Vão ficar prontos para a Copa? O que?
Os estádios? Sim esses vão ficar prontos para os jogos e para os espectadores. Mas será suficiente?
Aproveitando a marca de 100 dias para começar a Copa do Mundo no Brasil os jornais foram entrevistar as autoridades brasileiras e da FIFA, cujas respostas seguem um discurso aparentemente ajustado. Sim, vão ficar prontos. Mas o que?
Diante da irresponsabilidade do Brasil em planejar e preparar-se adequadamente para a Copa, apesar de ter tido 7 anos para tal, a FIFA, desistiu, "jogou a toalha".
Procurou garantir que os estádios ficassem prontos e "largou mão do resto". O resto não é fundamental para a realização do evento futebolístico, mas vai arranhar a imagem da FIFA. A do Brasil muito mais.
Além dos compromissos com as confederações nacionais de futebol a FIFA tem compromissos com a mídia e com os seus patrocinadores. A eventual falha com esses últimos não impede a realização do evento, mas compromete a capacidade de organização da FIFA e vai ter reflexos para as Copas futuras, implicando em perdas de receitas.
O compromisso com as 32 confederações que passaram para a competição, depois das diversas eliminatórias, é a realização das 64 partidas, em gramado e demais infraestrutura compatível com um grande evento mundial. Isso as seleções irão encontrar e ao final do último jogo, uma delas se sagrará campeã do mundo. Ainda acredito que poderá ser o Brasil.
A FIFA garantiu a elas que encontrariam locais adequados para se hospedar e se preparar e também uma logística segura para as comitivas. Isso está e será cumprido, com o apoio de Prefeituras e de empresas interessadas em receber as equipes.
Ela estará preparada para receber as autoridades governamentais que venham assistir aos jogos, particularmente o da abertura. Poderá não receber como desejava, mas não vai fazer feio, com as suntuosas instalações dentro dos novos estádios. Queria receber nas tendas, mas não precisa.
O que falta então para a realização da Copa? Nada de essencial, mas complementos que afetam a credibilidade da FIFA: as tendas para as feiras dos patrocinadores, as instalações dos sistemas de comunicação para a Central de Mídia e as Fan-Fests.
As tendas para as feiras não estarão prontas em todos os estádios e a saída será realizá-la dentro dos estádios. Será uma solução típica do jeitinho brasileiro.
As instalações de comunicação serão importantes para as emissoras que querem ter as suas transmissões complementares e grandes equipes no Brasil.
O que a FIFA irá assegurar é a captação das imagens dos jogos, com exclusividade, e retransmití-las às emissoras sob contrato. A narração e os comentários poderão ser feitas das sedes das retransmissoras, como ocorre em muitos eventos esportivos.
Mas não é o caso da Rede Globo que quer estar presente, com equipe própria e todo um suporte tecnológico, em todos os estádios. Outras emissoras internacionais querem acompanhar presencialmente o campeonato, ou pelo menos os jogos da sua seleção.
Haverá locais para a mídia, mas a eventual escassez em alguns estádios provocara um racionamento e uma redução de credenciamentos, provocando reclamações dos não autorizados.
Os problemas com a mídia sãos que mais negativamente irão afetar a imagem da FIFA e do Brasil. Será caracterizado como falta de organização.
Tempo para preparar tudo isso existe. Cem dias são mais que suficientes.
O que não existe é dinheiro público. E mesmo que exista não pode ser gasto nesse curto espaço de tempo. Mesmo que se alegue urgência ou até emergência os Ministérios Públicos, nem os Tribunais de Contas vão aceitar a dispensa de licitação.
A solução tem que ser privada. Mas há muitas restrições. Só convirá para os já patrocinadores. Os demais podem até investir, mas não poderão aparecer. A única saída, dentro dos cem dias é o dinheiro da FIFA. No caso dos estádios privados, os proprietários. Esses também resistem em comprometer mais recursos, para os quais não haverá retorno.
Diante do inevitável a FIFA já adotou o jogo do contente. Os estádios vão ficar prontos. O resto vai no jeitinho brasileiro.
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