Passada a Copa, e depois as eleições, o que será o Brasil de 2015? Como estará a vida dos brasileiros, com novos ou os mesmos governantes?
Será um novo Brasil ou apenas mais do mesmo?
Para quem for viajar a partir de São Paulo em voos internacionais ou nacionais mais longos, perceberá uma grande diferença. Chegando a Brasília, também sentirá diferença, mas em todos os demais será mais do mesmo, ainda que novas instalações tenham sido abertas, ou tenham sido maquiadas. As diferenças só serão percebidas mais adiante, provavelmente a partir de 2017. O Galeão ainda estará um lixo, mas estará melhor para as Olimpiadas 2016.
Os legados mais significativos creditáveis à Copa serão as modernizações dos aeroportos internacionais.
A principal diferença poderá ser sentida pelos viajantes nordestinos ao exterior que passarão a ter a opção de um aeroporto na região por onde podem partir ou chegar, com possibilidade maior de escolha de horários, sem ter que vir ao sudeste. Não decorre apenas da Copa, mas essa promoveu a aceleração da abertura do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
Nas cidades algumas pessoas terão à sua disposição sistemas de transporte coletivo mais modernos, eventualmente, mais rápidos, mas sempre lotados em geral e superlotados nos períodos de pico. E os congestionamentos permanecerão dando a impressão de que nada foi feito.
Alguns nós do sistema viário terão sido resolvidos, mas - no geral - transferindo o nó para mais adiante.
A maioria não sentirá grandes diferença no seu dia a dia e se perguntarão: qual foi o legado da Copa para a mobilidade urbana?
Os estádios mais visíveis, localizados em áreas centrais, com grande movimento de pessoas e veículos serão o testemunho da megalomania dos governantes e dos desperdícios. Natal, na entrada da cidade, será o mais visível. Manaus, em área central também será um monumento de pouco uso.
Brasília fica um pouco afastado, mas a sua imponência será visível no setor hoteleiro e está numa das principais rotas de acesso à Esplanada dos Ministérios.
Os maiores candidatos a elefantes brancos serão os mais visíveis, para lembrar cotidianamente à população o desvio de recursos públicos de setores mais essenciais.
Ao contrário do que foi prometido, o brasileiro não estará vivendo melhor, nas cidades-sede da Copa.
Com a insatisfação o povo irá às ruas?
Irá, mas não mais contra a Copa ou mesmo contra os seus gastos. Será por outros motivos, mas dentro das reivindicações, o padrão FIFA, para a educação, para a saude em geral, para os hospitais públicos, para os transportes coletivos serão requeridos.
O "padrão FIFA", como mote de reivindicações populares, será um dos legados da Copa 2014.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Legado da Copa - cultura ética e de gestão
Escolhido o Brasil, como sede da Copa do Mundo da FIFA de 2014, com sete anos de antecedência, criou-se a grande oportunidade para radicais mudanças na cultura brasileira, de forma a se aproximar de padrões éticos e gerenciais de países mais desenvolvidos.
Era a excepcional oportunidade para desenvolver o planejamento de médio prazo, a transparência na gestão dos recursos públicos com o seu uso mais ético.
Essas mudanças culturais poderiam ser um dos principais legados da Copa no Brasil. Infelizmente a oportunidade está sendo perdida.
Apesar de um período razoável para a preparação, ainda que não folgado, o Brasil abdicou do planejamento, mantendo a cultura dos adiamentos sucessivos, contando sempre com um "jeitinho" para resolver os problemas.
Logo depois da escolha, o Governo Federal pouco ou nada fez, como se tivesse todo o tempo do mundo. Afinal 2008 estava muito distante de 2014: esse era visto então como um futuro longínquo.
O planejamento - mesmo assim parcial e elementar - só começou em 2009, com a escolha das cidades-sede e mesmo assim, com mudanças de alguns estádios, como os de Cuiabá, Natal e Recife. O estádio para a abertura em São Paulo, foi mudado em 2010.
A definição das obras para a melhoria da mobilidade urbana, aeroportos e outros também só foi feita em 2010, dentro de uma matriz de responsabilidades. Um instrumento elementar, acordado às pressas, e não o produto de um cuidadoso planejamento.
O resultado é que essa matriz teve sucessivas alterações, com substituição de obras da relação e exclusão de obras que não ficariam prontas a tempo de atender à Copa 2014.
Para acelerar as contratações foi estabelecido um regime diferenciado, que seria excepcional, mas dentro dos padrões brasileiros, vem se tornando geral, com resultados finais duvidosos. Ganhou-se no prazo das contratações, mas não nos prazos de entrega. Esses estão piores do que os das contratações dentro das regras gerais.
Como consequência da falta de planejamento, as obras não ficaram e não estão fincando prontas dentro dos cronogramas específicos e mesmo alguns estádios abertos para a realização de jogos, estão incompletos.
O Brasil que com a Copa do Mundo da FIFA, edição de 2014, pretendia se mostrar ao mundo como um país desenvolvido, sério e preparado, está confirmando a sua faceta real de atraso e improvisação, sob o manto do "jeitinho brasileiro", tentando mostrar ao mundo que isso é uma qualidade e não um defeito.
O resultado até agora da preparação do Brasil para a Copa é de perda de credibilidade e não de ganho, seja junto aos turistas como perante os investidores.
Trazer a Copa para o Brasil até agora é um "tiro no pé". Mais um entre outros.
