Dos legados da Copa, a pouco mais de 90 dias do seu início, só os da imagem ainda poderão ser gerenciados. O jeitinho brasileiro virou fator negativo, interpretado - internacionalmente - como irresponsabilidade e é irreversível. Já os da segurança e de país caro ainda podem ser revertidos.
A realização da Copa do Mundo da FIFA no Brasil vai deixar muitos legados. Alguns positivos outros negativos.
A pouco menos de 100 dias para o início do evento será possível alterar as condições dos legados? Melhorar os positivos e mitigar os negativos?
O que será possível melhorar nos positivos? Mais obras de mobilidade urbana? Acelerar a conclusão dos em andamento? Incentivar a produção? Ampliar a vinda de mais turistas?
O que está feito está feito? Em relação às obras, algumas obras poderão ser aceleradas para ficarem prontas antes da Copa. Obras novas não são convenientes.
O que será viável mitigar nos negativos? Reduzir os custos das obras? Desenvolver mecanismos para ampliar o público pós Copa nos estádios? Promover o aumento do fluxo de turistas para ocupar a expansão da oferta hoteleira?
Nesta fase pré-Copa duas questões criticas e interligadas ainda podem e precisam ser gerenciadas: a imagem negativa do país e a menor ocupação da rede hoteleira.
A imagem favorável do País, como sede da Copa, foi maculada pela negligência da preparação, com atraso na entrega dos Estádios assim como das obras de mobilidade urbana. A estratégia do "jeitinho brasileiro" comprometeu negativamente a imagem do pais. Este dano é irreversível.
Realizar a "Copa das Copas" não vai apagar a imagem negativa de irresponsabilidade e mau gerenciamento. A eventual conquista do título poderá encobrir as falhas anteriores no meio esportivo, mas para a mídia em geral ficará a visão de insegurança do país para realização de negócios e investimentos.
A tentativa de especulação da rede hoteleira com a suposta enorme demanda de estrangeiros para a Copa resultou na imagem de um país caro e no cancelamento de muitas das reservas. Esta imagem poderá ser parcialmente superada pelas promoções, com a montagem de pacotes turísticos, tendo em vista a tabela já definida. O principal alvo deverão ser os turistas norte-americanos que querem acompanhar a Copa e não o seu time. Ainda há tempo para correções. Mas "quem vai colocar o guizo no pescoço do gato"?
Já em relação à segurança o Governo terá que demonstrar o seu total controle sobre os movimentos de rua. A nova oportunidade será no dia 22 de março, principalmente em São Paulo. O risco porém é grande.
Permanecerá o problema das facções criminosas. Há dois problemas distintos em relação a elas. Uma é das estratégias que o Governo vem desenvolvendo para controlá-las. Outro é o que aparece na mídia, com repercussão internacional.
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