terça-feira, 7 de julho de 2020

Transformar o Congresso: uma imperiosidade

A retomada da velha política, com revigoração plena do "toma cá, dê lá", com o Governo negociando votos por cargos públicos com o "Centão", mostra que o Congresso não pode continuar com a mesma conformação de parlamentares.
Os parlamentares reunidos no chamado "Centrão" e outros partidos adjacentes estão sempre à disposição para esse troca-troca porque só tem em vista a sua reeleição, deixando de lado o interesse nacional.

Tais circunstâncias indicam a imperiosidade de transformação do Congresso, para minimizar a presença desses parlamentares fisiológicos, voltados exclusivamente para a sua base eleitoral para garantir a sua reeleição. Dispostos a qualquer negociação para atender a sua base. 
A base eleitoral desses parlamentares é uma comunidade ou um Município, o que o leva a ser um despachante de interesses comunitários. 
A contrapartida está nos eleitores que elegem o parlamentar como seu despachante. Decidem em função da visão de mundo curta ou restrita: só conseguem enxergar o mundo pelas circunstâncias reais em que vivem e esperam que o parlamentar traga benefícios para melhorar a sua condição de vida local: só "até onde a vista alcança". 
A outra base eleitoral dos fisiológicos é uma corporação: pode ser profissional, de segmentos das atividades econômicas ou sociais ou de natureza religiosa. Igualmente são eleitos pela visão de mundo curta dos integrantes da corporação que só conseguem ver  e cuidar dos seus interesses. 

Qualquer transformação do Congresso só poderá ser feita mediante as eleições dos parlamentares, com a escolha de mais parlamentares programáticos ou ideológicos, voltados às questões nacionais, em detrimento dos fisiológicos ou pragmáticos.  
Enquanto o próprio povo, não eleger mais parlamentares programáticos do que os fisiológicos não haverá transformação do Congresso e sempre que o Executivo não tiver condições de governabilidade ou  se sentir ameaçado, acabará apelando para os fisiológicos, com amplo uso do troca-troca.
As próximas eleições nacionais só serão daqui a dois anos, mas para a transformação é preciso agir desde já na conscientização dos eleitores. 
Um trabalho lento mas persistente, devidamente planejado. 

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