobilizou empresários foi a política ambiental. Manifestação pública, mediante publicidade paga nos principais jornais, de entidades sindicais, assim como de associações empresariais de apoio ao Ministro Ricardo Salles, em função das contestações às suas declarações de "fazer passar a boiada", abriu dissenção do meio empresarial, com vários empresários se retirando das associações signatárias do Manifesto.
Mais adiante, um grupo de dirigentes empresariais, manifestou-se a favor da Amazônia, cobrando do Governo ações efetivas contra o desmatamento e incêndios florestais.
Foram seguidos por ex-Ministros da Fazenda e ex-diretores do Banco Central, e ainda pelos dirigentes dos 3 maiores bancos privados.
Qual o retorno esperado por esses empresários ao sairem da sua zona de conforto para manifestações políticas ou apoio econômico a entidades ambientais?Com a defesa do meio ambiente estariam colaborando para salvar o mundo? Isso traz apenas uma satisfação pessoal ou ganhos econômicos, ainda que não diretamente?
O retorno em termos de satisfação pessoal tem a ver com a visão de mundo e dos seus valores. São pessoas que entendem como missão de vida, a cidadania e a oportunidade de seu exercício lhe dá a satisfação pessoal. O retorno esperado pelo cidadão é o próprio exercício da cidadania. Uma ação pelo bem comum, cujo retorno é a satisfação pela prática. Não é um retorno material, tampouco objetivo. É inteiramente subjetivo.
Já a perspectiva de ganhos econômicos indiretos é função de crise ou situação macroeconômica desfavorável. Se a economia está em crise, a sua possibilidade de retornos econômicos é menor ou inexistente. Precisa que melhore, mas pode ficar esperando que outros, principalmente o Governo resolva. Ou então pode agir para uma contribuição pessoal a favor da melhoria.
A questão é mais complexa, por que a luta pelo bem comum, pode ser restrita a uma corporação e não a todo o conjunto da sociedade.
Isso leva a uma síntese de que o retorno esperado pelo empresário cidadão é a resultado efetivo da mudança - com a sua contribuição ou participação -de uma situação geral, que ele considere indesejável.
O retorno esperado do cidadão é espiritual, imaterial, caracterizado como realização dos seus sonhos ou desejos de uma sociedade melhor.
Enfim, para muitos cidadãos a preocupação não é utilitária, ainda que imaterial. Não espera por nenhum retorno. Apenas a satisfação do agir.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
quinta-feira, 30 de julho de 2020
quarta-feira, 29 de julho de 2020
"A troco do que"?
A tempestade gerada pela conjugação de crises, fez com que muitos empresários deixassem de cuidar exclusivamente dos seus negócios e da preocupação com os retornos econômicos, para se engajar em movimentos de solidariedade, assim como de manifestações políticas (ou sobre políticas públicas), voltando-se também para a cidadania.
Dentro da lógica econômica, que está sempre presente nas ações dos empresários, quais são os retornos esperados ou desejados.
Nas ações de solidariedade, através de doações, existem tanto uma ação efetivamente humanitária de solidariedade com quem não tem recursos suficientes para atender às suas necessidades básicas, como a alimentação, ou tratamento de doenças e o retorno é emocional. Segundo o dito popular: "ficar com a alma lavada".
Mas há também uma visão religiosa, que sempre foi explorada pelas igrejas: espiar alguma culpa, perante Deus: "quem dá aos pobres, empresta a Deus". Como é empréstimo, esperam por um devido retorno.
Em alguns casos, as doações buscaram melhorar uma imagem desgastada da empresa, por ações anteriores reprovadas pela sociedade. As grandes e pioneiras doações da Vale, para a importação de testes e respiradores, se não teve aquela intenção, foi percebida como tal e teria melhorada a sua imagem, reiterada por sucessivas propagandas.
Já em relação à mobilização política, o retorno não é sentimental ou religioso, mas ambiental ou circunstancial (no sentido sociológico). Significa interferir nas circunstâncias em que a pessoa vive, ou em outros termos, nas circunstâncias brasileiras.
Parte de uma visão de que o Brasil vai mal e é preciso fazer alguma coisa.
Contrapõe-se ao escapismo: se a situação no Brasil está ruim, para alguns a saida está no Aeroporto: migram para outros países, na esperança de uma vida mais segura, melhor.
Outros empresários preferem permanecer no Brasil, no comando de suas empresas e negócios e parte deles se encaminham para uma ação política não partidária, tampouco eleitoral, preferindo-se unir em movimentos ou apoiando manifestações coletivas escritas.
O tema inicial que levou à manifestações públicas mais amplas de empresários foi a defesa da democracia, associando-se a iniciativas de artistas, intelectuais, juristas e outros, diante de uma movimentação de grupos radicais, com apoio do Presidente da República, pelo fechamento de instituições e poderes.
As manifestações dos pró-democracia inibiram os movimentos anti-democráticos, Bolsonaro desistiu de apoiar esses movimentos e levou também à desmobilização dos pró-democracia. Poucos empresários "de peso" participaram das manifestações, mesmo para a simples assinatura de apoio.
Que retorno buscavam os empresários pró-democracia e o que obtiveram de retorno efetivo? Ou tiveram perdas, por retaliação dos movimentos antidemocráticos ou do próprio Governo?
Por outro lado, qual o retorno esperado e obtido por empresários apoiadores dos movimentos antidemocráticos ou de ações radicais de apoio ao Governo? Alguns sofreram ou teriam sofrido boicotes por parte de consumidores e se recolheram. Mas a pergunta fica no ar? Qual o retorno? De que dimensões?
Dentro da lógica econômica, que está sempre presente nas ações dos empresários, quais são os retornos esperados ou desejados.
Nas ações de solidariedade, através de doações, existem tanto uma ação efetivamente humanitária de solidariedade com quem não tem recursos suficientes para atender às suas necessidades básicas, como a alimentação, ou tratamento de doenças e o retorno é emocional. Segundo o dito popular: "ficar com a alma lavada".
Mas há também uma visão religiosa, que sempre foi explorada pelas igrejas: espiar alguma culpa, perante Deus: "quem dá aos pobres, empresta a Deus". Como é empréstimo, esperam por um devido retorno.
Em alguns casos, as doações buscaram melhorar uma imagem desgastada da empresa, por ações anteriores reprovadas pela sociedade. As grandes e pioneiras doações da Vale, para a importação de testes e respiradores, se não teve aquela intenção, foi percebida como tal e teria melhorada a sua imagem, reiterada por sucessivas propagandas.
Já em relação à mobilização política, o retorno não é sentimental ou religioso, mas ambiental ou circunstancial (no sentido sociológico). Significa interferir nas circunstâncias em que a pessoa vive, ou em outros termos, nas circunstâncias brasileiras.
Parte de uma visão de que o Brasil vai mal e é preciso fazer alguma coisa.
Contrapõe-se ao escapismo: se a situação no Brasil está ruim, para alguns a saida está no Aeroporto: migram para outros países, na esperança de uma vida mais segura, melhor.
Outros empresários preferem permanecer no Brasil, no comando de suas empresas e negócios e parte deles se encaminham para uma ação política não partidária, tampouco eleitoral, preferindo-se unir em movimentos ou apoiando manifestações coletivas escritas.
O tema inicial que levou à manifestações públicas mais amplas de empresários foi a defesa da democracia, associando-se a iniciativas de artistas, intelectuais, juristas e outros, diante de uma movimentação de grupos radicais, com apoio do Presidente da República, pelo fechamento de instituições e poderes.
As manifestações dos pró-democracia inibiram os movimentos anti-democráticos, Bolsonaro desistiu de apoiar esses movimentos e levou também à desmobilização dos pró-democracia. Poucos empresários "de peso" participaram das manifestações, mesmo para a simples assinatura de apoio.
Que retorno buscavam os empresários pró-democracia e o que obtiveram de retorno efetivo? Ou tiveram perdas, por retaliação dos movimentos antidemocráticos ou do próprio Governo?
Por outro lado, qual o retorno esperado e obtido por empresários apoiadores dos movimentos antidemocráticos ou de ações radicais de apoio ao Governo? Alguns sofreram ou teriam sofrido boicotes por parte de consumidores e se recolheram. Mas a pergunta fica no ar? Qual o retorno? De que dimensões?
terça-feira, 28 de julho de 2020
O rumo Paulo Guedes
O Brasil é um país sem rumo?
Uma impressão é de que o Brasil era uma nau à deriva, buscando seus caminhos, quando foi alcançado por uma forte tempestade. Não vai afundar e uma pergunta recorrente é: passada a tempestade, que direção tomar?
Ainda nos anos 30 o Brasil fez uma grande inflexão na sua trajetória, a partir de uma revolução iniciada por um grupo de tenentes do Exército, contrapondo-se ao modelo dependente do mercado externo. O Brasil era um país exportador de commodities agrícolas (café) e minerais (ferro) e importador de bens industrializados para atender a um mercado doméstico restrito a uma elite detentora da renda nacional, associada às exportações.
O Brasil entrou na rota da expansão do seu mercado interno, associada à industrialização: promovida e financiada pelo Estado. Este recorreu a financiamentos externos para a realização de investimentos em infraestrutura, enquanto ampliava as suas despesas de custeio.
Esse rumo vem sendo seguido ao longo de todos os anos até o presente, próximo a completar um século, promovendo a urbanização, a modernização, a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros, embora com grande desigualdade - seja de oportunidades e de resultados - o desenvolvimento cultural e outros benefícios, a par de alguns maleficios, como um ampla devastação florestal, a formação de favelas e outros.
Sofreu abalos. O modelo perdeu vitalidade e ajustes desastrosos levaram a uma prolongada estagnação econômica da economia brasileira. Estava em nova fase de ajustes, quando foi alcançada pela tempestade provocada pelo novo coronavirus e das medidas para o seu combate.
As variações foram em torno de maior fechamento ou aberturas relativas, mas sempre com foco no mercado interno. Outros países, como Cingapura, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Chile e outros optaram pela rota de maior inserção na economia mundial. O fizeram porque o seu mercado interno é relativamente pequeno, em função do seu tamanho. Mas Japão, primeiramente, e China mais recentemente optarem pelo aumento da participação das exportações, dentro do seu PIB, alavancando o desenvolvimento subsequente do seu mercado interno.
O Brasil, a partir da República fez a opção pela rota do mercado interno, como a principal base do seu crescimento econômico. Levou ainda alguém tempo para a sua adoção e consolidação. Vem mantendo a opção, ao longo de mais um século.
O Governo atual foi eleito com a promessa de grande mudança na economia, mas as suas propostas não alteram o rumo estrutural da economia. É mantida a base da economia a demanda interna, seja o consumo como o investimento.
A principal mudança está na promoção do desenvolvimento segundo uma economia liberal, tendo como principais instrumentos a privatização, as reformas estruturais e a maior abertura da economia. Essa abertura não está na ampliação da corrente de comércio, mas na maior abertura do seu mercado interno, eliminando barreiras ainda remanescentes que restrinjam as importações.
VOLTAR A CRESCER COM BASE NO SEU MERCADO INTERNO, ATRAVÉS DE UMA ECONOMIA LIBERAL, PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESAS ESTATAIS E DA APROVAÇÃO DAS REFORMAS ESTRUTURAIS.
Esse é o rumo proposto por Paulo Guedes para o Brasil.
Uma impressão é de que o Brasil era uma nau à deriva, buscando seus caminhos, quando foi alcançado por uma forte tempestade. Não vai afundar e uma pergunta recorrente é: passada a tempestade, que direção tomar?
Ainda nos anos 30 o Brasil fez uma grande inflexão na sua trajetória, a partir de uma revolução iniciada por um grupo de tenentes do Exército, contrapondo-se ao modelo dependente do mercado externo. O Brasil era um país exportador de commodities agrícolas (café) e minerais (ferro) e importador de bens industrializados para atender a um mercado doméstico restrito a uma elite detentora da renda nacional, associada às exportações.
O Brasil entrou na rota da expansão do seu mercado interno, associada à industrialização: promovida e financiada pelo Estado. Este recorreu a financiamentos externos para a realização de investimentos em infraestrutura, enquanto ampliava as suas despesas de custeio.
Esse rumo vem sendo seguido ao longo de todos os anos até o presente, próximo a completar um século, promovendo a urbanização, a modernização, a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros, embora com grande desigualdade - seja de oportunidades e de resultados - o desenvolvimento cultural e outros benefícios, a par de alguns maleficios, como um ampla devastação florestal, a formação de favelas e outros.
Sofreu abalos. O modelo perdeu vitalidade e ajustes desastrosos levaram a uma prolongada estagnação econômica da economia brasileira. Estava em nova fase de ajustes, quando foi alcançada pela tempestade provocada pelo novo coronavirus e das medidas para o seu combate.
As variações foram em torno de maior fechamento ou aberturas relativas, mas sempre com foco no mercado interno. Outros países, como Cingapura, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Chile e outros optaram pela rota de maior inserção na economia mundial. O fizeram porque o seu mercado interno é relativamente pequeno, em função do seu tamanho. Mas Japão, primeiramente, e China mais recentemente optarem pelo aumento da participação das exportações, dentro do seu PIB, alavancando o desenvolvimento subsequente do seu mercado interno.
O Brasil, a partir da República fez a opção pela rota do mercado interno, como a principal base do seu crescimento econômico. Levou ainda alguém tempo para a sua adoção e consolidação. Vem mantendo a opção, ao longo de mais um século.
O Governo atual foi eleito com a promessa de grande mudança na economia, mas as suas propostas não alteram o rumo estrutural da economia. É mantida a base da economia a demanda interna, seja o consumo como o investimento.
A principal mudança está na promoção do desenvolvimento segundo uma economia liberal, tendo como principais instrumentos a privatização, as reformas estruturais e a maior abertura da economia. Essa abertura não está na ampliação da corrente de comércio, mas na maior abertura do seu mercado interno, eliminando barreiras ainda remanescentes que restrinjam as importações.
VOLTAR A CRESCER COM BASE NO SEU MERCADO INTERNO, ATRAVÉS DE UMA ECONOMIA LIBERAL, PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESAS ESTATAIS E DA APROVAÇÃO DAS REFORMAS ESTRUTURAIS.
Esse é o rumo proposto por Paulo Guedes para o Brasil.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
Rumos altermativos para o Brasil
Rodrigo Maia é mais uma das lideranças políticas a reclamar da falta de rumo do Brasil.
Rumo não é como se safar da tempestade, mas definir uma direção por onde ir para alcançar os objetivos de um desenvolvimento do país, em todos os sentidos e melhorar a vida de todos os brasileiros.
Esse rumo deve se basear no que o Brasil tem de melhor dentro do cenário mundial.
Acima de tudo é preciso ser realista, sem abandonar as utopias do que gostaríamos de ser.
A principal força do Brasil, hoje, como nos próximos anos, é a sua agropecuária, com uma grande produção de insumos necessários para alimentar ao continuado crescimento da população mundial. O Brasil é e será fundamental para a segurança alimentar da humanidade.
Esse é o rumo que o mundo oferece para o Brasil.
O Brasil poderá fazer dessa oportunidade a principal base para o seu desenvolvimento ou insistir em outros rumos, menos promissores.
Quais são esses outros rumos?
O mais concreto é a revitalização do rumo que a economia brasileira vem seguindo desde os anos 30 de industrialização, voltada para o seu mercado interno. Esse caminho proporcionou a formação de um grande parque industrial, o desenvolvimento econômico, mas o financiamento desse modelo baseado em recursos do Estado, complementado por financiamentos externos ao Governo, não só se esgotou como deixou legados altamente negativos, no campo social e uma absoluta perda de vitalidade para a retomada de um crescimento econômico vigoroso.
A opção da sociedade brasileira, em 2018, foi pela não continuidade desse modelo de financiamento, preferindo a alternativa liberal e privatista, mas para a revitalização do mesmo rumo. Ou seja, a mudança do equipamento mas para continuar no mesmo rumo, sem colocar em discussão o mesma. Os debates se situam em torno das reformas, mas dentro da perspectiva de que essas poderão revitalizar a economia, para seguir o mesmo rumo, de base industrial e voltado para o imenso mercado interno brasileiro, ainda com um grande potencial de crescimento.
Outro rumo é colocar o Brasil na rota da revolução ou da economia 4.0, baseada na introdução das novas tecnologias.
Esse rumo envolve duas vertentes: um de equipar as atividades já desenvolvidas com as modernas tecnologias e promover as inovações.
Rumo não é como se safar da tempestade, mas definir uma direção por onde ir para alcançar os objetivos de um desenvolvimento do país, em todos os sentidos e melhorar a vida de todos os brasileiros.
Esse rumo deve se basear no que o Brasil tem de melhor dentro do cenário mundial.
Acima de tudo é preciso ser realista, sem abandonar as utopias do que gostaríamos de ser.
A principal força do Brasil, hoje, como nos próximos anos, é a sua agropecuária, com uma grande produção de insumos necessários para alimentar ao continuado crescimento da população mundial. O Brasil é e será fundamental para a segurança alimentar da humanidade.
Esse é o rumo que o mundo oferece para o Brasil.
O Brasil poderá fazer dessa oportunidade a principal base para o seu desenvolvimento ou insistir em outros rumos, menos promissores.
Quais são esses outros rumos?
O mais concreto é a revitalização do rumo que a economia brasileira vem seguindo desde os anos 30 de industrialização, voltada para o seu mercado interno. Esse caminho proporcionou a formação de um grande parque industrial, o desenvolvimento econômico, mas o financiamento desse modelo baseado em recursos do Estado, complementado por financiamentos externos ao Governo, não só se esgotou como deixou legados altamente negativos, no campo social e uma absoluta perda de vitalidade para a retomada de um crescimento econômico vigoroso.
A opção da sociedade brasileira, em 2018, foi pela não continuidade desse modelo de financiamento, preferindo a alternativa liberal e privatista, mas para a revitalização do mesmo rumo. Ou seja, a mudança do equipamento mas para continuar no mesmo rumo, sem colocar em discussão o mesma. Os debates se situam em torno das reformas, mas dentro da perspectiva de que essas poderão revitalizar a economia, para seguir o mesmo rumo, de base industrial e voltado para o imenso mercado interno brasileiro, ainda com um grande potencial de crescimento.
Outro rumo é colocar o Brasil na rota da revolução ou da economia 4.0, baseada na introdução das novas tecnologias.
Esse rumo envolve duas vertentes: um de equipar as atividades já desenvolvidas com as modernas tecnologias e promover as inovações.
domingo, 26 de julho de 2020
redinamizar a demanda sem comprometer as contas públicas
Para a retomada da demanda das pessoas é preciso avaliar, preliminarmente, o impacto das mudanças de hábitos trazidos ou acelerados pela pandemia do novo coronavirus e pelo seu combate.
O vírus (SARS COV2) pela facilidade de contágio e efeitos dolorosos para parte dos infectados, levando alguns casos à morte, levou muitas pessoas a se recolherem em sua casa, reduzindo ou mudando os seus hábitos de consumo. Outros preferiram ou preferem se arriscar para voltar a hábitos anteriores e, finalmente, há os negativistas que não acreditam no vírus ou na sua gravidade. O negativista mais notório é o Presidente da República.
Os que aderiram ao "fique em casa" são, na maior parte, aqueles de maior renda, mantendo o seu emprego, trabalhando em casa. Foram eles que causaram maior impacto negativo em demandas setoriais e na demanda agregadana.
Em poucos casos eles deixaram de consumir algum bem ou serviço. Adiaram o consumo, diante das restrições na oferta, mas mantiveram o desejo de consumo, acumulando uma demanda reprimida.
Seriam os casos de bens de consumo duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e outros, embora alguns demandantes, com maior urgência tenham recorrido às compras virtuais.
No caso de vestuário, ainda há grande preferência pelas compras presenciais e os compradores estariam esperando pela plena liberação para voltar às lojas.
Na maior parte dos casos o consumo ou a necessidade de consumo foi mantida, porém atendida por modalidades diversas das tradicionais.
Dois são os mais notórios: a alimentação e as reuniões ou encontros presenciais.
A alimentação dos trabalhadores vinha caminhando para um aumento progressivo do "fora do lar (food service)" gerando uma grande demanda para atividades de preparação e serviço de alimentação fora do lar, como restaurantes, lanchonetes, cozinhas industriais e outras, em grande parte, mediante empresas de micro e pequeno porte.
As reuniões e encontros presenciais passaram a ser substituídas por eventos virtuais, o que gerou forte impacto sobre a atividade de transporte de pessoas, tanto terrestre, como marítima e aérea.
São duas demandas que teriam até ampliado, mas realizadas na casa das pessoas, dos participantes, com as empresas prestadoras de serviços a perderem clientes, receitas, levando várias a fechar temporariamente os seus estabelecimentos, pedir recuperação judicial e até até a suspensão definitiva das suas atividades. Com redução ou eliminação do seu quadro de empregados.
Chama atenção o volume de encerramento de empresas e tem se debitado ao atraso nas medidas de auxílio emergencial do Estado. Mas esse é um efeito derivado. A razão primária é a redução na demanda dos seus serviços. Empresas que contavam com alguma reserva financeira, tiveram alguma condição para suportar a perda de clientes e receitas. As que estavam endividadas, conseguiram, em grande parte, postergar os pagamentos, mas não créditos adicionais.
Os auxílios emergenciais, ainda que cheguem, vão ajudar a sobrevivência, mas a retomada só vai ocorrer com a retomada da demanda.
A oferta irá diminuir pela saída de algumas empresas e as que sobreviverem terão que se ajudar ao novo perfil da demanda.
Do ponto de vista macroeconômico, apesar das alternativas de atendimento, deverá afetar a demanda agregada que será menor.
A retração do consumo dos ainda com trabalho e renda, decorre mais de fatores culturais, sejam de ordem sanitária, pelo receio do contágio, como de ordem econômica, pelo receio de perda do emprego e da renda futura. Neste caso preferem "guardar o dinheiro" para eventualidades futuras.
Já os que perderam emprego ou já estavam desempregados, antes da pandemia, a retração da demanda decorre da redução de renda.
Em primeiro lugar será necessário revitalizar a demanda daqueles com trabalho e renda, uma vez que a dinamização dessa será a condição fundamental para que as empresas se animem a contratar mais, determinando a ampliação da massa salarial.
Priorizar os empregos, mediante desoneração da folha e outras medidas serão ineficazes, sem antes redinamizar a demanda. Sem essa as empresas não irão se dispor a retomar ou aumentar a produção e contratar mais empregados. O problema primário dos empregadores não é o custo presente ou futuro do empregado, mas a falta do pedido, ou dos clientes.
Como redinamizar a demanda, a curto prazo, sem comprometer as contas públicas como fez o PT?
O vírus (SARS COV2) pela facilidade de contágio e efeitos dolorosos para parte dos infectados, levando alguns casos à morte, levou muitas pessoas a se recolherem em sua casa, reduzindo ou mudando os seus hábitos de consumo. Outros preferiram ou preferem se arriscar para voltar a hábitos anteriores e, finalmente, há os negativistas que não acreditam no vírus ou na sua gravidade. O negativista mais notório é o Presidente da República.
Os que aderiram ao "fique em casa" são, na maior parte, aqueles de maior renda, mantendo o seu emprego, trabalhando em casa. Foram eles que causaram maior impacto negativo em demandas setoriais e na demanda agregadana.
Em poucos casos eles deixaram de consumir algum bem ou serviço. Adiaram o consumo, diante das restrições na oferta, mas mantiveram o desejo de consumo, acumulando uma demanda reprimida.
Seriam os casos de bens de consumo duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e outros, embora alguns demandantes, com maior urgência tenham recorrido às compras virtuais.
No caso de vestuário, ainda há grande preferência pelas compras presenciais e os compradores estariam esperando pela plena liberação para voltar às lojas.
Na maior parte dos casos o consumo ou a necessidade de consumo foi mantida, porém atendida por modalidades diversas das tradicionais.
Dois são os mais notórios: a alimentação e as reuniões ou encontros presenciais.
A alimentação dos trabalhadores vinha caminhando para um aumento progressivo do "fora do lar (food service)" gerando uma grande demanda para atividades de preparação e serviço de alimentação fora do lar, como restaurantes, lanchonetes, cozinhas industriais e outras, em grande parte, mediante empresas de micro e pequeno porte.
As reuniões e encontros presenciais passaram a ser substituídas por eventos virtuais, o que gerou forte impacto sobre a atividade de transporte de pessoas, tanto terrestre, como marítima e aérea.
São duas demandas que teriam até ampliado, mas realizadas na casa das pessoas, dos participantes, com as empresas prestadoras de serviços a perderem clientes, receitas, levando várias a fechar temporariamente os seus estabelecimentos, pedir recuperação judicial e até até a suspensão definitiva das suas atividades. Com redução ou eliminação do seu quadro de empregados.
Chama atenção o volume de encerramento de empresas e tem se debitado ao atraso nas medidas de auxílio emergencial do Estado. Mas esse é um efeito derivado. A razão primária é a redução na demanda dos seus serviços. Empresas que contavam com alguma reserva financeira, tiveram alguma condição para suportar a perda de clientes e receitas. As que estavam endividadas, conseguiram, em grande parte, postergar os pagamentos, mas não créditos adicionais.
