O natural seria a abertura da Copa do Mundo da FIFA, de 2014, em Brasília, capital federal. A final poderia ser no Maracanã, por uma questão emocional: a desforra de 1950.
Mas assim que anunciada a homologação do Brasil como sede, os governadores de São Paulo, então José Serra, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acordaram em dividir abertura e final entre as duas cidades, sem combinar com os "russos", ou melhor com a FIFA.
A FIFA tinha outros planos e junto com a CBF, presidida por Ricardo Teixeira e o Governo Federal, então presidido por Lula ofereceram, com promessa de viabilidade financeira, um novo estádio para o Corinthians, o qual deveria receber a abertura. Este aceitou de bom grado, sem perceber que estava caindo no "conto do vigário". E criaram um enorme problema.
Agora a 90 dias da abertura fica mais claro que a solução mais razoável e econômica seria mesmo a abertura em Brasília ou no Rio de Janeiro, com São Paulo sediando um conjunto de seis jogos, inclusive semi-finais, mas sem a necessidade de um estádio com cerca de 70 mil lugares e todo um aparato utilizável apenas na Copa, mas de elevados custos. Mas o orgulho paulista não permitiu a transferência, quando ainda oportuna.
Sem a abertura o estádio paulista ser, perfeitamente o novo estádio do Corinthians, sem as arquibancadas temporárias e sem a necessidade de todas as estruturas complementares.
O Corinthians ganharia a sua tão sonhada sede própria, para mandar lá os seus jogos, com os benefícios proporcionados aos investimentos para a Copa, e sem os tremendos ônus que agora terá que carregar.
Mas, também sem a abertura, o estádio do Morumbi poderia servir. Para descartá-lo era preciso manter a condição de estádio da abertura, para o Itaquerão.
Agora, obrigado a gastar com as estruturas complementares para a FIFA fazer a festa, vencidas as ilusões, refeitas as contas, verifica-se o que já haviamos comentado aqui no blog: vão ser muitos, muitos anos de sacrifício para poder pagar o capital investido.
André Sanches fez contas simplistas e falsas. Só considerou as receitas brutas, sem deduzir os custos operacionais dos próprios jogos e os custos de manutenção, estimados em mais de um milhão de reais por mês. Fora os juros dos financiamentos e a remuneração do capital próprio.
O atual Vice-Presidente e diretor de marketing na ocasião do acerto para a construção do estádio, um renomado economista, que cedeu a sua competência e credibilidade para indicar a viabilidade, agora vem a público, para desmentir Sanches, mas assegurando que o clube terá recursos suficientes para amortizar os investimentos. Sem dúvida terá, mas não com recursos líquidos arrecadados com a utilização do estádio.
As contas se basearam em ilusões que não se concretizaram.
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