domingo, 9 de março de 2014

Peso para o Itaquerão, alívio para o Morumbi

Quem riu antes, agora chora. 
Para viabilizar um estádio para o Corinthians era preciso inviabilizar a indicação do Morumbi como estádio de São Paulo, para a Copa. Uma dos principais argumentos apresentados foi que o Morumbi não tinha espaço para as estruturas complementares.
Como estádio para a Copa o São Paulo FC poderia fazer a reforma e modernização do seu estádio, com isenções ou reduções tributárias e ainda com financiamento do BNDES a juros subsidiados. Em contrapartida, teria que fazer investimentos adicionais exigidas pela FIFA, tanto dentro do estádio, como para as estruturas complementares, sem uso posterior estimados em mais de R$ 50 milhões, na ocasião.
Deixando de ser o estádio da Copa, perdeu os benefícios, mas deixou de ter o compromisso adicional para as estruturas complementares, que não vai usar posteriormente.

Para efetivar economicamente o estádio do Corinthians, patrocinado pelo então Presidente Lula, foi montada uma complexa engenharia financeira de forma a aportar recursos públicos, de forma disfarçada. A ideia era mostrar à sociedade que seria uma investimento estritamente privado, sem o ingresso de recursos públicos.   Para o clube contaram outra história: ele não precisaria colocar nenhum tostão.
Mas, com isso, não contemplaram as tais estruturas complementares, que, em consequência ficaram sob a responsabilidade do proprietário do estádio.
Agora a FIFA está exigindo as tendas para abrigar a mídia, os convidados Vips e VVips, as feiras de exposição dos patrocinadores e ainda as áreas e infraestrutura para os caminhões de retransmissão. Um investimento adicional da ordem de R$ 50 milhões, que não renderão nada para o clube, nem no presente, nem no futuro. 
O Corinthians não quer arcar com esse custo adicional só para a festa. Quer que seja feita pelos Governos, que já anunciaram que não o farão. 
Quer que seja feita pela FIFA, pois a festa é dela e só ela terá os rendimentos.
A entidade, por outro lado, diz que essas despesas fazem parte do "pacote de obrigações" para a escolha do Itaquerão como o estádio da abertura e para mostrá-lo, amplamente, ao mundo.

O clube não tem como fugir a essas estruturas complementares. Agora chora, por conta dessas. Está buscando patrocinadores privados para cobrir os rombos. 


O Corinthians pretendia ganhar um estádio de graça, ao se dispor a oferecê-lo para receber a abertura da Copa.

Está a perceber agora que caiu no "conto do vigário". Ganhou de graça uma sopa de pedra, com essa e a água de graça. Mas vai ter que pagar todos os legumes e as carnes do complemento. E não vai custar pouco. Essas estruturas complementares, fora as arquibancadas, está orçadas em cerca de R$ 60 milhões. Somando tudo o investimento (CAPEX - capital expenditure) que o Corinthians terá que amortizar, aos preços atuais, supera R$ 1 bilhão. Mesmo considerando os juros favorecidos do BNDES e o auxílio da Prefeitura, poderá ter, nos primeiros anos, encargos superiores a R$ 100 milhões anuais. Como irá pagar? 





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...