Os auxílios emergenciais, ainda que cheguem, vão ajudar a sobrevivência, mas a retomada só vai ocorrer com a retomada da demanda.
A oferta irá diminuir pela saída de algumas empresas e as que sobreviverem terão que se ajudar ao novo perfil da demanda.
Do ponto de vista macroeconômico, apesar das alternativas de atendimento, deverá afetar a demanda agregada que será menor.
A retração do consumo dos ainda com trabalho e renda, decorre mais de fatores culturais, sejam de ordem sanitária, pelo receio do contágio, como de ordem econômica, pelo receio de perda do emprego e da renda futura. Neste caso preferem "guardar o dinheiro" para eventualidades futuras.
Já os que perderam emprego ou já estavam desempregados, antes da pandemia, a retração da demanda decorre da redução de renda.
Em primeiro lugar será necessário revitalizar a demanda daqueles com trabalho e renda, uma vez que a dinamização dessa será a condição fundamental para que as empresas se animem a contratar mais, determinando a ampliação da massa salarial.
Priorizar os empregos, mediante desoneração da folha e outras medidas serão ineficazes, sem antes redinamizar a demanda. Sem essa as empresas não irão se dispor a retomar ou aumentar a produção e contratar mais empregados. O problema primário dos empregadores não é o custo presente ou futuro do empregado, mas a falta do pedido, ou dos clientes.
Como redinamizar a demanda, a curto prazo, sem comprometer as contas públicas como fez o PT?
A retomada da economia pela dinamização da demanda
O "fique em casa" e outras medidas preventivas adotadas para combater o novo coronavirus, afetaram primeiramente a demanda dos com trabalho e renda. Deixando de sair para as compras, determinaram uma forte restrição nas atividades comerciais e de prestação de serviços pessoais.
Essa contenção foi corroborada pelo fechamento compulsório de estabelecimentos com atividades não essenciais. Mas já foi um efeito secundário.
Ainda durante as restrições, permanecendo fechados em casa, muitos consumidores perceberam que podiam manter a sua demanda, através dos serviços de entrega domiciliar ("delivery") restabelecendo parcialmente a oferta, a partir dos estabelecimentos que se adaptaram às novas circunstâncias.
Com a reabertura parcial do comércio varejista, assim como de estabelecimentos de prestação de serviços, como academias de ginástica, salões de beleza, restaurantes, bares e outros, ficou mais evidente que o problema maior está na demanda. As lojas, assim como restaurantes e outros estão com poucos clientes. A razão principal não é a falta de renda, ou o horário restrito de funcionamento, mas o receio das pessoas em sair às ruas, enfrentar aglomerações e através disso serem contagiadas. Muitos preferem ficar em casa e se abastecer com os serviços de delivery.
A redução da demanda levou muitos estabelecimentos a suspender ou encerrar as suas atividades, dispensando os seus empregados, reduzindo o contingente dos "com trabalho e renda", consequentemente a massa salarial, afetando ainda mais a redução da demanda. Mas já é um efeito derivado ou secundário e não um fator primário, como muitos acreditam.
A crise não é primariamente de desemprego. Este já é uma decorrência, do fator primário que é a contenção dos que ainda tinham trabalho e renda.
A estratégia de recuperação da economia deve ter como uma primeira etapa, o restabelecimento da demanda dos com trabalho e renda. São ainda 86 milhões de trabalhadores ocupados, segundo a PNAD, referente ao período mar-abr-maio de 2020, com rendimento mensal médio de R$ 2.460,00 e massa salarial total de R$ 207 bilhões. Apesar de uma queda conjunta de 10% em relação ao trimestre anterior, representa o total de demanda potencial, que - supostamente - não está sendo utilizada plenamente para o consumo.
Há o receio de que uma forte retomada do consumo, vá provocar o recrudescimento da inflação. O risco existe, mas não será por insuficiência de oferta, mas por reposição de preços ou por especulação. A menos de alguns casos específicos, com forte demanda reprimida, no geral a tendência é oposta: a retomada não ocupará toda capacidade ociosa da oferta, mesmo com a sua redução pelo fechamento de muitas empresas.
A menos de setores cartelizados, as empresas tenderão a disputar a demanda remanescente, através de preços mais baixos, podendo gerar o risco contrário: o da deflação.
De toda forma, para a retomada da economia será necessário ou essencial a dinamização da demanda das famílias, começando - como colocado acima - por aqueles que conseguiram manter o trabalho e renda.
A geração de mais empregos e mais renda disponível será por efeitos derivados, isto é, secundários. As prioridades governamentais dadas ao emprego tem função social, mas não econômica.
Como então promover essa dinamização do consumo das pessoas com trabalho e renda?
Esse é o grande desafio do qual a maioria dos economistas tem fugido.
Essa contenção foi corroborada pelo fechamento compulsório de estabelecimentos com atividades não essenciais. Mas já foi um efeito secundário.
Ainda durante as restrições, permanecendo fechados em casa, muitos consumidores perceberam que podiam manter a sua demanda, através dos serviços de entrega domiciliar ("delivery") restabelecendo parcialmente a oferta, a partir dos estabelecimentos que se adaptaram às novas circunstâncias.
Com a reabertura parcial do comércio varejista, assim como de estabelecimentos de prestação de serviços, como academias de ginástica, salões de beleza, restaurantes, bares e outros, ficou mais evidente que o problema maior está na demanda. As lojas, assim como restaurantes e outros estão com poucos clientes. A razão principal não é a falta de renda, ou o horário restrito de funcionamento, mas o receio das pessoas em sair às ruas, enfrentar aglomerações e através disso serem contagiadas. Muitos preferem ficar em casa e se abastecer com os serviços de delivery.
A redução da demanda levou muitos estabelecimentos a suspender ou encerrar as suas atividades, dispensando os seus empregados, reduzindo o contingente dos "com trabalho e renda", consequentemente a massa salarial, afetando ainda mais a redução da demanda. Mas já é um efeito derivado ou secundário e não um fator primário, como muitos acreditam.
A crise não é primariamente de desemprego. Este já é uma decorrência, do fator primário que é a contenção dos que ainda tinham trabalho e renda.
A estratégia de recuperação da economia deve ter como uma primeira etapa, o restabelecimento da demanda dos com trabalho e renda. São ainda 86 milhões de trabalhadores ocupados, segundo a PNAD, referente ao período mar-abr-maio de 2020, com rendimento mensal médio de R$ 2.460,00 e massa salarial total de R$ 207 bilhões. Apesar de uma queda conjunta de 10% em relação ao trimestre anterior, representa o total de demanda potencial, que - supostamente - não está sendo utilizada plenamente para o consumo.
Há o receio de que uma forte retomada do consumo, vá provocar o recrudescimento da inflação. O risco existe, mas não será por insuficiência de oferta, mas por reposição de preços ou por especulação. A menos de alguns casos específicos, com forte demanda reprimida, no geral a tendência é oposta: a retomada não ocupará toda capacidade ociosa da oferta, mesmo com a sua redução pelo fechamento de muitas empresas.
A menos de setores cartelizados, as empresas tenderão a disputar a demanda remanescente, através de preços mais baixos, podendo gerar o risco contrário: o da deflação.
De toda forma, para a retomada da economia será necessário ou essencial a dinamização da demanda das famílias, começando - como colocado acima - por aqueles que conseguiram manter o trabalho e renda.
A geração de mais empregos e mais renda disponível será por efeitos derivados, isto é, secundários. As prioridades governamentais dadas ao emprego tem função social, mas não econômica.
Como então promover essa dinamização do consumo das pessoas com trabalho e renda?
Esse é o grande desafio do qual a maioria dos economistas tem fugido.
sexta-feira, 24 de julho de 2020
O antiambientalismo de Bolsonaro
As posições de Jair Bolsonaro em relação às questões ambientais decorrem de três bases: a) as convicções pessoais; b) as derivadas de manifestações de terceiros; e c) pressões corporativas.
As convicções pessoais decorrem da sua natureza pessoal que compõe a sua visão de mundo. A infância de Jair Bolsonaro está relacionada com a floresta atlântica, mas parece não ter criado nenhuma afeição pessoal com essa. Ao contrário, ao longo de sua carreira politica foi tomado por ojeriza aos ambientalistas, na medida que esses foram sendo dominados pela esquerda ideológica. A esquerda internacional migrou da "luta de classe" para a "defesa do clima", contestando o sistema capitalista, denunciado com o principal vilão da degradação ambiental mundial.
A estratégia internacional dos ambientalistas foi ocupar um espaço próprio dentro dos Governos nacionais e criação de uma rede internacional de ongs ambientalistas, entre as quais a Greenpeace é a mais conhecida.
Jair Bolsonaro sempre se posicionou contra os ambientalistas, negando as suas constatações e previsões com respaldo em bases científicas e assumindo que as proposições preservacionistas restringem o trabalho e a atividade econômica.
Com a maior participação dos partidos de esquerda e centro-esquerda nos governos europeus, fazendo do desenvolvimento sustentável, políticas nacionais, regionais e internacionais, os antiambientalistas brasileiros passaram a ver risco na soberania nacional.
A par das suas convicções pessoais, negativistas em relação aos problemas ambientais as posições de Jair Bolsonaro foram reforçadas pelas de Donald Trump, o seu grande ídolo político.
Durante a campanha eleitoral buscou ou aceitou o apoio de grupos igualmente antiambientalistas, principalmente de garimpeiros, grileiros, madeireiros e outros desmatadores das florestas. Comprometeu-se, em contrapartida, apoiá-los - uma vez eleito - contra a fiscalização do IBAMA e de outros órgãos ambientais. Contou ainda com parcela do agronegócio, que se beneficia indiretamente do desmatamento, com presença relevante na Frente Parlamentar da Agricultura.
Por conta desse apoio e promessas, que vem cumprindo com esses, desmontou a fiscalização, esvaziou o IBAMA, e permitiu o aumento do desmatamento, assim como a difusão dos incêndios florestais.
As convicções pessoais decorrem da sua natureza pessoal que compõe a sua visão de mundo. A infância de Jair Bolsonaro está relacionada com a floresta atlântica, mas parece não ter criado nenhuma afeição pessoal com essa. Ao contrário, ao longo de sua carreira politica foi tomado por ojeriza aos ambientalistas, na medida que esses foram sendo dominados pela esquerda ideológica. A esquerda internacional migrou da "luta de classe" para a "defesa do clima", contestando o sistema capitalista, denunciado com o principal vilão da degradação ambiental mundial.
A estratégia internacional dos ambientalistas foi ocupar um espaço próprio dentro dos Governos nacionais e criação de uma rede internacional de ongs ambientalistas, entre as quais a Greenpeace é a mais conhecida.
Jair Bolsonaro sempre se posicionou contra os ambientalistas, negando as suas constatações e previsões com respaldo em bases científicas e assumindo que as proposições preservacionistas restringem o trabalho e a atividade econômica.
Com a maior participação dos partidos de esquerda e centro-esquerda nos governos europeus, fazendo do desenvolvimento sustentável, políticas nacionais, regionais e internacionais, os antiambientalistas brasileiros passaram a ver risco na soberania nacional.
A par das suas convicções pessoais, negativistas em relação aos problemas ambientais as posições de Jair Bolsonaro foram reforçadas pelas de Donald Trump, o seu grande ídolo político.
Durante a campanha eleitoral buscou ou aceitou o apoio de grupos igualmente antiambientalistas, principalmente de garimpeiros, grileiros, madeireiros e outros desmatadores das florestas. Comprometeu-se, em contrapartida, apoiá-los - uma vez eleito - contra a fiscalização do IBAMA e de outros órgãos ambientais. Contou ainda com parcela do agronegócio, que se beneficia indiretamente do desmatamento, com presença relevante na Frente Parlamentar da Agricultura.
Por conta desse apoio e promessas, que vem cumprindo com esses, desmontou a fiscalização, esvaziou o IBAMA, e permitiu o aumento do desmatamento, assim como a difusão dos incêndios florestais.
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Novo perfil das lideranças empresariais
A organização empresarial vinha atravessando grandes mudanças, mesmo antes da pandemia do novo coronavirus e tendem a seguir a mesma trajetória: a substituição das empresas familiares ou "com dono", por corporações, com a composição acionária difusa e direção por dirigentes profissionais contratados. Essa direção profissionalizada ocorre também nas empresas com dono, mas mais sujeitas às interferências desses na gestão da empresa.
Na agricultura, uma das principais partes do agronegócio, a produção ainda é amplamente disseminada pelas fazendas de donos, sendo ainda pequena a participação de pessoas jurídicas, e praticamente nenhuma corporação.
