sábado, 14 de junho de 2014

Falta de educação

Dilma não foi apenas vaiada durante o jogo do Brasil no Itaquerão. Foi xingada com termos de baixo calão.
Que deixaram os seus assessores envergonhados em ter que traduzir às autoridades estrangeiras o que o "povo brasileiro", tomado pelo complexo de "vira-lata" estava latindo em uníssono. Com um grito de guerra que as torcidas majoritárias dedicam às do adversário. Não deve ser tomado ao pé da letra. 

Foi uma manifestação clara de falta de educação dos presentes. Que reconhecem essa condição e ainda acrescentam: "sem educação, sem saúde, sem segurança públicas". 

Foi uma total falta de respeito com a autoridade. Quem foi xingada não foi apenas a pessoa, mas a instituição: a Presidência da República que deve merecer o respeito de todo o povo brasileiro, independentemente das divergências partidárias. Ela foi democraticamente eleita. O xingamento coletivo é uma manifestação de anarquia, com o desrespeito às instituições políticas.

Ela está pagando pela cultura de desrespeito pelas instituições, desenvolvida pelo PT nos últimos anos. O PT não aceita as decisões do Presidente do Supremo Tribunal Federal e ameaça com retaliações pessoais a pessoa de Joaquim Barbosa. O advogado de José Genoino, intervém intempestivamente numa reunião do STF para exigir a inclusão na pauta de um agravo de interesse de seu cliente, sem respeito aos regimentos. Pode ter razão, mas é um desrespeito à autoridade.

Os metroviários de São Paulo não atendem às condições estabelecidas pela Justiça do Trabalho para manter um mínimo de serviços à população e para dar legalidade à greve. O direito de greve é sagrado, mas tem limites. Confrontam a autoridade e ainda trombeteiam que não irão pagar as multas. E contam com o apoio do Ministério do Trabalho. Outras categorias seguem o mesmo mal exemplo.

Estudantes invadem a reitoria da UNb e se recusam a sair apesar de decisão judicial. Os sem terra anunciam que irão resistir às reintegrações de posse das terras ou dos imóveis que invadiram. Entendem que as suas necessidades estão acima da lei. 

Refutam as decisões das autoridades, desrespeitam as instituições, com o respaldo dos governantes petistas.

Diante das ameaças do MTST a própria Presidenta recebeu, em Itaquera, os seus líderes.

Está pagando pelo que plantou e tem que se envergonhar perante o mundo a falta de educação do seu povo. Ela replica que não foi o povo, mas a elite. A elite da elite paulista que não gosta dela. Essa realmente puxou as vaias, mas o xingamento foi generalizado. Os presentes não eram apenas paulistas, mas brasileiros de todos os cantos. Com a presença também de muitos estrangeiros. E se a torcida do Corinthians estivesse presente, faria coro: pelo efeito manada. E pior: Dilma teria ouvido termos piores. 

O mesmo público que vaiou cantou o hino nacional até o fim. Apoiou a seleção da CBF surpreendendo os jogadores e a Comissão Técnica. Marcelo não foi apupado pelo gol contra. E ao final os jogadores agradeceram à torcida. Essa sofreu mas não ficou insatisfeita com a sua seleção.

Não tem como Dilma dizer aos seus convivas que o seu povo brasileiro não atacou de "vira-lata". Ou que aquele não era o seu povo. 

É uma racionalização inútil. 

Pior, o governo está tentando reverter o episódio, conclamando o povo contra a elite. É um processo similar ao que ainda está ocorrendo na Venezuela. 

Segundo a visão do Governo e seus partidários, o povo dará resposta às grosserias da elite nas urnas. 


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