sexta-feira, 11 de julho de 2014

Os negócios da mídia derrubaram o Brasil

O futebol se tornou um dos maiores negócios para a mídia. 
Rende milhões (seja de reais, dolares ou euros) e isso precisa ser sustentado, com a continuidade da publicidade.
Ganham os veículos (TV, jornais, revistas e outros meios), ganham as agências, com todas as suas equipes, ganham os garotos ou garotas propaganda.
Os anunciantes pagam as contas da campanha, mas tem a contrapartida da venda dos seus produtos, sejam bens ou serviços. 
Quem paga tudo, na ponta final da cadeia de valores é o consumidor.

O futebol tem um grande poder de atração do consumidor, mas para isso é preciso personarizá-lo, mediante algum bom jogador de destaque. Ou de um técnico vitorioso. 

Não basta que ele seja um craque, em campo. Ele precisa ter carisma pessoal e estar disposto a uma grande exposição pública, a situações inusitadas, às vezes ridiculas, para induzir o consumidor a comprar o produto anunciado.

Uma vez encontrado esse jogador ele é transformado numa personagem, se possível, num mito, num heroi que as crianças e mesmo adultos querem ser.

Diversamente dos super-heróis que seriam  sobrehumanos ser  um Pelé, um Ronaldo, um Kaka ou um Neymar é um sonho alcançavel.

É um processo natural que aproveita as circunstâncias. Mas começa a gerar problemas quando começa a interferir ou determinar esse processo natural e exigir que esse siga os interesses do planejamento midiático.

Isso ocorreu com a seleção brasileira, que teve um grave acidente de percurso o que resultou numa grande tragédia.

Pelé foi uma grande estrela, mas num período em que a mídia não era ainda o negócio que é hoje. Mas é aproveitado até hoje. E é também o grande mito do futebol mundial.

Outro vieram, mas sem muita sustentação, até que emergiu Ronaldo Fenômeno, que hoje é Ronaldo, o Gordo, e consegue fazer disso um fator de atração.

Na esteira do Ronaldão, veio Neymar, utilizado pela Panasonic e depois por vários outros, dada a sua disposição de se expor, além de ser bom de bola.

Ele é exibicionista, o que, agrada os publicitários. Junta a fome com a vontade de comer.

Mas a necessidade da mídia em sustentar o seu melhor garoto propaganda gerou uma distorção que acabou terminando em tragédia coletiva.

Fica claro agora que o técnico foi chamado para montar um time para o jogo do Neymar. Todos os outros 10 deveriam jogar para o brilho e capacidade de decidir o jogo de Neymar. Todos deveriam ser coadjuvantes e foram depreciados para servir ao novo rei, ao novo Deus.

Felipão foi designado técnico da seleção para cumprir essa missão e o fez bem. De início a seleção teve tropeços, mas foi se ajustando tática e psicologicamente para jogar para Neymar. E o garoto também cumpriu bem a sua função: em campo e fora de campo. 

Quando foi para o Barcelona o clube exigiu que ele cumprisse primeiramente a sua função em campo. Mas com a Copa 2014, ele voltou a ser a estrela das campanhas publicitárias.

E agora Lupo, Claro e demais anunciantes?








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