A principal integração ocorre pelas cooperativas de produtores, que também participam da comercialização, principalmente das exportações dominadas pelas tradings.
Lideranças empresarias do setor seguiram o caminho político, como Blairo Maggi, integrante de uma das famílias líderes na produção de grãos. Roberto Rodrigues, uma das principais lideranças do setor, não se destaca como produtor.
Na pecuária, produção ainda é predominantemente de fazendas "familiares", ainda que algumas sejam de grande porte, com faturamentos bilionários. Já a industrialização é dominada por grandes frigoríficos empresariais, tanto de empresas de dono (JBS, Marfig, Minerva e outros), como corporações, como a BRF.
Na área de produtos florestais, há o domínio de grandes empresas, ainda de dono, mas com tendência a serem transformadas em corporações, com grande volume de ações em bolsa de valores. São dirigidas por profissionais, como o caso da Suzano.
Em 1977, promovido pela Gazeta Mercantil, foi formado um grupo de lideranças empresariais, todos donos (pessoais ou familiares) das empresas que dirigiam. Iniciou com os 8 pela redemocratização.
Após a redemocratização, em 1985 o movimento perdeu força. Os empresários voltaram-se para a gestão de suas empresas, recolhendo as suas vozes em manifestações políticas. Os porta-vozes do empresariado voltaram a ser os dirigentes das organizações sindicais patronais ou associações setoriais, dominadas pelos interesses corporativos.
Dada a elevada interferência regulatória, creditícia e fiscal, acompanhada por uma imensa máquina burocrática, do Estado, o foco dos interesses corporativos está sempre relacionado às ações governamentais, o que limita uma atuação mais independente dos empresários.
A atuação cidadã dos empresários ficou fora das prioridades das suas agendas, com raras exceções.
Com a conjugação de três grandes crises, a sanitária, com a pandemia do novo coronavirus, a ambiental, com o impacto internacional do desmatamento e queimadas na Amazônia e a institucional, com a emergência dos movimentos antidemocráticos, lideranças empresarias tem se mobilizado, mas com características distintas do movimento de 1977.
Dirigentes de entidades representativas do agronegócio, publicaram manifesto de apoio ao Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o que escancarou para o público em geral a divisão do setor.
Reações externas de gestores de investimentos, colocando restrições às operações enquanto o Governo Brasileiro não definisse medidas objetivas para o combate ao desmatamento e aos incêndios na Amazônia, foi repicado do Brasil, por manifestações de líderes empresariais, cobrando do Governo, medidas mais concretas.
A quase totalidade dos manifestantes é de dirigentes profissionais, contratados pelos Conselhos de Administração das empresas, esses dominados pelos donos das empresas.
Esses continuam "enrustidos", também com algumas exceções como as de Horácio Lafer Piva, integrante da família controladora da Klabin, Guilherme Leal um dos principais acionistas da Natura e outros poucos.
Todos os demais tem preferido não entrar em confronto com o Governo.
Na agricultura, uma das principais partes do agronegócio, a produção ainda é amplamente disseminada pelas fazendas de donos, sendo ainda pequena a participação de pessoas jurídicas, e praticamente nenhuma corporação.
A principal integração ocorre pelas cooperativas de produtores, que também participam da comercialização, principalmente das exportações dominadas pelas tradings.
Lideranças empresarias do setor seguiram o caminho político, como Blairo Maggi, integrante de uma das famílias líderes na produção de grãos. Roberto Rodrigues, uma das principais lideranças do setor, não se destaca como produtor.
Na pecuária, produção ainda é predominantemente de fazendas "familiares", ainda que algumas sejam de grande porte, com faturamentos bilionários. Já a industrialização é dominada por grandes frigoríficos empresariais, tanto de empresas de dono (JBS, Marfig, Minerva e outros), como corporações, como a BRF.
Na área de produtos florestais, há o domínio de grandes empresas, ainda de dono, mas com tendência a serem transformadas em corporações, com grande volume de ações em bolsa de valores. São dirigidas por profissionais, como o caso da Suzano.
Em 1977, promovido pela Gazeta Mercantil, foi formado um grupo de lideranças empresariais, todos donos (pessoais ou familiares) das empresas que dirigiam. Iniciou com os 8 pela redemocratização.
Após a redemocratização, em 1985 o movimento perdeu força. Os empresários voltaram-se para a gestão de suas empresas, recolhendo as suas vozes em manifestações políticas. Os porta-vozes do empresariado voltaram a ser os dirigentes das organizações sindicais patronais ou associações setoriais, dominadas pelos interesses corporativos.
Dada a elevada interferência regulatória, creditícia e fiscal, acompanhada por uma imensa máquina burocrática, do Estado, o foco dos interesses corporativos está sempre relacionado às ações governamentais, o que limita uma atuação mais independente dos empresários.
A atuação cidadã dos empresários ficou fora das prioridades das suas agendas, com raras exceções.
Com a conjugação de três grandes crises, a sanitária, com a pandemia do novo coronavirus, a ambiental, com o impacto internacional do desmatamento e queimadas na Amazônia e a institucional, com a emergência dos movimentos antidemocráticos, lideranças empresarias tem se mobilizado, mas com características distintas do movimento de 1977.
Dirigentes de entidades representativas do agronegócio, publicaram manifesto de apoio ao Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o que escancarou para o público em geral a divisão do setor.
Reações externas de gestores de investimentos, colocando restrições às operações enquanto o Governo Brasileiro não definisse medidas objetivas para o combate ao desmatamento e aos incêndios na Amazônia, foi repicado do Brasil, por manifestações de líderes empresariais, cobrando do Governo, medidas mais concretas.
A quase totalidade dos manifestantes é de dirigentes profissionais, contratados pelos Conselhos de Administração das empresas, esses dominados pelos donos das empresas.
Esses continuam "enrustidos", também com algumas exceções como as de Horácio Lafer Piva, integrante da família controladora da Klabin, Guilherme Leal um dos principais acionistas da Natura e outros poucos.
Todos os demais tem preferido não entrar em confronto com o Governo.
quarta-feira, 22 de julho de 2020
Para que serve o deputado federal?
A composição da Câmara dos Deputados, com predominância dos despachantes, decorre da integração de eleitores com visão de mundo curta, restrita ao ambiente em que vivem ou sobrevivem e políticos oportunistas e populistas que prometem melhorar a vida do eleitor, dentro do seu ambiente.
Na maior parte dos casos (ou situação) a visão de mundo curta está associada à ignorância, mas eleitores cultos também podem ser dominados por uma visão de mundo curta, voltada exclusivamente aos interesses corporativos.
Uma das limitações da visão de mundo curta (ou restrita) está no não entendimento do papel do deputado federal.
Para que serve o deputado federal?
No imaginário popular, político é o titular do Poder Executivo: Prefeito Municipal, Governador do Estado ou Presidente da República.
Para o povo são eles que podem ou devem melhorar a vida da população, dos eleitores. A função legislativa é pouco percebida e entendida.
A figura política mais evidente para o eleitor é o Prefeito Municipal. A partir dessa centralidade, o imaginário de um deputado estadual, seria de um Prefeito Estadual e de um deputado federal, de um Prefeito Federal.
O papel principal atribuído a eles é trazer para a comunidade as ações e recursos estaduais ou federais para a comunidade, ao Município os benefícios da ação pública.
Por essa razão, os ex-Prefeitos Municipais tem vantagem ou desvantagem em relação aos concorrentes. São mais conhecidos. Já os ex-governadores de Estado, usam esse diferencial, para se candidatar ao Senado.
A vantagem está no conjunto de suas realizações objetivas. A desvantagem na imagem, seja de ineficiência, como de "desonestidade". Em 2018, vários ex-governadores, mesmo como grande carteira de realizações, não conseguiram ser eleitos para o Senado, em função da imagem negativa. Os casos mais notórios foram de Marconi Perilo, em Goiás, Beto Richa, no Paraná e Dilma Rousseff, ex-Presidente.
Na maior parte dos casos (ou situação) a visão de mundo curta está associada à ignorância, mas eleitores cultos também podem ser dominados por uma visão de mundo curta, voltada exclusivamente aos interesses corporativos.
Uma das limitações da visão de mundo curta (ou restrita) está no não entendimento do papel do deputado federal.
Para que serve o deputado federal?
No imaginário popular, político é o titular do Poder Executivo: Prefeito Municipal, Governador do Estado ou Presidente da República.
Para o povo são eles que podem ou devem melhorar a vida da população, dos eleitores. A função legislativa é pouco percebida e entendida.
A figura política mais evidente para o eleitor é o Prefeito Municipal. A partir dessa centralidade, o imaginário de um deputado estadual, seria de um Prefeito Estadual e de um deputado federal, de um Prefeito Federal.
O papel principal atribuído a eles é trazer para a comunidade as ações e recursos estaduais ou federais para a comunidade, ao Município os benefícios da ação pública.
Por essa razão, os ex-Prefeitos Municipais tem vantagem ou desvantagem em relação aos concorrentes. São mais conhecidos. Já os ex-governadores de Estado, usam esse diferencial, para se candidatar ao Senado.
A vantagem está no conjunto de suas realizações objetivas. A desvantagem na imagem, seja de ineficiência, como de "desonestidade". Em 2018, vários ex-governadores, mesmo como grande carteira de realizações, não conseguiram ser eleitos para o Senado, em função da imagem negativa. Os casos mais notórios foram de Marconi Perilo, em Goiás, Beto Richa, no Paraná e Dilma Rousseff, ex-Presidente.
terça-feira, 21 de julho de 2020
Transformar pela urnas
Jair Bolsonaro, aparentemente, desistiu da tentativa de uma pressão militar para anular ou inibir os poderes judiciário e legislativo. Tanto o STF como as Presidências das Casas do Congresso não se intimidaram. Manifestações públicas mostraram que os bolsonaristas, representando cerca de 30% do eleitorado não eram hegemônicos. Representantes do 70% também saíram às ruas, para contestar o monopólio das forças bolsonaristas. As Forças Armadas embora insatisfeitos com o STF e com o Congresso Nacional, não se uniram em torno de um eventual golpe militar, mobilizando as tropas nas ruas e fechando Supremo e o Congresso. Sem o suficiente apoio, Bolsonaro teve que desistir, ainda que temporariamente, da tentativa de aumentar o seu poder autoritário.
As reações do STF e do Congresso levantaram o risco de interrupção do seu mandato. Recorreu à velha política para cercear as tentativas de impeachment, a um custo elevado e continuado. Iniciado não pode interromper o "toma cá, dê lá".
Tanto Bolsonaro, como os seus opositores perceberam que qualquer grande mudança só ocorrerá com as eleições gerais de 2022. Eles precisarão que o povo eleja um outro candidato que não Bolsonaro. Este conta com a sua reeleição e a partir de ampla aprovação popular, obter o apoio geral das Forças Armadas para submeter o STF e o Congresso aos seus desígnios.
O STF não tem os seus membros eleitos, mas em 2022 deverá estar com dois Ministros indicados por Bolsonaro e aprovados pelo Senado. Este não aprovará mais qualquer um, requerendo amplas e onerosas negociações com os Senadores.
Já o Congresso Nacional terá colocado em disputa junto ao eleitorado, 100% dos cargos, isto são 513. O Senado terá uma eleição de apenas 1/3 dos cargos, ou sejam, 27.
Em outros termos, as transformações da politica brasileira só ocorrerão, efetivamente, a partir de 2022.
Segundo uma divisão simplificada, 40% dos deputados foram eleitos como despachantes de interesses comunitários ou corporativos e estariam inteiramente dispostos e disponíveis para o "troca-troca". 30% formariam a bancada da oposição e 10% de novatos programáticos e não fisiológicos. Restariam apenas cerca de 20% de veteranos programáticos. Parte deles são programaticos de direita, podendo reforçar uma base aliada bolsonarista, caso esse venha a ser reeleito.
Além da fidelidade não casuística dos despachantes, Bolsonaro precisaria contar com o apoio dos programáticos, tanto novatos como veteranos, de direita. Precisaria ainda de obter o apoio dos programáticos não da oposição para aprovar mudanças constitucionais.
Um candidato da oposição precisaria - além de unir a própria - cooptar, pelo menos metade dos despachantes e ainda parte substancial dos programáticos não de direita.
Candidato de centro programático teria tarefa mais árdua para formar maioria no Congresso, com essa formatação.
Ele precisa se associar ou até liderar um processo de transformação da composição do Congresso, principalmente da Câmara Federal, pela substituição de pelo menos metade dos despachantes, que também podem ser caracterizados como fisiológicos, por candidatos programáticos, com visão de mundo "centrista". Com isso formaria uma base programática da ordem de 40%. Para a aprovação dos projetos precisaria da adesão dos programáticos de esquerda, eventual composição com os programáticos de direita e adesão dos despachantes.
