As manifestações na quinta feira em São Paulo, contra a Copa indicam o seu arrefecimento, conforme previsível.
O número de policiais mobilizados já era superior ao de manifestantes. A passeata foi pacífica só gerando transtornos no trânsito.
Apenas duas depredações não foram evitadas, poucas detenções ocorreram. Com a vantagem quantitativa a estratégia do cerco foi novamente utilizada, mas em escala menor. A tal "turma do braço" não chegou a agir, embora estivesse de prontidão. Um grupo de apoio tentou, na Justiça, sem êxito, impedir o seu uso.
A Polícia Militar evitou confrontos mais violentos para não ampliar a reação contrária à truculência policial.
A estratégia das autoridades já está definida e aplicada, do ponto de vista delas, com sucesso. As ações de vandalismo serão reprimidos de imediato, com o cerco e detenção dos vândalos, juntamente com os curiosos e eventuais jornalistas. A estratégia é de lançar a rede e depois selecionar. É inconveniente, mas eficaz.
O sucesso policial na quinta feita foi rompido e comprometido na sexta, com a depredação ocorrida no Centro de Abastecimento, em que dois pontos devem ser ressaltados.
O primeiro é que os "black-blocs" ou vândalos se infiltram ou vão para onde há manifestações populares e começam a fazer o que os manifestantes diretamente envolvidos gostariam de fazer, mas não tem coragem. Alguns acabam seguindo os vândalos e aproveitam para vandalizar também, sem medir as consequências.
Os caminhoneiros que abastecem ou se suprem no CEASA acabaram sendo prejudicados, assim como os comerciantes. A central terá movimento restrito neste final de semana, com a suspensão do varejo, e muitos perderão dinheiro, com a redução do movimento e a perda dos perecíveis. Os atos de revolta acabam prejudicando a eles mesmos, o que contém as suas ações de destruição.
Já os black-blocs não tem comprometimento nenhum com a atividade dos inconformados. Vão lá, aproveitando os movimentos coletivos, para quebrar o patrimônio público, porque o seu objetivo é esse mesmo: destruir os símbolos e os equipamentos do "sistema". A sua ideologia básica é o anarquismo.
Nesse processo, alguns aproveitaram para queimar ou tentar queimar os documentos de dívidas. Terá que ocorrer uma moratória, por perda de documentação.
A ocorrência dos vandalismos no CEAGESP confirma o fato de que os black-blocs não tem condições de agir sozinhos, nem tomar a iniciativa de mobilização. Mas estão prontos, com maior agilidade que a Polícia Militar para se inserir em movimentos coletivos de insatisfação popular e promover vandalismos. Para essa estratégia da Policia não estava preparada. A probabilidade da ocorrência já se manifestou de madrugada e foi difundida pelos noticiários televisivos da manhã. A tropa de choque só chegou no começo da tarde.
A inteligência da segurança precisará averiguar se os "ousiders" vândalos eram block-blocs ou integrantes de facções criminosas que atuam da mesma forma. Só que o objetivo deles é diferente: é o de destabilizar os Governos, demonstrando força para negociações.
Os black-blocs não querem negociar, porque não é esse o seu objetivo.
O outro fato relevante é que a reação decorreu da "privatização" do uso da área viária interna do CEASA, feito por uma empresas estatal sob controle federal. O concessionário estabeleceu um "modelo de negócio" para maximizar a sua receita, com anuência do concedente, gerando a insatisfação. Pedágio deve sempre oferecer alternativa gratuita ou de menor custo. Sem alternativa pode ser percebida - e foi - como um monopólio odioso e mecanismo da exploração capitalista.
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Jorge, por sorte esta empresa contratada, contratos sempre passíveis de forma de mais corrupção, é tão incompetente quanto o governo de São Paulo. Devido à sua incompetência talvez esta idiotice termine com as manifestações que venham a mostrar ao governo a idiotice que deixou acontecer.
ResponderExcluirSe tivessem programado a entrada e logística interna através de programação RF, não haveria congestionamento externo nem interno, muito melhor logística para os caminhoneiros e compradores. Governo muito incompetente!