Depois da euforia pela escolha do Brasil, como sede, ainda em 2007, a má preparação da infraestrutura requerida para o evento, com a verificação de sucessivos atrasos nas obras, os protestos de rua gerou um temor com relação à sua realização.
Mas, iniciada a Copa em si, ou seja, o grande espetáculo com 64 jogos, apresentando os melhores jogadores do mundo, o clima mudou inteiramente.
Em campo muitas surpresas, começando com a eliminação precoce da Espanha, campeã da edição anterior. Costa Rica, dada previamente como eliminada do Grupo da Morte, com a participação de três ex-campeãs do mundo acabou em primeiro no grupo, eliminando Itália e Inglaterra.
Os grandes astros apareceram, com exceção do considerado ainda o melhor jogador do mundo. Messi e Neymar marcaram os gols vitais para as suas respectivas seleções, mas tem a companhia na artilharia de ilustres desconhecidos.
E muita gente ficou de fora. Não conseguiu comprar os ingressos, mesmo se dispondo a pagar caro e a alternativa foi ir para as "fan-fest" e bares.
Os turistas estrangeiros tomaram conta dos locais de encontro, nas cidades-sede, com muito alarde. Não foram nas cidades todas, mas em alguns lugares. A mídia foi também e mostrou para todo o mundo a aglomeração local, como se fosse o todo. Sempre foi assim.
Na mega cidade de São Paulo não se notam muitos grupos de turistas estrangeiros, a menos que se vá à noite na Vila Madalena. Ou nos dias de jogos no entorno do Itaquerão, ou no Vale do Anhangabau.
Não importa. O que vale é a imagem. E essa é da "invasão estrangeira" tendo como contrapartida a enorme alegria e hospitalidade do povo brasileiro.
Os turistas que aqui vieram não vão levar na mala os estádios, as obras de mobilidade urbana, os aeroportos, mas vão levar boas lembranças e transmitir a impressão de que o Brasil é um bom lugar para vir, para visitar e para curtir.
Curtir é a maior novidade trazida pelas redes sociais. Uma expressão ainda pouco definida, mas traz em si um sentido de aceitação.
Há muito o que comentar sobre esse fenômeno de massa mundial, gerada pela Copa do Mundo. Que é aproveitada pela FIFA para faturar.
Não há tempo e espaço para todos, mas o fato real é que é a maior festa popular mundial. E a maior ocorrida até agora é no Brasil.
Dessa constatação emergem duas questões seguintes:
o que acontecerá com quem queira se creditar pelo enorme sucesso do evento?
Como o Brasil poderá se preparar para um eventual crescimento do fluxo turístico internacional, como consequência da imagem que está gerando para o mundo?
Quem irá à final da Copa, no Maracanã, no dia 13 de julho de 2014 é afirmar que é o responsável pela Copa das Copas, a maior festa popular do mundo ou o maior espetáculo da terra e ser aplaudido? Quem irá se arriscar a fazer esse discurso? Dilma, Lula, Blatter?
Todo crédito pelo sucesso da Copa é do povo brasileiro e ninguém pode pretender se apropriar dele, sem ser apupado por "apropriação indébita".
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