Sem a transformação do perfil do Congresso, com a substituição de despachantes por parlamentares programáticos, mais voltados ao trabalho legislativo e não apenas os interesses comunitários ou corporativos.
Essa transformação só poderá ocorrer pelas urnas levando o eleitor a preferir votar em candidatos programáticos em vez de direcionar o seu voto a favor de um candidato despachante.
As reações do STF e do Congresso levantaram o risco de interrupção do seu mandato. Recorreu à velha política para cercear as tentativas de impeachment, a um custo elevado e continuado. Iniciado não pode interromper o "toma cá, dê lá".
Tanto Bolsonaro, como os seus opositores perceberam que qualquer grande mudança só ocorrerá com as eleições gerais de 2022. Eles precisarão que o povo eleja um outro candidato que não Bolsonaro. Este conta com a sua reeleição e a partir de ampla aprovação popular, obter o apoio geral das Forças Armadas para submeter o STF e o Congresso aos seus desígnios.
O STF não tem os seus membros eleitos, mas em 2022 deverá estar com dois Ministros indicados por Bolsonaro e aprovados pelo Senado. Este não aprovará mais qualquer um, requerendo amplas e onerosas negociações com os Senadores.
Já o Congresso Nacional terá colocado em disputa junto ao eleitorado, 100% dos cargos, isto são 513. O Senado terá uma eleição de apenas 1/3 dos cargos, ou sejam, 27.
Em outros termos, as transformações da politica brasileira só ocorrerão, efetivamente, a partir de 2022.
Segundo uma divisão simplificada, 40% dos deputados foram eleitos como despachantes de interesses comunitários ou corporativos e estariam inteiramente dispostos e disponíveis para o "troca-troca". 30% formariam a bancada da oposição e 10% de novatos programáticos e não fisiológicos. Restariam apenas cerca de 20% de veteranos programáticos. Parte deles são programaticos de direita, podendo reforçar uma base aliada bolsonarista, caso esse venha a ser reeleito.
Além da fidelidade não casuística dos despachantes, Bolsonaro precisaria contar com o apoio dos programáticos, tanto novatos como veteranos, de direita. Precisaria ainda de obter o apoio dos programáticos não da oposição para aprovar mudanças constitucionais.
Um candidato da oposição precisaria - além de unir a própria - cooptar, pelo menos metade dos despachantes e ainda parte substancial dos programáticos não de direita.
Candidato de centro programático teria tarefa mais árdua para formar maioria no Congresso, com essa formatação.
Ele precisa se associar ou até liderar um processo de transformação da composição do Congresso, principalmente da Câmara Federal, pela substituição de pelo menos metade dos despachantes, que também podem ser caracterizados como fisiológicos, por candidatos programáticos, com visão de mundo "centrista". Com isso formaria uma base programática da ordem de 40%. Para a aprovação dos projetos precisaria da adesão dos programáticos de esquerda, eventual composição com os programáticos de direita e adesão dos despachantes.
Sem a transformação do perfil do Congresso, com a substituição de despachantes por parlamentares programáticos, mais voltados ao trabalho legislativo e não apenas os interesses comunitários ou corporativos.
Essa transformação só poderá ocorrer pelas urnas levando o eleitor a preferir votar em candidatos programáticos em vez de direcionar o seu voto a favor de um candidato despachante.
segunda-feira, 20 de julho de 2020
A maçã podre
Os desmatadores tem interesses econômicos específicos que não são muito transparentes e, principalmente, como se integram dentro da cadeia produtiva.
Eles não ganham pelo desmatamento em si, pela derrubada e venda da madeira, mas também pela venda da terra desmatada. O desmatador é um elo que bifurca em duas correntes subsequentes: a dos compradores da madeira das árvores derrubadas e a dos compradores do terreno desmatado. O mercado de madeira é seletivo, só demandando "madeira de lei" para móveis diferenciados. É um mercado da riqueza que não tem demanda suficiente no Brasil, fazendo com que grande parte dela seja exportada. Como essa madeira tem restrições de exportação, as operações são predominantemente ilegais, conectando a redes igualmente ilegais no exterior.
O desmatador não compra a propriedade para desmatar. Ele a invade, por conta própria, ou de acordo com um grileiro que assume a posse do terreno. Em muitos casos é um terceirizado do grileiro para derrubar a área florestada.
Uma vez derrubada as árvores e retiradas aquelas de valor comercial, ficam as demais no chão.
A etapa subsequente é a queimada desses e da mata restante para tornar o terreno adequado para pastagem ou para plantação. Essa queimada deveria ser controlada, limitada ao terreno a ser preparado, mas em função da temperatura e dos ventos pode fugir ao controle, se propagando por áreas vizinhas.
Depois da queimada o terreno está adequado para a sua exploração agropecuária. No caso da pecuária ainda é preciso esperar o renascimento do capim e de outras plantas rasteiras que irão servir de alimento para o gado. Em alguns caso, a alternativa é de alimento por rações produzidas na própria área ou industrializadas.
Depois de algum tempo, a área é considerada degradada e passa a atender a lavoura. No geral são áreas de tamanho pequeno ou médio. Não são mega áreas, uma vez que o processo de desmatamento e ocupação ficaria muito visível.
O agronegócio não pode se eximir da responsabilidade pelo desmatamento e pelos incêndios, porque ele está na ponta do processo, comprando as áreas desmatadas e preparadas, para a sua exploração agropecuária.
Não é, no entanto, o segmento mais moderno, voltado para as exportações. Esse busca os aumentos de produção pelos ganhos de produtividade, mediante o uso intenso de tecnologias, o que requer grandes investimentos.
O segmento que se vale das áreas desmatadas é daqueles com menor produtividade e competitividade.
É a banda ou maçã podre que prejudica o conjunto.
Eles não ganham pelo desmatamento em si, pela derrubada e venda da madeira, mas também pela venda da terra desmatada. O desmatador é um elo que bifurca em duas correntes subsequentes: a dos compradores da madeira das árvores derrubadas e a dos compradores do terreno desmatado. O mercado de madeira é seletivo, só demandando "madeira de lei" para móveis diferenciados. É um mercado da riqueza que não tem demanda suficiente no Brasil, fazendo com que grande parte dela seja exportada. Como essa madeira tem restrições de exportação, as operações são predominantemente ilegais, conectando a redes igualmente ilegais no exterior.
O desmatador não compra a propriedade para desmatar. Ele a invade, por conta própria, ou de acordo com um grileiro que assume a posse do terreno. Em muitos casos é um terceirizado do grileiro para derrubar a área florestada.
Uma vez derrubada as árvores e retiradas aquelas de valor comercial, ficam as demais no chão.
A etapa subsequente é a queimada desses e da mata restante para tornar o terreno adequado para pastagem ou para plantação. Essa queimada deveria ser controlada, limitada ao terreno a ser preparado, mas em função da temperatura e dos ventos pode fugir ao controle, se propagando por áreas vizinhas.
Depois da queimada o terreno está adequado para a sua exploração agropecuária. No caso da pecuária ainda é preciso esperar o renascimento do capim e de outras plantas rasteiras que irão servir de alimento para o gado. Em alguns caso, a alternativa é de alimento por rações produzidas na própria área ou industrializadas.
Depois de algum tempo, a área é considerada degradada e passa a atender a lavoura. No geral são áreas de tamanho pequeno ou médio. Não são mega áreas, uma vez que o processo de desmatamento e ocupação ficaria muito visível.
O agronegócio não pode se eximir da responsabilidade pelo desmatamento e pelos incêndios, porque ele está na ponta do processo, comprando as áreas desmatadas e preparadas, para a sua exploração agropecuária.
Não é, no entanto, o segmento mais moderno, voltado para as exportações. Esse busca os aumentos de produção pelos ganhos de produtividade, mediante o uso intenso de tecnologias, o que requer grandes investimentos.
O segmento que se vale das áreas desmatadas é daqueles com menor produtividade e competitividade.
É a banda ou maçã podre que prejudica o conjunto.
sexta-feira, 17 de julho de 2020
Impasses ambientais (2)
O agronegócio mostra ao mundo os seus recordes de produção, contribuindo para a segurança alimentar da humanidade, sem necessidade de desmatar a Amazônia, contando com ampla disponibilidade de ocupação no cerrado e em áreas degradas, em todas as regiões. Precisar não precisa, mas tem avançado sobre a floresta amazônica.
O setor não é uniforme, tendo sempre uma parte menor ruim, com a qual a maioria é leniente e conivente.
A maioria é de grandes produtores e exportadores que não desmatam a floresta amazônica para expandir a sua produção, valendo-se mais da escala de produção, da tecnologia, obtendo ganhos de produtividade.
Já a parte menos eficiente precisa de terras mais baratas e as obtém em terras griladas e desmatadas.
Estão voltadas para o mercado interno, porque tem
dificuldade de exportação, são minoria, mas dominam a imagem negativa do Brasil no mundo.
Por que apesar disso, seja o Governo, como o próprio agronegócio deixam essa minoria continuar com as suas práticas deletérias?
Porque esse grupo deu apoio ao candidato Bolsonaro, quando ele era um "outsider" desacreditado pela maioria da sociedade brasileira.
Levaram os seus pleitos ao candidato alegando que a politica ambiental prejudicava o agronegócio e a economia brasileira, não os deixando trabalhar e produzir "para o bem do Brasil".
Ademais era arbitrária, destruindo equipamentos produtivos de alto valor, como grandes tratores e caminhões.
Bolsonaro lhes prometeu que, se eleito, acabaria com as restrições que não os deixavam trabalhar e proibir a destruição dos equipamentos.
Eleito, cumpriu as promessas e mantem o apoio a esse grupo, que responde, com o seu apoio popular. Fazem parte do terço dos eleitores que se mantém firme no apoio a Bolsonaro, considerando o seu Governo, como ótimo e bom.
Mesmo diante dos riscos que essa posição possa trazer à sua reeleição, a mantém, por convicções pessoais. Mas não se contrapôs à intervenção militar que se propõe a combater o desmatamento e os incêndios, com contingentes militares até 2022. Em 2019 já foram adotadas essas medidas, mas com o retorno das tropas aos quartéis, o desmatamento voltou de forma ainda mais ampla. Para evitar novos surtos que possam prejudicar a reeleição de Bolsonaro o General Mourão assumiu o comando efetivo das ações governamentais na Amazônia, para a garantia não só da lei, da ordem, como da manutenção do Governo e a reeleição de uma chapa pro-militar.
A intervenção militar comandada pelo General Mourão não é uma ação anti-bolsonaro, mas pró-bolsonaro e uma indicação de que qualquer movimento que ameace a reeleição da chapa, pode levar a maior interferência militar.
A interferência na Saúde faz parte dessa estratégia, nem sempre bem sucedida.
Ademais era arbitrária, destruindo equipamentos produtivos de alto valor, como grandes tratores e caminhões.
Bolsonaro lhes prometeu que, se eleito, acabaria com as restrições que não os deixavam trabalhar e proibir a destruição dos equipamentos.
Eleito, cumpriu as promessas e mantem o apoio a esse grupo, que responde, com o seu apoio popular. Fazem parte do terço dos eleitores que se mantém firme no apoio a Bolsonaro, considerando o seu Governo, como ótimo e bom.
Tem os seus representantes dentro do Governo e no parlamento, dando suporte de votos para a aprovação de projetos de "interesse" do Governo.
Bolsonaro não atua contra esse grupo de apoio, sustenta Ricardo Salles que executa as ações a seu favor, desmontando a fiscalização ambiental. Mesmo diante dos riscos que essa posição possa trazer à sua reeleição, a mantém, por convicções pessoais. Mas não se contrapôs à intervenção militar que se propõe a combater o desmatamento e os incêndios, com contingentes militares até 2022. Em 2019 já foram adotadas essas medidas, mas com o retorno das tropas aos quartéis, o desmatamento voltou de forma ainda mais ampla. Para evitar novos surtos que possam prejudicar a reeleição de Bolsonaro o General Mourão assumiu o comando efetivo das ações governamentais na Amazônia, para a garantia não só da lei, da ordem, como da manutenção do Governo e a reeleição de uma chapa pro-militar.
A intervenção militar comandada pelo General Mourão não é uma ação anti-bolsonaro, mas pró-bolsonaro e uma indicação de que qualquer movimento que ameace a reeleição da chapa, pode levar a maior interferência militar.
A interferência na Saúde faz parte dessa estratégia, nem sempre bem sucedida.
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Impasses ambientais (1)
O amanhã de Jair Bolsonaro é permanecer na Presidência, o que nas circunstâncias atuais é amplamente provável, mas essas podem piorar por revelações "bombásticas".
Ele não tem muito o que fazer a não ser esperar e reagir às ameaças, se surgirem.
