A minoria que ainda é contra a Copa não tem capacidade de grande mobilização, mas os que tem reivindicações específicas conseguem grande adesão em função do acovardamento dos Governos diante das reivindicações.
Os governos, capitaneados pelo federal, com a subserviência à FIFA, o excesso de gastos, indícios de corrupção e incompetência na conclusão das obras fomentaram o desenvolvimento de um sentimento anti-copa. Essa fase do "imagine na Copa" está superada, com os estádios prontos, ainda que não no padrão FIFA, para a realização dos jogos e acomodação para os espectadores, remanesceu a questão da segurança.
Os movimentos sociais que reivindicam moradia, ainda que por ações ilegais, conseguem mobilizar os diversos grupos invasores de terrenos ou edifícios vazios e adesão dos anti-copa.
Embora não cheguem aos grandes números de junho de 2013, conseguem o suficiente para causar grandes perturbações no trânsito. Ajudados pela incompetência das autoridades policiais e de trânsito,
ou dos seus operadores que, na prática, estão a favor dos manifestantes.
As diversas categorias de servidores públicos ou de serviços públicos aproveitam o acorvadamento das autoridades para pressionar e conseguir melhorias salariais superiores ao que conseguiriam em outras condições. Percebem que, se pressionarem, conseguem e contam com o apoio da mídia e popular.
Se a resposta das autoridades for com truculência, a adesão pode ser ainda maior.
O grande teste é hoje, em São Paulo, com a greve dos metroviários. A promessa não só é de greve, como de descumprimento da obrigação de manter 70% dos serviços.
Qual será o nível de adesão e quanto tempo irá durar?
Qual será o nível de depredação de trens ou de sistemas que prejudiquem o funcionamento?
Qual será a reação dos usuários? Essa reação pode ser fomentada pelo PCC para depredações.
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E os torcedores? E os pró-copa? Não estão ligando para tudo isso. A menos de uma minoria que ainda disputa o direito de ir aos estádios para assistir as partidas ao vivo, a maioria quer ver a Copa pela televisão, como sempre fizeram, com a sua pipoca e cervejinha ou acompanhamentos mais sofisticados.
O principal líder dos pró-Copa, o homem que trouxe da Copa para o Brasil, já deu a sua palavra de ordem: acompanhar a Copa pela televisão. Quem quiser ir aos estádios que vá a pé ou de jegue. Nada de querer ir de metrô.
A sua covardia, em não querer se expor, para não correr o risco de ser vaiado, é o símbolo máximo da "Copa da vergonha" e estimula os movimentos reivindicatórios.
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