Chico Rodrigues, velho companheiro de Jair Bolsonaro, no baixo clero da Câmara dos Deputados, ao longo de 20 anos, foi objeto de uma ação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal.
Fundada numa suspeita de desvio de recursos públicos destinados à saúde, o Senador, recebeu, em sua casa em Boa Vista, capital de Roraima, uma visita inesperada e indesejada da Policia Federal. Para evitar a apreensão de uma quantia em dinheiro vivo, escondeu na cueca, mas foi descoberta e deu origem a mais um episódio pitoresco da política brasileira, que viralizou na mídia, tanto tradicional como na virtual.
Embora Bolsonaro tente se afastar do escândalo, afirmando que não foi dentro do seu Governo, da Administração Federal, mas de um membro do Congresso, para efeito do imaginário popular não há diferenças.
A corrupção continua funcionando na gestão pública e com recursos oriundos do Governo Federal. Dai a participação da Polícia Federal: suspeita de crime federal.
O principal impacto será na imagem de Bolsonaro junto ao seu público.
Teve grande apoio popular e formou um amplo grupo de seguidores pela promessa de um Brasil sem corrupção, com apoio às operações Lava-Jato e avançar institucionalmente no combate à corrupção.
Convocou e foi atendido por Sérgio Moro que abandonou a carreira jurídica para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública na expectativa de institucionalizar as medidas anti-crime. A sua proposta foi desfigurada e deu ensejo à soltura de André do Rap. Moro acabou deixando o Governo, retirando o aval da continuidade da Lava-Jato, denominação adotada popularmente como o combate à corrupção.
Diante das críticas dos seus seguidores de que estaria acabando com a Lava-Jato, assumiu que sim, justificando que tinha acabado com a corrupção no seu Governo. Um sofisma para dizer que a corrupção ainda existente era nos nos governos estaduais, municipais ou no Congresso, onde ele não seria responsável.
Bolsonaro alega que a eventual prática corruptiva do seu velho companheiro, Chico Rodrigues, não foi dentro do seu Governo.
O problema é convencer os seus seguidores ou adoradores de que não tem nada a ver com isso.
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