Supostamente o voto distrital misto poderia superar essa perspectiva de reforçar o "despachantismo" comunitário, com metade das vagas serem preenchidas pelas listas partidárias.
Esta alternativa pode gerar uma nova dinâmica partidária e eleitoral a médio e longo prazos (de 3 a 5 eleições futuras), mas a curto prazo, pouco mudará, pelas razões expostas a seguir.
A avaliação deve considerar duas perspectivas: a dos partidos e dos eleitores.
Como os eleitores irão reagir às novas regras? Como os partidos vão organizar a sua lista de candidatos? Esses não terão a mesma reação. Os partidos programáticos ou ideológicos tenderão a uma estratégia de reforçar o partido e montar uma lista a partir das suas principais lideranças, mediante disputas internas.
Já os partidos pragmáticos, também caracterizados como fisiológicos tenderão a montar uma lista com os "campeões de votos", para reforçar a sua bancada na Câmara Federal.
Todos tenderão a ampliar o quadro de candidatos, com ampla rede de candidatos que tem baixa possibilidade de vencer a disputa distrital, mas poderão somar votos para o partido na disputa por lista que continuará dentro do sistema proporcional, ainda que limitado ao partido. O partido precisa de quantidade de votos para conseguir mais cadeiras na Câmara dos Deputados.
O cenário - a curto prazo, isto é 2022 - mais provável é que o voto distrital misto, ainda que implantado, não promoveria a transformação do Congresso Nacional.
Seja pela consolidação da eleição dos despachantes comunitários, dominando o quadro dos deputados eleitos pelo sistema distrital e pela prevalência de nomes, sem comprometimento partidário, eleitos pelo sistema de listas.
Ainda em 2026 os nomes deverão ter grande importância, mas menor. A esperança é que a partir de 2030, os partidos e seus propósitos tenham mais importância para os eleitores do que nomes.
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