Não há crise com o PMDB. A crise é do Governo com o baixo clero na Câmara Federal.
O problema dos deputados do baixo clero é um só: ter recursos ou condições para a sua reeleição.
Suas fontes básicas são duas, ambas do Governo Federal: emendas parlamentares e cargos gestores de recursos orçamentários. O baixo clero não aspira Ministérios, mas cargos de segundo ou terceiro escalão. As dificuldades que enfrenta é que o PT quer ter Ministérios com porteira fechada, quando tem o topo e quer dividir o lote com os ditos aliados, quando o Ministro é da base aliada.
Eles dispõe da maioria dos votos dentro da Câmara e se unem em torno dos seus líderes que não são os chefes dos partidos.
O seu principal patrimônio são os votos dos seus eleitores e buscam preservá-lo. Os chefes dos partidos tem outras aspirações.
O Mensalão gerou uma grande lacuna nas lideranças do baixo clero. A mídia voltou a atenção aos líderes do PT condenados, mas não deu a mesma atenção à condenação de alguns dos mais proeminentes líderes do baixo clero: Pedro Henry, Waldemar da Costa Neto e outros. A principal negociação da cúpula do PT era com as lideranças do baixo clero, aos qual concederam as "mesadas" que deu origem à crise e à sua denominação. O "mensalão" nada mais era que a distribuição de mesada aos integrantes do baixo clero. A mesada os acalmava e os levava a votar com o governo: não importa o que fosse.
Com a retirada dos antigos líderes sobrou o espaço para Eduardo Cunha, hoje o mais importante líder do baixo clero.
Eduardo Cunha é do PMDB. É líder oficial da bancada do PMDB. Mas na realidade é o líder da maior bancada informal do Congresso: a do baixo clero.
Pretender isolá-lo ou entender que é um problema da cúpula do PMDB é um equívoco, ou uma miopia. Ele é muito maior do que o PMDB e líder da fisiologia miúda. As cúpulas dos grandes partidos não controlam a sua base.
Os acordos tem que ser feito com o baixo clero que é multipartidário, com integrantes de todos os partidos, eventualmente até um ou outro do PT.
Sem esse acordo, que nem precisaria ser feita pela Presidente, mas - centralizadora como é - quer assumir o comando, o Governo acumulará derrotas em questões de menores consequências efetivas, mas magnificadas pela mídia. As derrotas serão mais simbólicas. Convocações de Ministros é apenas uma chateação para os próprios, mas não "dão em nada".
A consequência efetiva mais importante é: como ficará a composição da Câmara, na próxima legislatura? Como ficará a distribuição entre PT e PMDB? E a oposição?
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
quinta-feira, 13 de março de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário