O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, reunindo 11 candidatos e a pesquisa IBOPE, divulgada logo após, ainda que não leve em conta o debate, pois os levantamentos foram feitos antes, confirmam as tendências apontadas no estudo inicial.
De uma parte três candidatos buscando o eleitorado bolsonarista, com Celso Russomanno, com larga vantagem, mas sendo alvo dos demais candidatos do mesmo campo: Joice Hasselmann e Artur do Val. Ainda não ganhou um eleitorado adicional ao colar a sua candidatura a Jair Bolsonaro e promessa de implantar e ampliar um auxílio aos mais pobres. Neste campo tem as barreiras dos adeptos de Boulos. Embora os votos de Joice e Artur do Val não ameacem a hegemonia de Russomanno junto ao eleitorado bolsonarista, podem ser um diferencial importante que leve ou não Russomanno ao segundo turno. Apesar de estar na liderança das pesquisas, não tem o suficiente para vencer no primeiro turno e, como nas vezes anteriores, corre o risco de perda de eleitorado.
Russomanno teve oportunidade de se apresentar como o candidato de Bolsonaro, mas não para se posicionar como o principal candidato anti-Dória, com muitos concorrentes nessa posição.
Como candidato de Bolsonaro passou a ser alvo de críticas e tentativas de desconstrução pelos demais. Confirma a tendência de que se chegar ao segundo turno, será derrotado pela reunião de todos os adversários.
Bruno Covas tem posição mais tranquila. Com o nível de apoio e sem adversários para ameaçar a sua posição, estará no segundo turno. A sua eleição fica ameaçada pela eventual coalizão anti-Dória. Mas essa não terá a mesma força do anti-Bolsonaro e o choque entre esses dois movimentos antagônicos favorecerá Bruno Covas, numa contenda com Celso Russomanno.
Covas ainda tem elevado índice de rejeição, seja pessoal, como derivado do anti-Dória. O risco de Covas continua sendo Márcio França, com uma eventual desidratação da candidatura Russomanno. Os dados atuais não indicam essa possibilidade.
Tampouco há indícios de alguma inesperada onda, como ocorreu em 2018. Na realidade não foi inesperada, mas não percebida ou desprezada, pelo uso maior e eficaz da rede social e não pelos meios tradicionais.
Agora começa a propaganda tradicional pelo rádio e televisão, cuja força, neste quadro de restrições de mobilidade, será testada.
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