É inegável o avanço na transparência da gestão de recursos públicos, dentro de um quadro geral de exigência da sociedade.
Os portais de acompanhamento do andamentos dos preparativos, mantidos pelo próprio Governo Federal, e replicados por portais privados, assim como a lei de acesso às informações, tem permitido à sociedade acompanhar com mais informações o que está sendo gasto com a preparação para a Copa: o que alimentou as manifestações populares. Apesar de algumas contestações e dúvidas sobre alguns números há um conhecimento geral.
Esse aumento da transparência não é um legado específico da Copa, mas esta contribuiu significativamente, pelo interesse da população por tudo o que diz respeito a ela, não apenas do ponto de vista futebolístico. Não há como a Administração Pública voltar atrás, na divulgação dos seus números.
Esse aumento de transparência, no entanto, não tolheram os superfaturamentos e a corrupção. O enorme volume de gastos com a preparação da Copa era uma oportunidade ímpar para os corruptos "abocanharem" o seu e muitos não perderam a oportunidade.
A ação fiscalizadora dos órgãos de controle conseguiu coibir alguns, mas não todos. Sob o manto do cumprimento dos prazos muita coisa passou. E com a conivência da FIFA, usada como argumento para serviços adicionais, os valores dos estádios foram inflados.
A possibilidade de um padrão ético melhor, no uso dos recursos públicos, com a preparação da Copa, também foi frustrada.
O uso das parcerias público-privadas, com mecanismos complexos ajudou também a mascarar valores superiores aos do mercado.
O maior uso das PPPs, com a consolidação do instrumento é, sem dúvida, um legado da Copa. Os resultados subsequentes, que emergirão ao longo dos próximos anos, mostrarão um conjunto de defeitos que oneram as obrigações do parceiro público. Mas são condições adjetivas que podem ser ajustadas e aprimoradas, sem prejuízo da aplicação da modalidade.
O legado da Copa na cultura de gestão dos recursos públicos não será dos melhores. Com graves repercussões sobre a imagem e a credibilidade do Brasil.
Era a excepcional oportunidade para desenvolver o planejamento de médio prazo, a transparência na gestão dos recursos públicos com o seu uso mais ético.
Essas mudanças culturais poderiam ser um dos principais legados da Copa no Brasil. Infelizmente a oportunidade está sendo perdida.
Apesar de um período razoável para a preparação, ainda que não folgado, o Brasil abdicou do planejamento, mantendo a cultura dos adiamentos sucessivos, contando sempre com um "jeitinho" para resolver os problemas.
Logo depois da escolha, o Governo Federal pouco ou nada fez, como se tivesse todo o tempo do mundo. Afinal 2008 estava muito distante de 2014: esse era visto então como um futuro longínquo.
O planejamento - mesmo assim parcial e elementar - só começou em 2009, com a escolha das cidades-sede e mesmo assim, com mudanças de alguns estádios, como os de Cuiabá, Natal e Recife. O estádio para a abertura em São Paulo, foi mudado em 2010.
A definição das obras para a melhoria da mobilidade urbana, aeroportos e outros também só foi feita em 2010, dentro de uma matriz de responsabilidades. Um instrumento elementar, acordado às pressas, e não o produto de um cuidadoso planejamento.
O resultado é que essa matriz teve sucessivas alterações, com substituição de obras da relação e exclusão de obras que não ficariam prontas a tempo de atender à Copa 2014.
Para acelerar as contratações foi estabelecido um regime diferenciado, que seria excepcional, mas dentro dos padrões brasileiros, vem se tornando geral, com resultados finais duvidosos. Ganhou-se no prazo das contratações, mas não nos prazos de entrega. Esses estão piores do que os das contratações dentro das regras gerais.
Como consequência da falta de planejamento, as obras não ficaram e não estão fincando prontas dentro dos cronogramas específicos e mesmo alguns estádios abertos para a realização de jogos, estão incompletos.
O Brasil que com a Copa do Mundo da FIFA, edição de 2014, pretendia se mostrar ao mundo como um país desenvolvido, sério e preparado, está confirmando a sua faceta real de atraso e improvisação, sob o manto do "jeitinho brasileiro", tentando mostrar ao mundo que isso é uma qualidade e não um defeito.
O resultado até agora da preparação do Brasil para a Copa é de perda de credibilidade e não de ganho, seja junto aos turistas como perante os investidores.
Trazer a Copa para o Brasil até agora é um "tiro no pé". Mais um entre outros.
É inegável o avanço na transparência da gestão de recursos públicos, dentro de um quadro geral de exigência da sociedade.
Os portais de acompanhamento do andamentos dos preparativos, mantidos pelo próprio Governo Federal, e replicados por portais privados, assim como a lei de acesso às informações, tem permitido à sociedade acompanhar com mais informações o que está sendo gasto com a preparação para a Copa: o que alimentou as manifestações populares. Apesar de algumas contestações e dúvidas sobre alguns números há um conhecimento geral.
Esse aumento da transparência não é um legado específico da Copa, mas esta contribuiu significativamente, pelo interesse da população por tudo o que diz respeito a ela, não apenas do ponto de vista futebolístico. Não há como a Administração Pública voltar atrás, na divulgação dos seus números.
Esse aumento de transparência, no entanto, não tolheram os superfaturamentos e a corrupção. O enorme volume de gastos com a preparação da Copa era uma oportunidade ímpar para os corruptos "abocanharem" o seu e muitos não perderam a oportunidade.