Já o depois de amanhã está com data marcada: as eleições presidenciais, em 2022, às quais ele pretende concorrer.
Para ter condições de ser reeleito, precisará de uma melhoria substancial da macro economia brasileira, com uma vigorosa retomada do crescimento econômico.
Para isso, duas condições são essenciais: manter e ampliar as vendas externas do agronegócio e atrair capitais externos para financiar os investimentos fundamentais para a retomada da economia.
Ambas estão sob risco em função dos problemas ambientais. Os consumidores europeus, com apoio dos respectivos governos já estão promovendo boicotes aos produtos brasileiros sob o pretexto de que são fruto do desmatamento da Amazônia. Pretendem ampliar as restrições a todos os produtos brasileiros, ainda que não integrantes ou associados ao agronegócio.
Donos e gestores dos capitais já vem se pronunciando contrários a investimentos no Brasil em função da sua política anti-ambiental.
O Governo adotou uma postura negativista, contestando os dados que seriam promovidos por interesses contrariados dos concorrentes do agronegócio brasileiro no exterior.
Assumindo que o mundo está sendo manipulado por desinformação e notícias falsas sobre o desmatamento na Amazônia, promoveu e vem promovendo campanhas publicitárias, que tem eficácia reduzida diante das realidades incontestes.
Ele não tem muito o que fazer a não ser esperar e reagir às ameaças, se surgirem.
Já o depois de amanhã está com data marcada: as eleições presidenciais, em 2022, às quais ele pretende concorrer.
Para ter condições de ser reeleito, precisará de uma melhoria substancial da macro economia brasileira, com uma vigorosa retomada do crescimento econômico.
Para isso, duas condições são essenciais: manter e ampliar as vendas externas do agronegócio e atrair capitais externos para financiar os investimentos fundamentais para a retomada da economia.
Ambas estão sob risco em função dos problemas ambientais. Os consumidores europeus, com apoio dos respectivos governos já estão promovendo boicotes aos produtos brasileiros sob o pretexto de que são fruto do desmatamento da Amazônia. Pretendem ampliar as restrições a todos os produtos brasileiros, ainda que não integrantes ou associados ao agronegócio.
Donos e gestores dos capitais já vem se pronunciando contrários a investimentos no Brasil em função da sua política anti-ambiental.
O Governo adotou uma postura negativista, contestando os dados que seriam promovidos por interesses contrariados dos concorrentes do agronegócio brasileiro no exterior.
Assumindo que o mundo está sendo manipulado por desinformação e notícias falsas sobre o desmatamento na Amazônia, promoveu e vem promovendo campanhas publicitárias, que tem eficácia reduzida diante das realidades incontestes.
terça-feira, 14 de julho de 2020
Novo modelo de negocio para o Brasil
Diante da ampliação da capacidade de atendimento dos doentes com a COVID-19, os Governos Estaduais e Municipais estão flexibilizando as restrições, assumindo os riscos de aumento da contaminação. Também das mortes, mas com menor grau de letalidade.
Perceberam a inviabilidade de manter os isolamentos mais amplos e rígidos, por muito tempo, assumindo as mortes como "danos colaterais" de uma guerra.
A economia deverá voltar a funcionar mas não com o mesmo normal, anterior à pandemia.
Houve a aceleração nas mudanças que estavam em curso, principalmente o "home-office". Novas práticas de funcionamento de bares, restaurantes, cinemas, lojas, shopping centers serão permanentes. As indústrias, assim como estabelecimento de serviços terão que adotar medidas preventivas mais rígidas.
Mas tudo dentro do mesmo modelo de negócio do Brasil, o que projeta uma evolução da economia baixa, com pequenas variações em torno da estagnação, ou seja, crescimento zero.
A principal mudança trazida ou promovida pela crise foi a "descoberta" pela sociedade organizada e pelas autoridades econômicas, da pobreza, como um fato real e não apenas estatístico, caracterizado como "informal".
Estariam fora do mercado e a sua inserção no mercado, através de renda transferida pelo Estado, ampliada pelo multiplicador de renda, poderia gerar um PIB adicional, promovendo uma revitalização do falido modelo econômico brasileiro.
As tentativas infrutíferas de Paulo Guedes, apesar do poder que lhe foi atribuido, em revitalizar a economia, mediante os padrões liberais, substituindo o papel promotor do Estado, tem sido sucessivamente anuladas pelas questões ambientais e outras.
Paulo Guedes terá que repensar o modelo de negócio do Brasil e não apenas tentar revitalizar um modelo falido, com injeções de liberalismo.
Perceberam a inviabilidade de manter os isolamentos mais amplos e rígidos, por muito tempo, assumindo as mortes como "danos colaterais" de uma guerra.
A economia deverá voltar a funcionar mas não com o mesmo normal, anterior à pandemia.
Houve a aceleração nas mudanças que estavam em curso, principalmente o "home-office". Novas práticas de funcionamento de bares, restaurantes, cinemas, lojas, shopping centers serão permanentes. As indústrias, assim como estabelecimento de serviços terão que adotar medidas preventivas mais rígidas.
Mas tudo dentro do mesmo modelo de negócio do Brasil, o que projeta uma evolução da economia baixa, com pequenas variações em torno da estagnação, ou seja, crescimento zero.
A principal mudança trazida ou promovida pela crise foi a "descoberta" pela sociedade organizada e pelas autoridades econômicas, da pobreza, como um fato real e não apenas estatístico, caracterizado como "informal".
Estariam fora do mercado e a sua inserção no mercado, através de renda transferida pelo Estado, ampliada pelo multiplicador de renda, poderia gerar um PIB adicional, promovendo uma revitalização do falido modelo econômico brasileiro.
As tentativas infrutíferas de Paulo Guedes, apesar do poder que lhe foi atribuido, em revitalizar a economia, mediante os padrões liberais, substituindo o papel promotor do Estado, tem sido sucessivamente anuladas pelas questões ambientais e outras.
Paulo Guedes terá que repensar o modelo de negócio do Brasil e não apenas tentar revitalizar um modelo falido, com injeções de liberalismo.
segunda-feira, 13 de julho de 2020
Reação dos partidos (1)
Diante das mudanças estabelecidas na última minirreforma política-eleitoral, os partidos precisarão alterar as suas estratégias com o objetivo de manter ou ampliar as suas bancadas na Câmara dos Deputados, em 2022.
Com a cláusula de barreira e a proibição de coligações para as eleições proporcionais, mas não para as majoritárias, os partidos nanicos terão pouco a oferecer aos partidos maiores. Só terão segundos adicionais no rádio e tv para se somarem ao tempo dos partidos líderes, nas eleições majoritárias, sem contrapartida de reforçar as suas possibilidades de formação de uma bancada, a partir de coligações para as eleições parlamentares.
A eleição dos deputados federais e estaduais em 2022 por um partido dependerá exclusivamente do voto dados aos candidatos do mesmo partido.
Para ampliar os votos partidários os partidos políticos deverão apelar para duas estratégias principais: atrair campeões de votos ou lançar o máximo de candidatos, dentro dos limites permitidos pelas regras eleitorais.
O principal atrativo que os partidos podem oferecer a esses candidatos é o financiamento das campanhas. Será possível para os partidos com maior volume de recursos dos fundos públicos, principalmente o PSL que terá uma fartura de recursos. Já o PT que terá o maior volume de recursos para as campanhas de 2022, precisará ampliar renovar a sua bancada, sem abandonar os princípios e programas partidários.
Os partidos do centrão que vem em seguida na lista dos maiores recursos dos fundos públicos, buscarão pragmaticamente atrair os bons de votos, com obrigação formal de comprometimento com os programas partidários.
A redução do número de partidos não irá favorecer os partidos programáticos, exceto o já citado PT, tendendo a fortalecer os partidos pragmáticos, que buscarão reforçar o quadro de despachantes comunitários ou corporativos, para ampliar a eleição dos seus partidários.
Será dentro desse contexto que os partidos políticos deverão estabelecer as suas estratégias para as eleições municiais de 2020.
Com a cláusula de barreira e a proibição de coligações para as eleições proporcionais, mas não para as majoritárias, os partidos nanicos terão pouco a oferecer aos partidos maiores. Só terão segundos adicionais no rádio e tv para se somarem ao tempo dos partidos líderes, nas eleições majoritárias, sem contrapartida de reforçar as suas possibilidades de formação de uma bancada, a partir de coligações para as eleições parlamentares.
A eleição dos deputados federais e estaduais em 2022 por um partido dependerá exclusivamente do voto dados aos candidatos do mesmo partido.
Para ampliar os votos partidários os partidos políticos deverão apelar para duas estratégias principais: atrair campeões de votos ou lançar o máximo de candidatos, dentro dos limites permitidos pelas regras eleitorais.
O principal atrativo que os partidos podem oferecer a esses candidatos é o financiamento das campanhas. Será possível para os partidos com maior volume de recursos dos fundos públicos, principalmente o PSL que terá uma fartura de recursos. Já o PT que terá o maior volume de recursos para as campanhas de 2022, precisará ampliar renovar a sua bancada, sem abandonar os princípios e programas partidários.
Os partidos do centrão que vem em seguida na lista dos maiores recursos dos fundos públicos, buscarão pragmaticamente atrair os bons de votos, com obrigação formal de comprometimento com os programas partidários.
A redução do número de partidos não irá favorecer os partidos programáticos, exceto o já citado PT, tendendo a fortalecer os partidos pragmáticos, que buscarão reforçar o quadro de despachantes comunitários ou corporativos, para ampliar a eleição dos seus partidários.
Será dentro desse contexto que os partidos políticos deverão estabelecer as suas estratégias para as eleições municiais de 2020.
sexta-feira, 10 de julho de 2020
Insuficiência das refornas (3)
Outra proposta relevante da reforma política é ampliar as cláusulas de barreira, de forma a reduzir o número de partidos.
Para isso não basta querer e avaliar a questão em termos numérico genéricos. É preciso desmembrar esses números, assim como simular eventuais cenários numéricos, mas segundo critérios qualitativos.
A implantação das cláusulas de barreira, a partir das eleições nacionais de 2018, ocorreram algumas fusões, mas ainda 33 partidos tem representação dentro da Câmara Federal. Alguns não tem mais direito aos fundos partidários, tampouco ao tempo de televisão, mas permanecem como partidos, tentando recuperar ou ampliar a sua participação em 2022.
Muitos deles são nanicos programáticos ou ideológicos.
As cláusulas de barreira não afetaram os partidos do "Centrão" que, ao contrário, se fortaleceram. São todos pragmáticos, reunindo os despachantes comunitários de diversas regiões do país, atendendo os requisitos das cláusulas de barreira.
Essas tendem a reduzir o número de partidos, mas não transforma os remanescentes em partidos programáticos ou ideológicos.
Aparentemente, contribuem para o domínio dos partidos pragmáticos.
Para isso não basta querer e avaliar a questão em termos numérico genéricos. É preciso desmembrar esses números, assim como simular eventuais cenários numéricos, mas segundo critérios qualitativos.
A implantação das cláusulas de barreira, a partir das eleições nacionais de 2018, ocorreram algumas fusões, mas ainda 33 partidos tem representação dentro da Câmara Federal. Alguns não tem mais direito aos fundos partidários, tampouco ao tempo de televisão, mas permanecem como partidos, tentando recuperar ou ampliar a sua participação em 2022.
Muitos deles são nanicos programáticos ou ideológicos.
As cláusulas de barreira não afetaram os partidos do "Centrão" que, ao contrário, se fortaleceram. São todos pragmáticos, reunindo os despachantes comunitários de diversas regiões do país, atendendo os requisitos das cláusulas de barreira.
Essas tendem a reduzir o número de partidos, mas não transforma os remanescentes em partidos programáticos ou ideológicos.
Aparentemente, contribuem para o domínio dos partidos pragmáticos.
quinta-feira, 9 de julho de 2020
Insuficiencia da reforma política (2)
Supostamente o voto distrital misto poderia superar essa perspectiva de reforçar o "despachantismo" comunitário, com metade das vagas serem preenchidas pelas listas partidárias.
Esta alternativa pode gerar uma nova dinâmica partidária e eleitoral a médio e longo prazos (de 3 a 5 eleições futuras), mas a curto prazo, pouco mudará, pelas razões expostas a seguir.
A avaliação deve considerar duas perspectivas: a dos partidos e dos eleitores.
Como os eleitores irão reagir às novas regras? Como os partidos vão organizar a sua lista de candidatos? Esses não terão a mesma reação. Os partidos programáticos ou ideológicos tenderão a uma estratégia de reforçar o partido e montar uma lista a partir das suas principais lideranças, mediante disputas internas.
