A cultura brasileira de gosto pelas festas, com prejuízo do trabalho organizado sempre foi objeto de críticas e de preconceito: "O Brasil não vai pra frente porque o seu povo é indolente; porque não gosta de trabalhar".
A segunda parte pode ser verdade, mas a primeira não. O Brasil pode transformar a primeira numa grande oportunidade econômica. Foi o que demonstrou a Copa do Mundo da FIFA no Brasil. Os turistas estrangeiros que vieram ao Brasil na época da Copa consideraram o principal fator positivo, a amabilidade do brasileiro e a disposição para fazer e compartilhar a festa com os estrangeiros.
A maior festa foi dos alemães com os baianos.
O tal "complexo do vira-lata" faz com que o Brasil (principalmente São Paulo) considere a Bahia um estado que não progride porque o seu povo é indolente e só quer saber de festa. E mais, o que se descobriu com os alemães em Cabrália: confirma que o Brasil é um país de índios.
Mas o que a imprensa alemã e talvez toda internacional percebeu que os "arianos desenvolvidos" aprenderam os pataxós a como comemorar a vitória e mais levaram rituais na sua mala: como dançar provocando os inimigos.
Ao final do jogo, depois de derrotarem a Argentina e receber o troféu o colocaram no chão e dançaram em volta. Uma forma indígena de comemorar a vitória.
Quando chegaram de volta a Berlim desceram do caminhão e foram para a rua para responder a uma provocação dos argentinos que os chamaram de gauchos, para não dizerem "maricón".
Num grupo de seis jogadores andaram curvados para mostrar como andam os inimigos, no caso os argentinos e se levantaram para mostrar como andam os alemães. Mais um rito que aprenderam com os pataxós. Os argentinos, evidentemente, não gostaram. Os cartolas alemães pediram desculpas pelos seus jogadores. Não precisavam. Não entenderam.
Com o sucesso da Copa, promovido pelo povo brasileiro, um dos pilares do projeto nacional deve ser o de desenvolver a "economia do lazer" ou a "economia do ócio", defendido por Masi.
O Brasil deve se mostrar como o maior festeiro do mundo e trazer todos os anos e durante todo o ano, milhares de turistas estrangeiros, cansados do trabalho e da sisudez. Para participar de uma grande festa popular.
Quer festa? Venha ao Brasil.
Para fazer festa com esse povo "indolente" que faz o maior carnaval do mundo: não sei se do Rio de Janeiro, da Bahia ou do Recife.
E também com os índios.
A grande estratégia para o turismo no Brasil deve ser tornar as suas festas populares em evento internacional. E, com isso, superar o "complexo de vira-lata" de que o Brasil é o país do carnaval.
A única contestação que cabe é que não é só do carnaval, mas do São João, do Cirio de Nazaré, de Nossa Senhora da Aparecida, do forró, dos rodeios e tudo mais.
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