A ação fiscalizadora dos órgãos de controle conseguiu coibir alguns, mas não todos. Sob o manto do cumprimento dos prazos muita coisa passou. E com a conivência da FIFA, usada como argumento para serviços adicionais, os valores dos estádios foram inflados.
A possibilidade de um padrão ético melhor, no uso dos recursos públicos, com a preparação da Copa, também foi frustrada.
O uso das parcerias público-privadas, com mecanismos complexos ajudou também a mascarar valores superiores aos do mercado.
O maior uso das PPPs, com a consolidação do instrumento é, sem dúvida, um legado da Copa. Os resultados subsequentes, que emergirão ao longo dos próximos anos, mostrarão um conjunto de defeitos que oneram as obrigações do parceiro público. Mas são condições adjetivas que podem ser ajustadas e aprimoradas, sem prejuízo da aplicação da modalidade.
O legado da Copa na cultura de gestão dos recursos públicos não será dos melhores. Com graves repercussões sobre a imagem e a credibilidade do Brasil.
sábado, 29 de março de 2014
Continua o impasse
O jeitinho brasileiro caracteriza-se pelo adiamento sucessivo das decisões e ações até a undécima hora, para dar um "jeitinho" na última hora. Com uma solução improvisada.
Quinta-feira passou, sem solução para o impasse das estruturas complementares e temporárias no estádio do Itaquerão, onde ocorrerá o jogo de abertura da Copa da Fifa 2014. Jérôme Valcke anunciou que haveria solução até sexta, mas voltou para a Suiça sem uma solução. Porto Alegre deu um passo, mas ainda não a solução. Não há suficiente segurança jurídica para os eventuais investidores de que irão gastar e poderão compensar no ICMS. Há várias ações jurídicas preparadas para contestar a medida aprovada pela Assembléia Legislativa, com base em proposta do Executivo.
O jogo é bem conhecido: "fiz a minha parte, os outros é que não deixaram". A turma da FIFA fica desesperada com isso, mas ainda estão se acostumando com o "modo brasileiro".
A 75 dias da abertura, as soluções serão no jeitinho brasileiro, com a impressão de que estará tudo resolvido, mas com soluções improvisadas e maquiadas.
O essencial para a realização dos jogos será resolvido, com geradores para suprir, por pouco tempo, eventuais apagões de eletricidade, assim como as instalações para a mídia e para as transmissões de TV, pela FIFA. As complementares que as TV querem para transmissões especiais terão que acordar com a Rede Globo que será uma das poucas ou a única a dispor da infraestrutura, com investimento próprio.
As tendas ou barracas só serão erguidas por conta dos interessados e não pelos proprietários dos estádios.
No Itaquerão, onde se concentram os maiores impasses, porque receberá o jogo de abertura, a semana terminou ainda empatada. Os próximos 45 dias serão de prorrogação, que também deverá terminar empatada. Os últimos 30 dias serão dos penalties.
O jogo continua a mesmo. O Governo Federal, através do seu Ministro dos Esportes não quer assumir a liderança das negociações com a FIFA, para uma solução acordada, com minimização das exigências e saidas alternativas que não as tradicionais barracas. Não quer para não ter que assumir os ônus de financiar o que precisa ser feito. Permanece no discurso de confiar que os Governos Estaduais, Municipais e clubes encontrem uma solução. Ele sabe que não pode confiar, mas mantém o discurso.
A FIFA não arreda pé, fiando-se nos contratos firmados, na Lei Geral da Copa e ameaçando entrar com ações de indenização: já que não é mais possível cancelar a Copa ou alguma cidade. O Governo Federal fica intimidado, com receio dos impactos eleitorais e das promessas de realizar "A Copa das Copas".
Governo Estadual e Municipal continuam dizendo que já estão fazendo a sua parte e não vão fazer nada mais. Só se dispõe a ajudar encontrar parceiros ou patrocinadores privados para colocar o dinheiro. Apenas declarações de "maior esforço". Pouco ou nada efetivo.
O Corinthians faz o jogo também tradicional. Um diz que está tudo resolvido e outro diz o contrário. Andrés Sanchez, ex-presidente e responsável pela obra, diz que o clube vai pagar as instalações temporárias. O atual Presidente diz que não. O que Sanchez quer dizer é que já teria patrocinadores para ajudar o clube. Mais uma vez é um "wishful thinking".
O clube não vai pagar. Agora que as coisas ficaram mais claras, com o entendimento do que são essas tais estruturas complementares que já mostramos aqui reiteradamente, como o "camelodromo" da FIFA, os órgãos decisórios do clube não vão concordar em pagar a festa da FIFA, que não traz nenhum benefício ao clube: só custos.
Isto já era sabido desde que o Itaquerão foi escolhido como local para o jogo da abertura. A dificuldade do Morumbi em suprir essas estruturas complementares e temporárias foi usada como argumento para a sua substituição. O Itaquerão teria as condições e as tais estruturas foram incluidas no empreendimento. Mas não no contrato de construção da obra pela Odebrecht. Essa pretende se retirar do canteiro 60 dias antes da Copa, com a obra entregue segundo o seu contrato.
Sanchez contava com a maior e melhor visibilidade do estádio para vender caro o "naming right" e justificar perante os conselheiros e dirigentes do clube a necessidade de atender plenamente a FIFA. Não conseguiu. Mas como ainda está no primeiro tempo da prorrogação, conta com algum tempo para marcar o gol salvador.