Já os partidos pragmáticos, também caracterizados como fisiológicos tenderão a montar uma lista com os "campeões de votos", para reforçar a sua bancada na Câmara Federal.
Todos tenderão a ampliar o quadro de candidatos, com ampla rede de candidatos que tem baixa possibilidade de vencer a disputa distrital, mas poderão somar votos para o partido na disputa por lista que continuará dentro do sistema proporcional, ainda que limitado ao partido. O partido precisa de quantidade de votos para conseguir mais cadeiras na Câmara dos Deputados.
O cenário - a curto prazo, isto é 2022 - mais provável é que o voto distrital misto, ainda que implantado, não promoveria a transformação do Congresso Nacional.
Seja pela consolidação da eleição dos despachantes comunitários, dominando o quadro dos deputados eleitos pelo sistema distrital e pela prevalência de nomes, sem comprometimento partidário, eleitos pelo sistema de listas.
Ainda em 2026 os nomes deverão ter grande importância, mas menor. A esperança é que a partir de 2030, os partidos e seus propósitos tenham mais importância para os eleitores do que nomes.
Esta alternativa pode gerar uma nova dinâmica partidária e eleitoral a médio e longo prazos (de 3 a 5 eleições futuras), mas a curto prazo, pouco mudará, pelas razões expostas a seguir.
A avaliação deve considerar duas perspectivas: a dos partidos e dos eleitores.
Como os eleitores irão reagir às novas regras? Como os partidos vão organizar a sua lista de candidatos? Esses não terão a mesma reação. Os partidos programáticos ou ideológicos tenderão a uma estratégia de reforçar o partido e montar uma lista a partir das suas principais lideranças, mediante disputas internas.
Já os partidos pragmáticos, também caracterizados como fisiológicos tenderão a montar uma lista com os "campeões de votos", para reforçar a sua bancada na Câmara Federal.
Todos tenderão a ampliar o quadro de candidatos, com ampla rede de candidatos que tem baixa possibilidade de vencer a disputa distrital, mas poderão somar votos para o partido na disputa por lista que continuará dentro do sistema proporcional, ainda que limitado ao partido. O partido precisa de quantidade de votos para conseguir mais cadeiras na Câmara dos Deputados.
O cenário - a curto prazo, isto é 2022 - mais provável é que o voto distrital misto, ainda que implantado, não promoveria a transformação do Congresso Nacional.
Seja pela consolidação da eleição dos despachantes comunitários, dominando o quadro dos deputados eleitos pelo sistema distrital e pela prevalência de nomes, sem comprometimento partidário, eleitos pelo sistema de listas.
Ainda em 2026 os nomes deverão ter grande importância, mas menor. A esperança é que a partir de 2030, os partidos e seus propósitos tenham mais importância para os eleitores do que nomes.
quarta-feira, 8 de julho de 2020
Insuficiencia da reforma politica (1)
Por que a transformação do Congresso requer uma ampla mobilização nacional?
Porque as demais medidas são insuficientes e algumas ineficientes.
Duas são as demais medidas, mediante as quais são depositadas as maiores expectativas de transformação do Congresso: a reforma política e a renovação dos quadros.
A reforma politica tem dois pontos principais: o voto distrital e a reforma partidária.
O voto distrital tem como principal argumento e objetivo, melhorar a representação dos parlamentares dos interesses e visões dos eleitores. Além disso, supõe-se que as campanhas eleitorais serão mais baratas e os eleitores poderão cobrar mais e melhor o desempenho do eleito.
A avaliação de baixa representatividade se baseia em padrões teóricos ou na experiência internacional, voltados mais aos desejos da sociedade organizada, alimentada pelos cientistas políticos, do que da realidade.
Com base nos resultados das eleições de 2014 e 2018 para a Câmara dos Deputados, mostramos que a maioria dos deputados federais são eleitos como lídimos representantes dos seus eleitores: uma grande parte é eleita como despachante de visão e interesses comunitários. Representam os seus eleitores não para serem legisladores, mas para obter verbas e benefícios federais para sua base eleitoral, uma localidade ou um Município. Se atendem a essa perspectiva dos eleitores conseguem ser reeleitos. Ao, contrário, se não conseguir as verbas, através de emendas parlamentares, para o conserto da ponte, asfaltamento da rua, um novo ou melhora do posto de saúde, uma nova unidade escolar, etc. perderão votos e poderão não retornar ao Congresso na eleição subsequente.
Para garantir as emendas, assim como para conseguir direcionar ações e investimentos federais para a sua base eleitoral, negociam o seu voto. É o que fomenta o "troca-troca".
O voto distrital não acaba, nem enfraquece esse processo. Pode até fortalecer.
O fundamento é de natureza cultural: a visão de mundo da maioria desses eleitores é curta, limitada ao conhecimento real do ambiente em que vivem. Quanto mais pobres e ignorantes, mais restrita tende a ser a sua visão de mundo e os seus interesses.
O parlamentar despachante representa essa visão e interesses, o que lhe assegura os votos desses eleitores.
(cont)
Porque as demais medidas são insuficientes e algumas ineficientes.
Duas são as demais medidas, mediante as quais são depositadas as maiores expectativas de transformação do Congresso: a reforma política e a renovação dos quadros.
A reforma politica tem dois pontos principais: o voto distrital e a reforma partidária.
O voto distrital tem como principal argumento e objetivo, melhorar a representação dos parlamentares dos interesses e visões dos eleitores. Além disso, supõe-se que as campanhas eleitorais serão mais baratas e os eleitores poderão cobrar mais e melhor o desempenho do eleito.
A avaliação de baixa representatividade se baseia em padrões teóricos ou na experiência internacional, voltados mais aos desejos da sociedade organizada, alimentada pelos cientistas políticos, do que da realidade.
Com base nos resultados das eleições de 2014 e 2018 para a Câmara dos Deputados, mostramos que a maioria dos deputados federais são eleitos como lídimos representantes dos seus eleitores: uma grande parte é eleita como despachante de visão e interesses comunitários. Representam os seus eleitores não para serem legisladores, mas para obter verbas e benefícios federais para sua base eleitoral, uma localidade ou um Município. Se atendem a essa perspectiva dos eleitores conseguem ser reeleitos. Ao, contrário, se não conseguir as verbas, através de emendas parlamentares, para o conserto da ponte, asfaltamento da rua, um novo ou melhora do posto de saúde, uma nova unidade escolar, etc. perderão votos e poderão não retornar ao Congresso na eleição subsequente.
Para garantir as emendas, assim como para conseguir direcionar ações e investimentos federais para a sua base eleitoral, negociam o seu voto. É o que fomenta o "troca-troca".
O voto distrital não acaba, nem enfraquece esse processo. Pode até fortalecer.
O fundamento é de natureza cultural: a visão de mundo da maioria desses eleitores é curta, limitada ao conhecimento real do ambiente em que vivem. Quanto mais pobres e ignorantes, mais restrita tende a ser a sua visão de mundo e os seus interesses.
O parlamentar despachante representa essa visão e interesses, o que lhe assegura os votos desses eleitores.
(cont)
terça-feira, 7 de julho de 2020
Transformar o Congresso: uma imperiosidade
A retomada da velha política, com revigoração plena do "toma cá, dê lá", com o Governo negociando votos por cargos públicos com o "Centão", mostra que o Congresso não pode continuar com a mesma conformação de parlamentares.
Os parlamentares reunidos no chamado "Centrão" e outros partidos adjacentes estão sempre à disposição para esse troca-troca porque só tem em vista a sua reeleição, deixando de lado o interesse nacional.
Tais circunstâncias indicam a imperiosidade de transformação do Congresso, para minimizar a presença desses parlamentares fisiológicos, voltados exclusivamente para a sua base eleitoral para garantir a sua reeleição. Dispostos a qualquer negociação para atender a sua base.
A base eleitoral desses parlamentares é uma comunidade ou um Município, o que o leva a ser um despachante de interesses comunitários.
A contrapartida está nos eleitores que elegem o parlamentar como seu despachante. Decidem em função da visão de mundo curta ou restrita: só conseguem enxergar o mundo pelas circunstâncias reais em que vivem e esperam que o parlamentar traga benefícios para melhorar a sua condição de vida local: só "até onde a vista alcança".
A outra base eleitoral dos fisiológicos é uma corporação: pode ser profissional, de segmentos das atividades econômicas ou sociais ou de natureza religiosa. Igualmente são eleitos pela visão de mundo curta dos integrantes da corporação que só conseguem ver e cuidar dos seus interesses.
Qualquer transformação do Congresso só poderá ser feita mediante as eleições dos parlamentares, com a escolha de mais parlamentares programáticos ou ideológicos, voltados às questões nacionais, em detrimento dos fisiológicos ou pragmáticos.
Enquanto o próprio povo, não eleger mais parlamentares programáticos do que os fisiológicos não haverá transformação do Congresso e sempre que o Executivo não tiver condições de governabilidade ou se sentir ameaçado, acabará apelando para os fisiológicos, com amplo uso do troca-troca.
As próximas eleições nacionais só serão daqui a dois anos, mas para a transformação é preciso agir desde já na conscientização dos eleitores.
Um trabalho lento mas persistente, devidamente planejado.
Os parlamentares reunidos no chamado "Centrão" e outros partidos adjacentes estão sempre à disposição para esse troca-troca porque só tem em vista a sua reeleição, deixando de lado o interesse nacional.
Tais circunstâncias indicam a imperiosidade de transformação do Congresso, para minimizar a presença desses parlamentares fisiológicos, voltados exclusivamente para a sua base eleitoral para garantir a sua reeleição. Dispostos a qualquer negociação para atender a sua base.
A base eleitoral desses parlamentares é uma comunidade ou um Município, o que o leva a ser um despachante de interesses comunitários.
A contrapartida está nos eleitores que elegem o parlamentar como seu despachante. Decidem em função da visão de mundo curta ou restrita: só conseguem enxergar o mundo pelas circunstâncias reais em que vivem e esperam que o parlamentar traga benefícios para melhorar a sua condição de vida local: só "até onde a vista alcança".
A outra base eleitoral dos fisiológicos é uma corporação: pode ser profissional, de segmentos das atividades econômicas ou sociais ou de natureza religiosa. Igualmente são eleitos pela visão de mundo curta dos integrantes da corporação que só conseguem ver e cuidar dos seus interesses.
Qualquer transformação do Congresso só poderá ser feita mediante as eleições dos parlamentares, com a escolha de mais parlamentares programáticos ou ideológicos, voltados às questões nacionais, em detrimento dos fisiológicos ou pragmáticos.
Enquanto o próprio povo, não eleger mais parlamentares programáticos do que os fisiológicos não haverá transformação do Congresso e sempre que o Executivo não tiver condições de governabilidade ou se sentir ameaçado, acabará apelando para os fisiológicos, com amplo uso do troca-troca.
As próximas eleições nacionais só serão daqui a dois anos, mas para a transformação é preciso agir desde já na conscientização dos eleitores.
Um trabalho lento mas persistente, devidamente planejado.
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Novos cenários Bolsonaro (4)
Jair Bolsonaro foi eleito Presidente da República, no segundo turno de 2018 a partir do uso e abuso da rede social, voltada à desconstrução dos adversários, não conseguiu evitar um segundo turno, mas foi eleito com mais de 57 milhões de votos, contra o candidato do PT, tendo como principais bandeiras:
As bandeiras 2 e 5 são itens da sua pauta pessoal.
Para implantar as bandeiras 1 e 7 aliou-se a dois expoentes da atividade: Sérgio Moro e Paulo Guedes.
Conseguiu colocar para cuidar da gestão ambiental (6) um desconstrutor da estrutura montada ao longo de muitos anos, que valeu o reconhecimento mundial na defasa do ambiente.
Para escapar da velha política (3) contou com o Gabinete Presidencial, com várias mudanças, sendo atualmente dominado pela ala militar.
Para a superação do politicamente correto (4), além de uma atuação pessoal, colocou uma evangélica para cuidar da bandeira, além de vários dirigentes em escalões inferiores, mas distribuídos dentro de diversos Ministérios.
Além das bandeiras eleitorais, ao assumir entregou parte do Governo ao olavismo: a politica externa e a educação. Faz parte da implantação da bandeira 2, dentro da sua percepção e de Olavo de Carvalho que o PT havia dominado inteiramente essas áreas.
- combater a corrupção, na Administração Pública, fortemente associada aos Governos do PT;
- extirpar inteiramente a presença do PT dentro do Governo Federal;
- acabar com a velha política, não aceitando o presidencialismo de coalizão, nome técnico dado ao tradicional "troca-troca" com os políticos;
- superar o domínio do "politicamente correto" nos costumes, associado mais - segundo ele - ao libertinismo do que ao liberalismo;
- armar a população para se defender da criminalidade;
- acabar com os excessos do ambientalismo, que vinha prejudicando as atividades econômicas;
- superar a economia estatizada pela economia liberal;
As bandeiras 2 e 5 são itens da sua pauta pessoal.
