quarta-feira, 12 de março de 2014

As ilusões dos donos dos elefantes brancos



Inaugurada a Arena Amazônia,  com um jogo pela "Copa Verde", mais um  "caça níquel" criado pela CBF, para manter as atividades dos clubes do Norte e do Centro Oeste, levou pela novidade cerca de 20 mil espectadores para ver o time local - Nacional - ser desclassificado pelo Remo do Pará.
Como em outros casos, o gramado está pronto para sua utilização para jogos, uma parte das arquibancadas está pronta, mas ainda falta completar outras partes. Além disso ocorreram problemas com os banheiros e outros, repetindo também o ocorrido com outros estádios testados incompletos e completados posteriormente. É natural, com as inaugurações-teste. Só não precisavam caracterizar como inauguração oficial.
O Beira-Rio foi o mais honesto. Fez um jogo teste e só irá inaugurar oficialmente mais tarde, após completado e corrigidas as falhas.
Porém o mais importante para a "imprensa do sul maravilha" não foi a inauguração, as suas falhas e muito menos o jogo, sem qualquer importância para aquela. Foi a resposta do Governador do Amazonas em relação ao questionamento se a arena não iria se transformar em elefante branco. Disse ele que isso não era um problema da "imprensa do sul". 

As competições estadual e regional (Copa Verde) e a participação nas competições nacionais (Copa do Brasil) não terão jogos suficientes para gerar as receitas necessárias para a sustentação econômica da nova arena.

O primeiro jogo do Nacional na Copa Verde, ainda na primeira fase, no Estádio Gilbertão em Manacapuru, ainda na região metropolitana de Manaus,  teve um público de 297 pagantes, com renda de R$ 2.970,00. Como todas as despesas operacionais foram variáveis, ainda rendeu R$ 528,92 para o mandante.

Para evitar que a nova arena fique subutilizada, uma idéia é levar jogos de times do sul para lá, como fez Brasília, com relativo sucesso. 

Os primeiros jogos pelo Brasileirão  foram grande sucesso de público e renda.  Mas passaram a sofrer dois desgastes. A pressão das diversas forças (torcida, clube, jogadores, gestores dos estádios e outros) do local de sede do clube e a saturação do público. O Flamengo, principal alvo do interesse dessas outras cidades, teve que conter o número de jogos em Brasília.

Brasília tem a maior renda per-capita entre as cidades brasileiras, com público para pagar ingressos caros, mas há limites, o que ficou demonstrado pela queda de público nos jogos mais recentes. É difícil avaliar o grau de saturação, porém já ocorre, restringindo a obtenção das receitas necessárias.

Um jogo do Flamengo na Arena Amazônia terá capacidade lotá-lo, porém o número de jogos será pequeno. Outros clubes brasileiros não teriam a mesma densidade de torcedores em Manaus.

Dentro do contexto do futebol e da economia brasileira não há milagre capaz de salvar a Arena Amazônia de grandes prejuizos. Utilizá-la menos, com ociosidade, poderá ser a solução para redução de custos para o Governo do Amazonas.

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