Sem patrocinador o clube não vai assumir os custos e dívida adicional. Já está terrivelmente incomodado e apreensivo com a dívida já assumida, muito acima das expectativas iniciais. O clube agora "está caindo na real".
Resta a FIFA para pagar. Mas esta também já está também entendo melhor o "jeitinho" brasileiro e vai deixar a decisão para os penalties. Por enquanto só exige, só ameaça. Mas ela tem os seus "patrões": os patrocinadores que precisam ser atendidos, segundo os seus contratos.
Ao final ela poderá investir, contando que poderá se ressarcir do Governo Brasileiro em função dos contratos firmados, com decisões judiciais em foros internacionais. O problema é que ela mesmo mudou tanto as exigências e as especificações, que a deixa em condições menos segura para reivindicar os gastos decorrentes dessas mudanças.
Ela poderia ganhar judicialmente, porém será que valerá a pena, em termos de imagem, para negociar os seus futuros patrocínios?
Esse é o dilema de Valcke e Blatter. Por isso vão esperar pelos penalties.
Quinta-feira passou, sem solução para o impasse das estruturas complementares e temporárias no estádio do Itaquerão, onde ocorrerá o jogo de abertura da Copa da Fifa 2014. Jérôme Valcke anunciou que haveria solução até sexta, mas voltou para a Suiça sem uma solução. Porto Alegre deu um passo, mas ainda não a solução. Não há suficiente segurança jurídica para os eventuais investidores de que irão gastar e poderão compensar no ICMS. Há várias ações jurídicas preparadas para contestar a medida aprovada pela Assembléia Legislativa, com base em proposta do Executivo.
O jogo é bem conhecido: "fiz a minha parte, os outros é que não deixaram". A turma da FIFA fica desesperada com isso, mas ainda estão se acostumando com o "modo brasileiro".
A 75 dias da abertura, as soluções serão no jeitinho brasileiro, com a impressão de que estará tudo resolvido, mas com soluções improvisadas e maquiadas.
O essencial para a realização dos jogos será resolvido, com geradores para suprir, por pouco tempo, eventuais apagões de eletricidade, assim como as instalações para a mídia e para as transmissões de TV, pela FIFA. As complementares que as TV querem para transmissões especiais terão que acordar com a Rede Globo que será uma das poucas ou a única a dispor da infraestrutura, com investimento próprio.
As tendas ou barracas só serão erguidas por conta dos interessados e não pelos proprietários dos estádios.
No Itaquerão, onde se concentram os maiores impasses, porque receberá o jogo de abertura, a semana terminou ainda empatada. Os próximos 45 dias serão de prorrogação, que também deverá terminar empatada. Os últimos 30 dias serão dos penalties.
O jogo continua a mesmo. O Governo Federal, através do seu Ministro dos Esportes não quer assumir a liderança das negociações com a FIFA, para uma solução acordada, com minimização das exigências e saidas alternativas que não as tradicionais barracas. Não quer para não ter que assumir os ônus de financiar o que precisa ser feito. Permanece no discurso de confiar que os Governos Estaduais, Municipais e clubes encontrem uma solução. Ele sabe que não pode confiar, mas mantém o discurso.
A FIFA não arreda pé, fiando-se nos contratos firmados, na Lei Geral da Copa e ameaçando entrar com ações de indenização: já que não é mais possível cancelar a Copa ou alguma cidade. O Governo Federal fica intimidado, com receio dos impactos eleitorais e das promessas de realizar "A Copa das Copas".
Governo Estadual e Municipal continuam dizendo que já estão fazendo a sua parte e não vão fazer nada mais. Só se dispõe a ajudar encontrar parceiros ou patrocinadores privados para colocar o dinheiro. Apenas declarações de "maior esforço". Pouco ou nada efetivo.
O Corinthians faz o jogo também tradicional. Um diz que está tudo resolvido e outro diz o contrário. Andrés Sanchez, ex-presidente e responsável pela obra, diz que o clube vai pagar as instalações temporárias. O atual Presidente diz que não. O que Sanchez quer dizer é que já teria patrocinadores para ajudar o clube. Mais uma vez é um "wishful thinking".
O clube não vai pagar. Agora que as coisas ficaram mais claras, com o entendimento do que são essas tais estruturas complementares que já mostramos aqui reiteradamente, como o "camelodromo" da FIFA, os órgãos decisórios do clube não vão concordar em pagar a festa da FIFA, que não traz nenhum benefício ao clube: só custos.
Isto já era sabido desde que o Itaquerão foi escolhido como local para o jogo da abertura. A dificuldade do Morumbi em suprir essas estruturas complementares e temporárias foi usada como argumento para a sua substituição. O Itaquerão teria as condições e as tais estruturas foram incluidas no empreendimento. Mas não no contrato de construção da obra pela Odebrecht. Essa pretende se retirar do canteiro 60 dias antes da Copa, com a obra entregue segundo o seu contrato.
Sanchez contava com a maior e melhor visibilidade do estádio para vender caro o "naming right" e justificar perante os conselheiros e dirigentes do clube a necessidade de atender plenamente a FIFA. Não conseguiu. Mas como ainda está no primeiro tempo da prorrogação, conta com algum tempo para marcar o gol salvador.
Sem patrocinador o clube não vai assumir os custos e dívida adicional. Já está terrivelmente incomodado e apreensivo com a dívida já assumida, muito acima das expectativas iniciais. O clube agora "está caindo na real".