Para implantar as bandeiras 1 e 7 aliou-se a dois expoentes da atividade: Sérgio Moro e Paulo Guedes.
Conseguiu colocar para cuidar da gestão ambiental (6) um desconstrutor da estrutura montada ao longo de muitos anos, que valeu o reconhecimento mundial na defasa do ambiente.
Para escapar da velha política (3) contou com o Gabinete Presidencial, com várias mudanças, sendo atualmente dominado pela ala militar.
Para a superação do politicamente correto (4), além de uma atuação pessoal, colocou uma evangélica para cuidar da bandeira, além de vários dirigentes em escalões inferiores, mas distribuídos dentro de diversos Ministérios.
Além das bandeiras eleitorais, ao assumir entregou parte do Governo ao olavismo: a politica externa e a educação. Faz parte da implantação da bandeira 2, dentro da sua percepção e de Olavo de Carvalho que o PT havia dominado inteiramente essas áreas.
domingo, 5 de julho de 2020
Efeito dizimador do coronavirus nas eleições de 2020
A chegada da pandemia do coronavirus no Brasil, levou tanto as autoridades públicas, como a sociedade a uma grande diversidade de reações que irá se refletir nas eleições de 2020.
A desigualdade de circunstâncias entre os mais de 6.000 municípios brasileiros faz com que a reação dos eleitores em relação ao respectivo Prefeito seja diferenciado, quanto à sua atuação com combate à pandemia.
Nos pequenos municipios, o Prefeito será avaliado pelas ações de melhoria do sistema de saúde local e da manutenção normal das atividades dentro do Municipio. Se apesar de não estabelecer medidas restritivas não ocorrer nenhum caso de contaminação comprovada, ele será bem avaliado pelos eleitores. Mas se ocorrerem vários casos de contaminação e mesmo de mortes de moradores, ainda que internados em outros, ele terá uma avaliação ruim e se candidato à reeleição, dificilmente será reeleito.
Já nos médios e grandes municípios, a contaminação ocorrerá, mas dependerá da escala de contaminação, que não será de caráter técnico. Será a percepção do eleitorado local, que tenderá a avaliar de forma comparativa aos muncipios vizinhos ou similares. Se o Prefeito tiver adotado medidas restritivas o eleitorado tenderá a aceitar que ele fez o necessário. Mas o que vai prevalecer é o resultado efetivo, de contaminação e de mortes. Ocorrendo, a sua avaliação tenderá a ser negativa, qualquer que seja a sua justificativa.
Já nas megacidades, com a ocorrência de muitos casos, a avaliação do Prefeito atual será negativa.
A desigualdade de circunstâncias entre os mais de 6.000 municípios brasileiros faz com que a reação dos eleitores em relação ao respectivo Prefeito seja diferenciado, quanto à sua atuação com combate à pandemia.
Nos pequenos municipios, o Prefeito será avaliado pelas ações de melhoria do sistema de saúde local e da manutenção normal das atividades dentro do Municipio. Se apesar de não estabelecer medidas restritivas não ocorrer nenhum caso de contaminação comprovada, ele será bem avaliado pelos eleitores. Mas se ocorrerem vários casos de contaminação e mesmo de mortes de moradores, ainda que internados em outros, ele terá uma avaliação ruim e se candidato à reeleição, dificilmente será reeleito.
Já nos médios e grandes municípios, a contaminação ocorrerá, mas dependerá da escala de contaminação, que não será de caráter técnico. Será a percepção do eleitorado local, que tenderá a avaliar de forma comparativa aos muncipios vizinhos ou similares. Se o Prefeito tiver adotado medidas restritivas o eleitorado tenderá a aceitar que ele fez o necessário. Mas o que vai prevalecer é o resultado efetivo, de contaminação e de mortes. Ocorrendo, a sua avaliação tenderá a ser negativa, qualquer que seja a sua justificativa.
Já nas megacidades, com a ocorrência de muitos casos, a avaliação do Prefeito atual será negativa.
sexta-feira, 3 de julho de 2020
Campanha eleitoral mais suja de todos os tempos
Definidas as novas datas para as eleições municipais, assim como o cronograma das campanhas, a pergunta inicial é quem ganha quem perde com o adiamento e com o curto tempo para as campanhas?
Supostamente os Prefeitos atuais, candidatos à reeleição seriam os mais beneficiados, por serem mais conhecidos e poderiam usar a máquina da Administração Municipal em seu benefício.
Já os novos, tolhidos na possibilidade de visitar o seu eleitorado, dar tapinhas nas costas, beijar criança e outros métodos tradicionais seriam os mais prejudicados.
Dentro da lógica analógica sim e deverá valer para a maioria do Municipios brasileiros, mas com baixo volume de população e eleitores. Para os Municípios médios o que prevalecerá será uma campanha digital. Também será relevante para os grandes que não tem acesso a redes de televisão local ou regional, para poderem contar com os programas obrigatórios. Já os mega, em geral capitais e grandes polos no interior, contam com um canal local, afiliada a uma das redes nacionais, a lógica analógica poderia ainda prevalecer. Ainda mais se houver debates presenciais entre os principais candidatos.
Já pela lógica digital os Prefeitos atuais serão os principais alvos das críticas e denúncias pela rede social, inclusive através de "fake news". Esses serão lançados para a desconstrução da imagem do Prefeito atual. Ou, pior, pela "construção" da imagem de corrupto ou inepto.
Apesar das restrições estabelecidas pelo Legislativo, assim como pelo Judiciário, a "frouxidão" dos mecanismos de controle permitirá ainda o uso abundante das informações destrutivas.
Deverá ser a campanha mais suja de todos os tempos, porque já em 2022, os controles deverão estar melhor estabelecidos para evitar o mau uso das redes. Para isso contribuirá também o boicote dos grandes anunciantes, obrigando os administradores das principais redes a se reposicionarem.
Em 2020, nos municípios médios e grandes, deverá prevalecer um candidato novo "tipo Bolsonaro-2018", assumindo-se como paladino do combate à corrupção na Prefeitura Municipal.
A corrupção deverá ser associada à velha política, com a proposta de quebra da hegemonia dos mesmos grupos de sempre, com eventuais rodizios entre eles.
Tanto o Prefeito atual, como os candidatos ligados aos velhos grupos, como ex-Prefeitos, deputados estaduais ou federais, serão os principais alvos das campanhas negativas.
As duas principais bandeiras da renovação serão "acabar com a corrupção no Município" e "acabar com a velha política".
Com intenso uso da rede social, assumindo-se que nesses municípios a difusão dos celulares e das redes seja maior.
Já no municípios menores, a difusão menor da rede social, fará com que essa tenha menor impacto, devendo prevalecer as campanhas diretas e o rádio.
Já nas mega cidades e grandes com acesso direto a um canal de televisão local o principal tema, deverá ser o posicionamento do Prefeito atual e dos candidatos em relação ao combate ao coronavirus.
Trataremos no assunto no próximo artigo
(cont)
Supostamente os Prefeitos atuais, candidatos à reeleição seriam os mais beneficiados, por serem mais conhecidos e poderiam usar a máquina da Administração Municipal em seu benefício.
Já os novos, tolhidos na possibilidade de visitar o seu eleitorado, dar tapinhas nas costas, beijar criança e outros métodos tradicionais seriam os mais prejudicados.
Dentro da lógica analógica sim e deverá valer para a maioria do Municipios brasileiros, mas com baixo volume de população e eleitores. Para os Municípios médios o que prevalecerá será uma campanha digital. Também será relevante para os grandes que não tem acesso a redes de televisão local ou regional, para poderem contar com os programas obrigatórios. Já os mega, em geral capitais e grandes polos no interior, contam com um canal local, afiliada a uma das redes nacionais, a lógica analógica poderia ainda prevalecer. Ainda mais se houver debates presenciais entre os principais candidatos.
Já pela lógica digital os Prefeitos atuais serão os principais alvos das críticas e denúncias pela rede social, inclusive através de "fake news". Esses serão lançados para a desconstrução da imagem do Prefeito atual. Ou, pior, pela "construção" da imagem de corrupto ou inepto.
Apesar das restrições estabelecidas pelo Legislativo, assim como pelo Judiciário, a "frouxidão" dos mecanismos de controle permitirá ainda o uso abundante das informações destrutivas.
Deverá ser a campanha mais suja de todos os tempos, porque já em 2022, os controles deverão estar melhor estabelecidos para evitar o mau uso das redes. Para isso contribuirá também o boicote dos grandes anunciantes, obrigando os administradores das principais redes a se reposicionarem.
Em 2020, nos municípios médios e grandes, deverá prevalecer um candidato novo "tipo Bolsonaro-2018", assumindo-se como paladino do combate à corrupção na Prefeitura Municipal.
A corrupção deverá ser associada à velha política, com a proposta de quebra da hegemonia dos mesmos grupos de sempre, com eventuais rodizios entre eles.
Tanto o Prefeito atual, como os candidatos ligados aos velhos grupos, como ex-Prefeitos, deputados estaduais ou federais, serão os principais alvos das campanhas negativas.
As duas principais bandeiras da renovação serão "acabar com a corrupção no Município" e "acabar com a velha política".
Com intenso uso da rede social, assumindo-se que nesses municípios a difusão dos celulares e das redes seja maior.
Já no municípios menores, a difusão menor da rede social, fará com que essa tenha menor impacto, devendo prevalecer as campanhas diretas e o rádio.
Já nas mega cidades e grandes com acesso direto a um canal de televisão local o principal tema, deverá ser o posicionamento do Prefeito atual e dos candidatos em relação ao combate ao coronavirus.
Trataremos no assunto no próximo artigo
(cont)
quinta-feira, 2 de julho de 2020
Novos Cenários Bolsonaro (3)
Bolsonaro envidará esforços para a desconstrução dos potenciais concorrente no pleito de 2022. O principal alvo será o Governador de São Paulo, João Dória e, secundariamente, o Governador Flávio Dino, visto como o mais provável candidato da esquerda. Ciro Gomes é sempre visto como inimigo ativo e Lula um inimigo ainda submerso. Wilson Witzel agora também terá que se voltar mais para a sua sobrevivência política.
O ataque a Dória deverá se central na estagnação da economia, com aumento do desemprego que deverá ocorrer, principalmente em São Paulo.
Dentro do comportamento de Bolsonaro não importa os fatos, mas a versão que ele dá aos fatos, aos seus indicadores para alimentar a sua troupe.
O ataque a Dória deverá se central na estagnação da economia, com aumento do desemprego que deverá ocorrer, principalmente em São Paulo.
Dentro do comportamento de Bolsonaro não importa os fatos, mas a versão que ele dá aos fatos, aos seus indicadores para alimentar a sua troupe.
quarta-feira, 1 de julho de 2020
Novos cenários Bolsonaro (2)
Mesmo com a mudança de foco suspendendo o confronto com o Supremo Tribunal Federal e com a Câmara dos Deputados, mediante os acordos em curso, Jair Bolsonaro não abandonará a sua natureza beligerante e estabelecerá novos confrontos, buscando novos inimigos, reais ou imaginários, mobilizando a sua base para uma guerra contra eles.
Serão de duas categorias: os que venham a atacá-lo, reagindo furiosamente e os supostos concorrentes à eleição de 2022.
Os primeiros são em parte tradicionais, constituída pela mídia escrita, falada e audiovisual, isto é, jornais e revistas impressas, rádio e televisão, outra nova usando as redes sociais. Dominando amplamente a rede para fins políticos, passou a enfrentar oposição de youtubers. Esses ainda não tem cara bem definida para serem alvos prioritários dos bolsonaristas.
Um dos maiores potenciais inimigos é Sérgio Moro, mas ele também é reativo.
Bolsonaro envidará esforços para a desconstrução dos seus supostos concorrentes à eleição presidencial de 2022.
Serão de duas categorias: os que venham a atacá-lo, reagindo furiosamente e os supostos concorrentes à eleição de 2022.
Os primeiros são em parte tradicionais, constituída pela mídia escrita, falada e audiovisual, isto é, jornais e revistas impressas, rádio e televisão, outra nova usando as redes sociais. Dominando amplamente a rede para fins políticos, passou a enfrentar oposição de youtubers. Esses ainda não tem cara bem definida para serem alvos prioritários dos bolsonaristas.
Um dos maiores potenciais inimigos é Sérgio Moro, mas ele também é reativo.
Bolsonaro envidará esforços para a desconstrução dos seus supostos concorrentes à eleição presidencial de 2022.
Assinar:
Postagens (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...