Novas, ainda que não tão novas, forças políticas estão em crescimento em 3 das maiores capitais do Brasil, com uma característica comum: são movimentos alternativos aos Governos atuais. São oponentes dos "donos do poder".
Mas com matizes ideológicas diferentes.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro são de esquerda, no Recife é de centro direita, em contraposição ao centro-esquerda que domina há muito tempo a Prefeitura da Capital e também o Governo de Pernambuco.
Todas ameaçam a configuração dos segundos turnos.
A principal mudança poderá ocorrer no Rio de Janeiro, com a perda de substância do eleitorado de Marcelo Crivella. O apoio de Bolsonaro ainda que não explicito, mas consentido, pouco contribui positivamente, mas amplia a rejeição. Teria agora uma rejeição de 58% dos eleitores.
Com isso a Delegada Marta Rocha, do PDT, cresce como opção "aos mesmos de sempre", ameaçando a eleição de Eduardo Paes, caso chegue ao segundo turno. A pesquisa do Datafolha de 20/21 de outubro indica que Paes seria derrotado no segundo turno. Paes tem uma rejeição de 31, enquanto a delegada tem apenas 7. É um cenário indesejável de Paes, que prefere concorrer com Crivella.
O PDT é a força remanescente da esquerda carioca/fluminense, com o "derretimento" do eleitorado do PT e "aborto" do PSOL, que perdeu as suas principais lideranças no Estado.
O PDT já teve muita força política no Rio de Janeiro, com Leonel Brizola e "derreteu". Agora tende a renascer no principal reduto eleitoral de Jair Bolsonaro.
Em São Paulo, Guilherme Boulos, segue em tendência de crescimento, ameaçando a presença de Celso Russomanno no segundo turno. Mais uma vez Russomanno não consegue manter a preferência inicial de eleitores que o indicavam por ser o mais conhecido. Com o início das campanhas aqueles migram para outros candidatos, com Russomanno mantendo apenas o seu núcleo duro, que é inferior a 20%, nível indicado pela pesquisa do Datafolha de 20/21 de outubro. O apoio de Bolsonaro pouco melhorou a preferência do eleitorado por Celso Russomanno, mas ampliou a rejeição.
Ganhou no segmento dos eleitores com renda até 2 salários-mínimos, mas perdeu em todos os demais, com migração diversificada.
Tanto Boulos como Russomanno tem perspectiva de chegar ao segundo turno contra Bruno Covas. Não será uma disputa entre o melhor, mas o menos pior: o menos rejeitado, prevalecendo o voto útil. Quaisquer que sejam os candidatos, tenderão a perder para os votos nulos e brancos.
No Recife, a nova força emerge com a Delegada Patrícia Domingues, uma figura política híbrida, passando a conquistar o eleitorado de centro-direita, que vinha mantendo a preferência por Mendonça Filho do DEM. Conta com o apoio da dissidência do PSDB, liderada por Daniel Coelho, atualmente no Cidadania, que abriu mão da sua candidatura a favor de Patrícia.
Estaria unindo os insatisfeito com os Governos do PSB, conquistados pela liderança de Eduardo Campos e como alternativa à disputa familiar entre os descendentes de Miguel Arraes. Esses manterão as suas candidaturas, mas no segundo turno, o eleitorado de esquerda tenderá a se concentrar em João Campos, caso a adversária seja a Delegada Patrícia.
Mas João Campos é o que tem maior índice de rejeição, reunindo todo "voto útil" a favor da Delegada.
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