Resta a FIFA para pagar. Mas esta também já está também entendo melhor o "jeitinho" brasileiro e vai deixar a decisão para os penalties. Por enquanto só exige, só ameaça. Mas ela tem os seus "patrões": os patrocinadores que precisam ser atendidos, segundo os seus contratos.
Ao final ela poderá investir, contando que poderá se ressarcir do Governo Brasileiro em função dos contratos firmados, com decisões judiciais em foros internacionais. O problema é que ela mesmo mudou tanto as exigências e as especificações, que a deixa em condições menos segura para reivindicar os gastos decorrentes dessas mudanças.
Ela poderia ganhar judicialmente, porém será que valerá a pena, em termos de imagem, para negociar os seus futuros patrocínios?
Esse é o dilema de Valcke e Blatter. Por isso vão esperar pelos penalties.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Cenário conspiratório da CPMI da Petrobras
A oposição quer uma CPI para investigar as compra da refinaria de petróleo em Pasadena, no Texas, EUA. A sociedade apoia. A base aliada está dividida e rebelde.
Então qual e a reação e a estratégia do Planalto?
Deixar "rolar" a CPI e transformar o limão numa limonada. O Governo controla a CPI, indicando o Presidente e o Relator.
A mídia criou a versão, aceita de forma generalizada, de que Dilma, então Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, aprovou uma compra ruim, pagando um valor excessivo, pela refinaria, adquirida pouco tempo atrás pelo vendedor por um preço muito menor. E que, agora vale muito menos do que o preço da compra.
A estratégia envolve 4 pontos e 3 fases:
1 - mostrar à sociedade que a operação de compra, nos termos em que foi conhecida e aprovada, era boa, conforme das circunstâncias daquele momento e previsões do mercado;
2 - as cláusulas de "put option" e "marlim" não foram mostradas pelos dirigentes que conduziram a operação, por conta de uma "conspiração" dos diretores apoiados pelos políticos;
3 - a operação tornou-se desastrosa em função da imposição judicial pelo cumprimento das cláusulas contratuais, contra as quais Dilma, se opôs a cumprir na fase administrativa;
4 - o valor menor atual decorre de mudanças no mercado de petróleo, como consequência da crise financeira internacional, um cenário considerado improvável, por ocasião do negócio inicial.
A CPI seria então a oportunidade, conduzida pelos delegados do Planalto, para demostrar à sociedade e à mídia que:
1. Dilma agiu com absoluta lisura e foi vítima de uma conspiração de diretores indicados e avalizados por políticos da base aliada;
2. Os diretores não foram punidos anteriormente porque a conspiração só transpirou agora e, mesmo assim sem as provas contundentes que daria suporte a demissões por justa causa;
3. Dilma vai aproveitar a oportunidade para fazer uma "faxina" e avisar aos políticos de que a Petrobrás não pode ser objeto de loteamento, que ficará restrita a outros cargos de estatais ou da administração direta menos sujeitos à escândalos midiáticos.
Fazendo prevalecer essa versão, ainda que a contragosto da mídia independente e fortemente patrocinada na mídia "chapa branca" Dilma retomaria perante o eleitorado a imagem da "faxineira", desmontando o "loteamento político". Melhoria ainda a imagem da Petrobras perante os investidores, por eliminar ou minimizar a ingerência política. Isto, supostamente, já estaria ocorrendo.
Então qual e a reação e a estratégia do Planalto?
Deixar "rolar" a CPI e transformar o limão numa limonada. O Governo controla a CPI, indicando o Presidente e o Relator.
A mídia criou a versão, aceita de forma generalizada, de que Dilma, então Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, aprovou uma compra ruim, pagando um valor excessivo, pela refinaria, adquirida pouco tempo atrás pelo vendedor por um preço muito menor. E que, agora vale muito menos do que o preço da compra.
1 - mostrar à sociedade que a operação de compra, nos termos em que foi conhecida e aprovada, era boa, conforme das circunstâncias daquele momento e previsões do mercado;
2 - as cláusulas de "put option" e "marlim" não foram mostradas pelos dirigentes que conduziram a operação, por conta de uma "conspiração" dos diretores apoiados pelos políticos;
3 - a operação tornou-se desastrosa em função da imposição judicial pelo cumprimento das cláusulas contratuais, contra as quais Dilma, se opôs a cumprir na fase administrativa;
4 - o valor menor atual decorre de mudanças no mercado de petróleo, como consequência da crise financeira internacional, um cenário considerado improvável, por ocasião do negócio inicial.
A CPI seria então a oportunidade, conduzida pelos delegados do Planalto, para demostrar à sociedade e à mídia que:
1. Dilma agiu com absoluta lisura e foi vítima de uma conspiração de diretores indicados e avalizados por políticos da base aliada;
2. Os diretores não foram punidos anteriormente porque a conspiração só transpirou agora e, mesmo assim sem as provas contundentes que daria suporte a demissões por justa causa;
3. Dilma vai aproveitar a oportunidade para fazer uma "faxina" e avisar aos políticos de que a Petrobrás não pode ser objeto de loteamento, que ficará restrita a outros cargos de estatais ou da administração direta menos sujeitos à escândalos midiáticos.
