A greve dos metroviários em São Paulo tem, um fundo político-eleitoral pouco claro.
De um lado o Governo do Estado poderia ter resolvida a questão ainda em maio, mês do vencimento dos acordos, provocando - se fosse o caso - a greve e o dissídio pela Justiça Trabalhista. Deixou a questão se prolongar, mesmo sabendo da maior dificuldade de negociação, com a proximidade da Copa. Teria sido incompetência, desídia ou intencional.
Se ocorrerem problemas durante a Copa, principalmente no dia da abertura quem terá maior desgaste: o Governador ou a Presidente? O prejuízo maior será da imagem do Brasil perante a comunidade internacional.
Centenas de jornalista estarão em São Paulo no dia e farão o mundo todo a cobertura dos eventuais incidentes.
A Presidente, temerariamente, está prometendo realizar a "Copa das copas" embora não tenha todos os instrumentos para garantir esse objetivo, confiando no povo brasileiro, no clima da Copa e no desejo pessoal de que tudo dê certo. É mera torcida.
O sindicato dos metroviário é dominado por uma facção ligada ao PSTU e quer desgastar tanto o Governo Estadual como o Federal. É o principal ou único grande foco de resistência do PSTU, ficando mais à esquerda que o PT, o PCdoB e outros supostos partidos de esquerda.
Aproveitam o momento de fraqueza (ou covardia) dos Governos com receio de perturbações durante a Copa para tentar conseguir melhores condições de remuneração e benefícios.
Com essa visão conseguem a adesão dos metroviários.
Os grevistas seguidores correm maiores riscos do que os dirigentes sindicais. Esses não podem ser demitidos ou demais podem. Então porque se arriscam? Por questões ideológicas? Por solidariedade? por perceber uma ação mais ativa e altiva da direção sindical? por acreditar na sua condução?
As direções sindicais conseguem a liderança pela obtenção de melhores resultados aos seus associados, mediante acordos (nem sempre transparentes) ou mediante luta (também nem sempre transparentes). Em alguns casos a greve, a contestação é para os associados verem. As negociações efetivas são feitas debaixo do pano.
No caso dos metroviário, a opção é pela luta aberta, com negociações transparentes. O seu risco é que não consigam o que propõe e percam prestígio perante os associados. Levar os associados a uma aventura inconsequente é sempre o maior risco da direção sindical. O que acontecerá se não conseguirem os dois dígitos de reajustes pretendidos? Ainda que justos.
Conseguirão manter a greve por mais tempo, alcançando o dia da abertura da Copa?
O Governo Federal pouco tem a fazer, a menos que torcer.
O Governo Estadual está num jogo de alto risco, mas vislumbra que se não conseguir controlar o desgaste maior será do Governo Federal.
Ao PT resta criticar, porque de há muito perdeu a bandeira dos metroviários.
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