quinta-feira, 3 de julho de 2014

A grande ressaca

O clima da Copa é crescente envolvendo cada vez mais pessoas, em quantidade e em profundidade. A Copa da FIFA no Brasil tornou-se uma grande festa internacional, que dificilmente será superada por qualquer outro evento.

Mas como toda festa, depois que acaba traz a ressaca. Espero que ela não chegue no próximo sábado ou no dia 10. Postergada ela chegará, inevitavelmente, no dia 14 de julho, depois de muita alegria ou tristeza.

Haverá condição de evitá-la? Não. É consequência direta da festa. E essa já é inevitável.

O dia seguinte é o da ressaca. Os subsequentes são os mais complicados. É o do retorno à rotina. 

O povo brasileiro gerou uma fogueira, cada vez maior com muito fogo e fumaça. Tudo o mais foi encoberto. Após 13 de julho, o fogo será apagado e as demais questões voltarão a ficar mais visíveis.

Os legados emergirão, tanto os positivos como os negativos.

O maior dos positivos é a grande vitrine da alegria e hospitalidade do povo brasileiro. E sua grande capacidade de transformar tudo em festa.

O fluxo de turistas deverá superar as previsões. Mais de 600 mil turistas estrangeiros  entrarão no Brasil no período da Copa. Muitos entrarão mais de uma vez. Mas os seus gastos não estarão dentro do esperado. O gasto percapita será muito menor do que dos turistas tradicionais no mesmo período. 

A Copa foi transformada numa imensa festa popular. Muitos turistas voltarão ou trarão outros para as festas. O Carnaval será a maior atração brasileira no mundo. O mundo descobriu também as festas de São João, e a quadrilha (a dança). 

Falta uma grande festa no segundo semestre, para atrair o turista.

O Brasil precisa aproveitar a grande oportunidade para trabalhar melhor a sua maior atração em âmbito mundial. Ninguém, no mundo, sabe fazer festa como no Brasil. Ninguém é capaz de criar um clima de alegria popular, como o Brasil. 

Isso significa que o Brasil precisa perder o preconceito de que é o país do futebol e do carnaval. É, inegavelmente. E essa é a sua grande virtude, a sua grande vitrine para mostrar ao mundo.

E não é preciso mostrar as formas físicas das suas mulheres, incentivando - queira ou não - o turismo sexual. A grande marca será a alegria do povo.

E a manifestação coletiva. Seja vaiando nos estádios, seja saido às ruas para protestos, mas principalmente gritando gooool. 

A partir dessa percepção precisa transformar essa virtude em negócio, para gerar renda e trabalho.

Talvez o maior legado da Copa, sejam os ensinamentos da FIFA em como transformar o interesse popular num excepcional negócio. 

A economia da alegria popular poderá ser o novo modelo econômico do mundo moderno, concorrendo com a economia do conhecimento.









Um comentário:

  1. De acordo, Jorge!

    Agora uma pergunta ao Guru: porque o Pelé não apareceu em nenhum dos jogos do Brasil?

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