Fazendo prevalecer essa versão, ainda que a contragosto da mídia independente e fortemente patrocinada na mídia "chapa branca" Dilma retomaria perante o eleitorado a imagem da "faxineira", desmontando o "loteamento político". Melhoria ainda a imagem da Petrobras perante os investidores, por eliminar ou minimizar a ingerência política. Isto, supostamente, já estaria ocorrendo.
quinta-feira, 27 de março de 2014
Rebaixamento para BBB14
O rebaixamento do país do futebol para o BBB terá uma repercussão política eleitoral maior do que a econômica. Porque a versão sobre o rebaixamento vai muito além da opinião publicada e dos economistas.
A versão popular é que o Brasil foi rebaixado para a série B, o que causa grande trauma, como foram os rebaixamento do Corinthians e do Palmeiras. A briga da Portuguesa dos Desportos para evitar o seu suspeito rebaixamento, em disputa com o ainda poderoso Fluminense, nos meios oficiais do futebol, com ampla repercussão pela mídia indica a importância popular do fato.
O rebaixamento é o grande símbolo da derrota que, embora não seja da mesma grandeza de 50, é sentido como um grande golpe na auto-estima. Os torcedores se conformam, mas com muita tristeza e que permanece por muito tempo, até que ocorra a recuperação.
Você olha a notícia, segura o choro, engole as lágrimas, mas sente: "fomos rebaixados".
Não importa quem é S&P, o que significa, nem que é nota para mostrar aos banqueiros e investidores e com que critérios - mas certamente "fomos roubados" - e estamos rebaixados. Os maiores responsáveis não são os jogadores, mas os dirigentes e o técnico. Mantega pode dar as explicações que quiser, mas o fato real é que "fomos rebaixados" e pior, para o BBB. E daqui a pouco vamos ser expulso da "casa mais vigiada".
Mas resta uma esperança para o brasileiro e para o Governo. A total recuperação com a conquista da Copa.
Se perdermos, o último sopro de esperança terá ido e o Governo perderá as eleições: de lavada.
Ganhar a Copa não assegura à Presidente a sua reeleição, mas se perder será por pouco.
A versão popular é que o Brasil foi rebaixado para a série B, o que causa grande trauma, como foram os rebaixamento do Corinthians e do Palmeiras. A briga da Portuguesa dos Desportos para evitar o seu suspeito rebaixamento, em disputa com o ainda poderoso Fluminense, nos meios oficiais do futebol, com ampla repercussão pela mídia indica a importância popular do fato.
O rebaixamento é o grande símbolo da derrota que, embora não seja da mesma grandeza de 50, é sentido como um grande golpe na auto-estima. Os torcedores se conformam, mas com muita tristeza e que permanece por muito tempo, até que ocorra a recuperação.
Você olha a notícia, segura o choro, engole as lágrimas, mas sente: "fomos rebaixados".
Não importa quem é S&P, o que significa, nem que é nota para mostrar aos banqueiros e investidores e com que critérios - mas certamente "fomos roubados" - e estamos rebaixados. Os maiores responsáveis não são os jogadores, mas os dirigentes e o técnico. Mantega pode dar as explicações que quiser, mas o fato real é que "fomos rebaixados" e pior, para o BBB. E daqui a pouco vamos ser expulso da "casa mais vigiada".
Mas resta uma esperança para o brasileiro e para o Governo. A total recuperação com a conquista da Copa.
Se perdermos, o último sopro de esperança terá ido e o Governo perderá as eleições: de lavada.
Ganhar a Copa não assegura à Presidente a sua reeleição, mas se perder será por pouco.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Exportação de produtos primários
A pauta de exportações brasileiras é dominada pelas commodities, sendo o complexo soja a principal. Com a retração da exportação dos produtos industrializados, vem aumentando a dependência do Brasil desses produtos.
Esta condição não é aceita pela maioria dos economistas, das autoridades e pela sociedade, influenciada pelos primeiros. É vista como uma condição de uma economia subdesenvolvida e não de uma potência econômica que precisa produzir e exportar produtos de alta tecnologia e inovadores e não produtos primários.
Este viés ou até preconceito foi praticamente consenso durante muitos anos, apesar de uma realidade sempre rejeitada, que só agora começa a ser quebrado, com aceitação de um modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, baseado no agronegócio e não na indústria. Ainda que o agronegócio envolva também um segmento industrial.
Decorre do crescimento da importância relativa desse setor na formação do PIB e do comércio exterior e de uma percepção mais realista do agronegócio.
A agropecuária é caracterizada pela estruturação e contabilização econômica, como integrante do setor primário da economia. Essa condição é confundida como uma atividade meramente extrativa ou de produção rudimentar, sem grande incorporação de tecnologia. O que é um equívoco.
A soja brasileira não é um produto que é semeado com ajuda de uma enxada, brota naturalmente e é colhida manualmente. Ela tem alta produtividade e custo mais baixo porque utiliza recursos naturais, em decorrência de inovações tecnológicas. É semeada e colhida com auxílio de alta tecnologia e de equipamentos supermodernos. É talvez o produto brasileiro com maior agregação tecnológica., ainda que um produto do setor primário e uma commodity.
Corre o risco, no entanto, de perder a vanguarda tecnológica com o desenvolvimento e utilização da biotecnologia.
Embora, tenha alta competitividade dentro da fazenda, em função da tecnologia, a perde até chegar ao porto por falhas logísticas, que eleva o custo do transporte incorporado ao custo total. A movimentação ainda é feita predominantemente por caminhões, embora demostrada inequivocamente que o transporte ferroviário ou hidroviário tem um custo menor.
