quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Acordos interessantes

  Os acordos comerciais assinados pelo Brasil com os EUA estão no bojo de uma disputa entre os EUA e a China, focado, no momento, na batalha pelas tecnologias de base das telecomunicações.

A China está na frente, com larga vantagem, sobre as empresas ocidentais, na tecnologia 5-G e os EUA, com Trump na Presidência, quer barrar o avanço da Huawei num dos maiores mercados nacionais, depois dos EUA: o Brasil  com uma população de mais de 200 milhões de pessoas, com o volume de aparelhos celulares, superior ao da população. 

Para isso oferece um bilhão de dólares, ao Brasil, para evitar que a infraestrutura de comunicações seja dominada pelos chineses. 

A par da questão dominante, os acordos preveem diversos pontos interessantes para o Brasil,  como as cláusulas anti-corrupção, ou mais precisamente, anti-concussão.

Concussão é a prática do agente público exigindo ou extorquindo o empresário privado de uma propina para liberar pagamentos, relevação de penalidades e outras eventuais necessidades do interessado.

Essa prática que grassou, no país, nos últimos anos, afastou os investimentos diretos das empresas norte-americanas, principalmente no setor de óleo&gás, deixando o espaço para as empresas asiáticas.

Algumas operando no Brasil, deixaram o país e outras desistiram de vir, apesar das imensas oportunidades geradas pelo pré-sal. 

Não aceitaram as práticas, pelo risco de serem punidas no país de origem, enquanto o Brasil era leniente.

Os EUA querem que o Governo Brasileiro coiba aquelas práticas danosas.

A partir da consolidação dos acordos, as empresas norte-americanas do setor de óleo & gás tenderão a retornar, seja nas privatizações das refinarias, como na exploração do pré-sal. 

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