As enquetes sobre o posicionamento atual dos eleitores em relação às eleições de 2014 mostram que a maioria da população quer mudanças, mas também a maioria acha que quem tem melhores condições para promover as mudanças é a Presidente Dilma.
Parece contraditório, porém há explicações plausíveis.
Quando as pessoas não estão satisfeitas com as condições em que estão vivendo querem ou gostariam de mudanças, porém querem que mude o que não está bom, mas preserve o que está bom.
O governo joga hábil e maliciosamente com a perspectiva de mudança do bolsa-família e de outros benefícios sociais por parte dos candidatos da oposição. Seria uma mudança para pior, na perspectiva da maioria dos eleitores.
Os candidatos da oposição precisam convencer cabalmente os eleitores de que não irá acabar com o bolsa família, a LOAS e outros benefícios. Não vai mudar o que está indo bem. Não vai mudar o que a população acha bom. Mesmo que não seja.
Os três principais problemas, que a população já enfrenta e quer mudanças são saúde pública, segurança pública e carestia. Um quarto problema está emergindo, mas ainda não é percebido de forma nítida: desemprego ou desocupação.
Os demais problemas tem importância menor para a maioria da população. Educação não é um problema crítico para a população de baixa renda. Se a família consegue matricular a criança, acha que está sendo educada e atendida. Para ela a falta de qualidade da educação está nas faltas da professora. O problema está ainda em questões complementares, como falta de merenda, a falta de uniformes, a falta do transporte escolar e a insegurança.
O problema real da má qualidade da educação pública é percebida pela elite e pela classe média, que cada vez mais tiram o filho da escola pública e suas reclamações não decorrem de questões práticas. Quando muito o que ocorre com os filhos dos seus empregados, de menor renda.
A prioridade da educação é diferente em função da classe social.
Qual é a mudança desejada pela população em relação à saude? Também há diferenças significativas.
A população de baixa renda que não tem condições de acesso a um plano de saúde privado quer um padrão de atendimento desses planos. Supõem que se tivessem um plano de saúde, seriam atendidos com maior presteza. Se tivessem um plano de saúde, poderia reclamar os seus direitos. Sem plano de saúde tem que se conformar com a demora, com o mau atendimento pelos profissionais de saúde, etc.
Quem tem plano de saúde, tem outras reivindicações. Reclamam, principalmente, das restrições de atendimento.
O povo não está exigindo saude no padrão FIFA. Isso é uma reivindicação da classe média.
O povo quer uma saúde pública no padrão dos planos de saúde. Ele supõe que os planos de saúde dão bom atendimento.
Maluf em São Paulo criou um "tipo" plano de saúde. Foi um grande sucesso e elegeu um poste como seu sucessor. Depois este usou o plano para locupletar os amigos e caiu em desgraça. Pior: comprometeu a idéia de um plano de saúde universal.
O maior problema da saúde pública é a falta de médicos.
O Governo apresentou a sua proposta. A mudança está em curso. E a oposição. Que propostas tem?
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quinta-feira, 6 de março de 2014
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