Uma suposição adicional dos planejadores, é que com o limite máximo de vagas, a necessidade de volume de construção será menor, resultando num preço final menor, atraindo mais pessoas para morar nesses locais, que terão melhor acesso aos locais de trabalho, compras, serviços educacionais e outros pelo transporte coletivo.
Essa suposição se baseia na existência real de pessoas que estão dispostas a viver na cidade sem a posse de um carro. Ou quando muito de um único carro, sem movimentá-lo durante a semana. Eu mesmo conheço alguns, mas são uma minoria do conjunto de pessoas conhecidas, quase todas elas de renda média para cima.
Uma primeira questão é o tamanho dessa demanda e, em função, da sua escala, o interesse das empresas do setor imobiliário em incorporar novos edifícios residenciais nessas áreas, contemplando apenas uma vaga.
Essa demanda poderá ser de morador individual tanto jovens, como adultos, esses - em geral - separados, idosos ou casais sem filhos adultos que podem dispensar a posse de um automóvel. Casais como filhos pequenos podem se contentar com um único carro para emergências.
A principal hipótese otimista é que essa população será crescente, com novos jovens sem ambições de ter o seu carro próprio, preferindo a independência de moradia, assim como de um número maior de separados (as) morando só e dispondo de apenas um automóvel. Os casais já com os filhos criados, poderão viver sem automóvel ou apenas com um para situações eventuais.
A segunda hipótese mais otimista é de moradores que optam conscientemente por trocar o carro pela bicicleta ou pelo transporte coletivo.
As hipóteses otimistas levariam a uma demanda consistente por novos imóveis nos entornos do transporte coletivo, como desejado pela Prefeitura, o que seria atendido pelo mercado imobiliário.
Um cenário oposto, mostraria que essa demanda seria pequena, não interessando ao mercado imobiliário a menos de imóveis diferenciados, como os studios, mais caros que os comuns. Seria um mercado para alta renda, de pessoas com elevada consciência ambiental.

A maioria dos compradores dos novos apartamentos seriam novas famílias em formação, por casamento, ou já formadas, buscando um imóvel melhor.
Uma das condições de melhoria seria a disponibilidade de duas vagas, uma para cada carro do casal. As famílias novas teriam a expectativa de melhoria futura e isso significaria ter dois carros, pelo menos, e consequentemente duas vagas.
A compra do carro pode ser adiada e também paga a curto prazo. O financiamento da casa é a longo prazo. A perspectiva é de uma longa permanência, ou a liquidez do imóvel. Se a perspectiva é que uma demanda limitada, a liquidez seria baixa, desestimulando a escolha.
A principal demanda continuaria fora das áreas definidas pelo Plano Diretor, as quais perderiam dinamismo e risco de ficarem
O resultado final seria o oposto desejado pelos planejadores.
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