Por que, apesar de reconhecida a vantagem econômica da ferrovia ou da hidrovia, essa não é preferida pelos produtores ou pelas tradings e o Governo posterga - sucessivamente - os investimentos no setor?
Aparentemente porque esta solução não tem o apoio da sociedade, sucumbida ao lobby e marketing da cadeia produtiva do transporte rodoviário, com suporte na visão de que o país deve priorizar a indústria de alta tecnologia e não a produção e exportação de commodities.
Há uma mudança em processo dessa visão industrialista, com a sua crise de competitividade, em confronto com a condição competitiva do agronegócio, que se estende para a agroindústria.
Passa a haver maior apoio da sociedade à visão de que o agronegócio deve ser estimulado e promovido como um dos pilares do desenvolvimento econômico.
Passando a ser aceita como prioridade e não como um acidente ou como uma oportunidade efêmera, os investimentos na infraestrutura logística para manter a competitividade da soja em grão e seus derivados.
Como então viabilizar a ampliação dos transporte da soja por ferrovia ou hidrovia?
Esta condição não é aceita pela maioria dos economistas, das autoridades e pela sociedade, influenciada pelos primeiros. É vista como uma condição de uma economia subdesenvolvida e não de uma potência econômica que precisa produzir e exportar produtos de alta tecnologia e inovadores e não produtos primários.
Este viés ou até preconceito foi praticamente consenso durante muitos anos, apesar de uma realidade sempre rejeitada, que só agora começa a ser quebrado, com aceitação de um modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, baseado no agronegócio e não na indústria. Ainda que o agronegócio envolva também um segmento industrial.
Decorre do crescimento da importância relativa desse setor na formação do PIB e do comércio exterior e de uma percepção mais realista do agronegócio.
A agropecuária é caracterizada pela estruturação e contabilização econômica, como integrante do setor primário da economia. Essa condição é confundida como uma atividade meramente extrativa ou de produção rudimentar, sem grande incorporação de tecnologia. O que é um equívoco.
A soja brasileira não é um produto que é semeado com ajuda de uma enxada, brota naturalmente e é colhida manualmente. Ela tem alta produtividade e custo mais baixo porque utiliza recursos naturais, em decorrência de inovações tecnológicas. É semeada e colhida com auxílio de alta tecnologia e de equipamentos supermodernos. É talvez o produto brasileiro com maior agregação tecnológica., ainda que um produto do setor primário e uma commodity.
Corre o risco, no entanto, de perder a vanguarda tecnológica com o desenvolvimento e utilização da biotecnologia.
Embora, tenha alta competitividade dentro da fazenda, em função da tecnologia, a perde até chegar ao porto por falhas logísticas, que eleva o custo do transporte incorporado ao custo total. A movimentação ainda é feita predominantemente por caminhões, embora demostrada inequivocamente que o transporte ferroviário ou hidroviário tem um custo menor.
Por que, apesar de reconhecida a vantagem econômica da ferrovia ou da hidrovia, essa não é preferida pelos produtores ou pelas tradings e o Governo posterga - sucessivamente - os investimentos no setor?
Aparentemente porque esta solução não tem o apoio da sociedade, sucumbida ao lobby e marketing da cadeia produtiva do transporte rodoviário, com suporte na visão de que o país deve priorizar a indústria de alta tecnologia e não a produção e exportação de commodities.
Há uma mudança em processo dessa visão industrialista, com a sua crise de competitividade, em confronto com a condição competitiva do agronegócio, que se estende para a agroindústria.
Passa a haver maior apoio da sociedade à visão de que o agronegócio deve ser estimulado e promovido como um dos pilares do desenvolvimento econômico.
Passando a ser aceita como prioridade e não como um acidente ou como uma oportunidade efêmera, os investimentos na infraestrutura logística para manter a competitividade da soja em grão e seus derivados.
Como então viabilizar a ampliação dos transporte da soja por ferrovia ou hidrovia?
terça-feira, 25 de março de 2014
Legados da Copa - Produção econômica
A solução para o Brasil, segundo os economistas, é aumentar os investimentos. É aceito como um dogma pela opinião publicada. O investimento, no seu sentido macro (tecnicamente formação bruta de capital fixo) é necessário, mas não é "a salvação da lavoura". Os benefícios dos investimentos não são automáticos. Na prática é preciso considerar a qualidade do investimento e a sua efetiva capacidade de gerar ou propiciar os aumentos de produção.
Para a realização no Brasil da Copa do Mundo da FIFA o país investiu nesses últimos anos, bilhões de reais o que, do ponto de vista econômico, resultará em aumento da capacidade produtiva, propiciando um aumento de produção nos diversos setores beneficiados, refletindo-se num crescimento adicional ou maior do PIB.
Uma parte desses investimentos são visíveis, porque foram considerados em uma matriz de responsabilidades pelos investimentos, entre os Poderes Públicos, e é a principal referência do volume de investimentos relacionados à realização da Copa no Brasil.
Já os investimentos realizados no setor hoteleiro, para ampliar a capacidade não tem informações consolidadas, mas são estimadas pelas associações do setor.
Há visibilidade nos investimentos em expansão ou melhoria dos aeroportos, porém não em relação às companhias aéreas. Nos aeroportos, além dos investimentos dos operadores haverá um volume de investimentos dos lojistas e consequente aumento da produção do comércio e de serviços dos setores de atividades que irão atender ao tráfego de pessoas nos aeroportos.
