Praticamente completada a primeira rodada da Copa do Mundo da FIFA 2014, pode-se fazer um balanço desse grande evento que se desdobra em muitas, como já mostramos anteriormente.
O maior espetáculo da terra ocorre dentro dos campos e o resultado geral é bom, com duas exceções: a pelada do único 0 x 0, entre Nigéria e Irã, das 14 partidas e o fracasso do principal astro: CR7.
Mas outros deram "show" à altura do padrão FIFA, com magníficas goleadas. E também com algumas surpresas. No geral, as seleções e os jogadores estão cumprindo bem os seus papéis. A Copa das seleções, a Copa do espetáculo vai bem. E tende a ser a "Copa das Copas": a melhor realizada até hoje e o seu sucesso vai encobrir todos os fracassos das demais dimensões da Copa.
A Copa da organização da FIFA que deveria ser impecável, em função do volume de recursos arrecadados pela FIFA, está mostrando grandes falhas, comprometendo a sua imagem de capacidade de organização do seu maior evento. Pode até se explicar, em função das dificuldades de entendimento com o Governo Brasileiro, mas as falhas não fazem jus ao decantado "padrão FIFA".
O show de abertura deve ter sido contratado pela lei 8.666 (a lei de licitações brasileira) pelo regime de menor preço. Foi de uma pobreza, de uma falta de criatividade que dá vergonha ao "padrão Brasil" que tem festas populares imemoriáveis: a começar pelo Carnaval.
As enormes filas para entrar nos estádios, sendo as maiores a de Brasília, explicadas por equipamentos quebrados, não se justifica.
A falha no equipamento de som que não tocou os hinos nacionais da França e Honduras, em Porto Alegre, é de uma incompetência primária.
Até agora a organização da Copa pode ser considerada sofrível, sem "padrão FIFA". O publico tende, no entanto, a debitar a conta ao Governo Brasileiro (ou ao Brasil) a má organização. Porém " à César o que é de César": A responsabilidade pela organização e gestão do evento é da FIFA e do seu braço nacional: o Comitê Organizador Local.
A Copa do suporte, da sua infraestrutura, essa de responsabilidade do Governo Brasileiro está se saindo melhor do que o esperado, sem a ocorrência de graves problemas previstos pelos catastrofistas. O grande teste são estes três dias que antecedem, ocorrem e sucedem o jogo do Brasil em Fortaleza, o aeroporto com maior atraso nas obras.
Todos os estádios estão dando conta do recado. Os entornos, nem tanto: alagamentos que estavam nas previsões, infelizmente se concretizaram. Muita chuva em Natal, uma cidade que não precisava ter um novo estádio, alagaram o antigo lago, aterrado há muitos anos atrás para a instalação do Centro Administrativo e do Machadão. Onde foi reconstruido o novo estádio.
O acesso aos estádio foi difícil para muitos torcedores, mas nenhuma ocorrência grave. As obras de mobilidade não eram essenciais, não ficaram prontas, algumas atrapalham, mas nem um grande fracasso ou sucesso.
A euforia dos torcedores, nacionais e estrangeiros, tem superada os eventuais problemas: "tudo é festa".
A segurança externa está ocorrendo dentro do planejado pelo Governo. Conforme esperado, pequenos grupos de ativistas anti-Copa, incluindo os blackblocs sairam às ruas, mas foram reprimidos com rigor. A polícia não permitiu, com a sua usual violência, que eles tentassem chegar às vias principais para tumultuar o acesso dos torcedores. As ações foram pontuais e não fosse o alarde de parte da mídia, passariam desapercebidos. Às tentativas de vandalismo, algumas concretizadas, foram reprimidas com prisões.
Diversamente do que ocorreu anteriormente a Polícia não foi mobilizada para garantir o direito de manifestação, mas para contê-la.
Dessa forma o clima geral, nas cidades-sede da Copa, é de festa, não obstante alguns incidentes pontuais: muito diferente do anunciado e do receio de que os turistas iriam encontrar um clima de guerra civil.
A má preparação pelos Governos da infraestrutura para a Copa, será superado pelos sucessos.
O maior sucesso é a Copa do Povo. Não a Copa que os movimentos sem teto tentaram se apropriar. Mas o povo que estava apático e temeroso está entrando, cada vez mais, no clima de festa e de congraçamento, com a presença da milhares de turistas estrangeiros.
O brasileiro está mostrando a sua cordialidade, que é nata. Não está cuidando bem dos seus visitantes porque o Governo pediu para tratá-los bem. Estão tratando porque são brasileiros e, como tal, amáveis nas festas. A imagem que o Brasil está mostrando para o mundo não é a violência urbana, as manifestações contrárias, a repressão policial, a pobreza, mas a felicidade dos torcedores da cada país, e a sua recepção pelo povo brasileiro.
Algumas vidraças também serão mostradas, mas a maior vitrine da Copa será a hospitalidade do povo brasileiro.
O Governo vai tentar se apropriar desse resultado mostrando a satisfação dos turistas estrangeiros como o grande sucesso da Copa. Irá retomar o filmete da candidatura do Brasil ainda em 2007, produzido - salvo engano - por Meirelles e Guanais: dois dos melhores craques brasileiros.
O tema principal foi a hospitalidade brasileira. Tudo indica que dará certo. Mesmo que o Brasil não levante o trofeu.
No meio de tantos problemas, o maior legado da Copa 2014 será o povo brasileiro.
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