sexta-feira, 24 de julho de 2020

O antiambientalismo de Bolsonaro

As posições de Jair Bolsonaro em relação às questões ambientais decorrem de três bases: a) as convicções pessoais; b) as derivadas de manifestações de terceiros; e c) pressões corporativas.
As convicções pessoais decorrem da sua natureza pessoal que compõe a sua visão de mundo. A infância de Jair Bolsonaro está relacionada com a floresta atlântica, mas parece não ter criado nenhuma afeição pessoal com essa. Ao contrário, ao longo de sua carreira politica foi tomado por ojeriza aos ambientalistas, na medida que esses foram sendo dominados pela esquerda ideológica. A esquerda internacional migrou da "luta de classe" para a "defesa do clima", contestando o sistema capitalista, denunciado com o principal vilão da degradação ambiental mundial.
A estratégia internacional dos ambientalistas foi ocupar um espaço próprio dentro dos Governos nacionais e criação de uma rede internacional de ongs ambientalistas, entre as quais a Greenpeace é a mais conhecida.
Jair Bolsonaro sempre se posicionou contra os ambientalistas, negando as suas constatações e previsões com respaldo em bases científicas e assumindo que as proposições preservacionistas restringem o trabalho e a atividade econômica. 
Com a maior participação dos partidos de esquerda e centro-esquerda nos governos europeus, fazendo do desenvolvimento sustentável, políticas nacionais, regionais e internacionais, os antiambientalistas brasileiros passaram a ver risco na soberania nacional.
A par das suas convicções pessoais, negativistas em relação aos problemas ambientais as posições de Jair Bolsonaro foram reforçadas pelas de Donald Trump, o seu grande ídolo político. 
Durante a campanha eleitoral buscou ou aceitou o apoio de grupos igualmente antiambientalistas, principalmente de garimpeiros, grileiros, madeireiros e outros desmatadores das florestas. Comprometeu-se, em contrapartida, apoiá-los - uma vez eleito - contra a fiscalização do IBAMA e de outros órgãos ambientais. Contou ainda com parcela do agronegócio, que se beneficia indiretamente do desmatamento, com presença relevante na Frente Parlamentar da Agricultura.
Por conta desse apoio e promessas, que vem cumprindo com esses, desmontou a fiscalização, esvaziou o IBAMA, e permitiu o aumento do desmatamento, assim como a difusão dos incêndios florestais.

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