Passada a Copa, e depois as eleições, o que será o Brasil de 2015? Como estará a vida dos brasileiros, com novos ou os mesmos governantes?
Será um novo Brasil ou apenas mais do mesmo?
Para quem for viajar a partir de São Paulo em voos internacionais ou nacionais mais longos, perceberá uma grande diferença. Chegando a Brasília, também sentirá diferença, mas em todos os demais será mais do mesmo, ainda que novas instalações tenham sido abertas, ou tenham sido maquiadas. As diferenças só serão percebidas mais adiante, provavelmente a partir de 2017. O Galeão ainda estará um lixo, mas estará melhor para as Olimpiadas 2016.
Os legados mais significativos creditáveis à Copa serão as modernizações dos aeroportos internacionais.
A principal diferença poderá ser sentida pelos viajantes nordestinos ao exterior que passarão a ter a opção de um aeroporto na região por onde podem partir ou chegar, com possibilidade maior de escolha de horários, sem ter que vir ao sudeste. Não decorre apenas da Copa, mas essa promoveu a aceleração da abertura do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
Nas cidades algumas pessoas terão à sua disposição sistemas de transporte coletivo mais modernos, eventualmente, mais rápidos, mas sempre lotados em geral e superlotados nos períodos de pico. E os congestionamentos permanecerão dando a impressão de que nada foi feito.
Alguns nós do sistema viário terão sido resolvidos, mas - no geral - transferindo o nó para mais adiante.
A maioria não sentirá grandes diferença no seu dia a dia e se perguntarão: qual foi o legado da Copa para a mobilidade urbana?
Os estádios mais visíveis, localizados em áreas centrais, com grande movimento de pessoas e veículos serão o testemunho da megalomania dos governantes e dos desperdícios. Natal, na entrada da cidade, será o mais visível. Manaus, em área central também será um monumento de pouco uso.
Brasília fica um pouco afastado, mas a sua imponência será visível no setor hoteleiro e está numa das principais rotas de acesso à Esplanada dos Ministérios.
Os maiores candidatos a elefantes brancos serão os mais visíveis, para lembrar cotidianamente à população o desvio de recursos públicos de setores mais essenciais.
Ao contrário do que foi prometido, o brasileiro não estará vivendo melhor, nas cidades-sede da Copa.
Com a insatisfação o povo irá às ruas?
Irá, mas não mais contra a Copa ou mesmo contra os seus gastos. Será por outros motivos, mas dentro das reivindicações, o padrão FIFA, para a educação, para a saude em geral, para os hospitais públicos, para os transportes coletivos serão requeridos.
O "padrão FIFA", como mote de reivindicações populares, será um dos legados da Copa 2014.
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segunda-feira, 31 de março de 2014
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