Os investimentos para aumento da capacidade produtiva voltada à produção e venda de bens para a Copa deverão estar concentrados em aparelhos de TV para acompanhar os jogos, assim como nos souvenires de todos os tipos e categorias, com a marca da Copa, sendo os principais os uniformes, envolvendo as indústrias têxteis, de plástico e de brinquedos.
Um outro grupo de investimentos, embora não seja incorporada à Formação Bruta de Capital Fixo, é do gastos com o marketing das patrocinadoras do evento, com a perspectiva de aumentar o seu faturamento, com e pós Copa.
Além dos tradicionais, um setor emergiu como um dos mais visíveis: o de seguros. Com a ação dos novos (Liberty, Zurich e outros) o mercado irá aumentar ou será uma disputa do mesmo mercado com os tradicionais?
Vamos, primeiramente, nos ater a algum dos setores menos considerados.
Com a realização da Copa, ao longo de apenas 30 dias, haverá um pico de movimentação aérea e em alguns aeroportos, principalmente no de São Paulo.
O impacto econômico, pelo valor adicionado será no setor de transporte aéreo o que poderá ser medido pelo volume de recursos dispendidos pelos viajantes e seus acompanhantes em função das viagens.
O principal dispêndio dos viajantes será com as passagens, cujo efeito macroeconômico, além do valor agregado pela mão-de-obra direta das cias aéreas, alimentará os setores de agenciamento de viagens, de combustíveis e da operação aeroportuária, além - como sempre - da forte contribuição aos tesouros públicos.
Durante a Copa, grande parte das passagens será comprada no exterior, impactando a economia de origem do turista. O seu efeito direto na economia brasileira será pelo consumo nos aeroportos, seja do próprio turista como dos familiares, amigos e outros que irão esperá-lo, podendo consumir dentro do aeroporto, ou no seu entorno, como pelo estacionamento do carro. O traslado ainda poderá ser agregado ao transporte aéreo, mas seria a divisa entre esse e o setor hoteleiro. Como alguns vão para a cada de amigos ou parentes, pode ser mais agregado aos serviços de transporte. Ainda que alguns hotéis ofereçam o serviço no retorno ao aeroporto.
Durante a Copa haverá um movimento excepcional de passageiros, parte de turistas estrangeiros e a maior parte de brasileiros se movimentando para acompanhar os jogos, seja do Brasil, como das outras principais seleções. A da Espanha deverá gerar o maior movimento. Messi, Cristiano Ronaldo e outras celebridades poderão também gerar maior movimento de viagens.
Em contrapartida, viagens aérea para lazer - uma vez que coincidirá com o período de férias escolares - poderão refluir. O que é provável é que as preferências de destino sejam as cidades ou locais sem a Copa, ou interferência da Copa, como Maceió e Aracaju, no Nordeste, Belém na Amazônia e Campo Grande, no Pantanal. No sul, a alternativa é Florianópolis. O problema é que os principais centros emissores são os mesmos dos turistas da Copa. Os aeroportos de São Paulo irão concentrar as maiores saidas.
Também haverá um refluxo do turismo de negócios, durante a Copa. Feiras e seminários foram antecipadas ou postecipadas para não coincidir com o período dos jogos. Viagens para reuniões de negócios continuarão, porém em menor volume.
A compensação pode ser negativa e o setor de transporte aéreo venha enfrentar grandes problemas com os picos de demanda, em alguns dias, mas termine o ano com um volume geral inferior a 2013.
Deverá ser positivo, porém não se pode considerar apenas os volume adicionais gerados pela Copa. Será necessário descontar as perdas das viagens habituais.
Para atender aos picos excepcionais, as cias aéreas terão que investir em instalações, comunicações, pessoal e equipamentos aéreos, assim como de apoio. Como será a utilização desses investimentos, pós Copa? Qual será o retorno econômico desses investimentos?
Nesse setor, do ponto de vista macroeconômico, ou seja da formação do PIB é possível que o efeito seja negativo, ou seja, haja em 2014 uma produção setorial menor que o ano de 2013.
Como será o movimento do transporte aéreo brasileiro em 2015 e anos subsequentes?
Um dos principais legados esperados com a Copa no Brasil era o significativo aumento do turismo internacional, tornado o país e as suas cidades-sede em importantes polos de atração turística em função da sua visibilidade mundial.
Mas essa visibilidade poderia ser positiva ou negativa. O que a Copa poderia mostrar do Brasil seriam as vitrines ou as vidraças. O interesse era mostrar as vitrines, mas muitas vidraças serão também mostradas e poderão inibir o aumento do fluxo turístico, embora possa se esperar a manutenção do
De toda forma, pode se esperar um aumento de volume de viagens internacionais, porém em nível inferior às expectativas otimistas com a Copa. O retorno dos investimentos será mais lento.
Isso me leva a uma indagação: por que as duas principais companhias aéreas brasileiras não investiram como patrocinadoras da Copa para firmar as suas marcas no Exterior?
O sentido de inteligência deste blog é de tentar interpretar o que está ocorrendo, indo além da informação, assim como avaliar eventuais impactos e consequências atuais e futuras. O que se segue é um exercício nesse sentido, buscando avaliar os impactos futuros, na economia brasileira, dos investimentos realizados para a Copa.
Para a realização no Brasil da Copa do Mundo da FIFA o país investiu nesses últimos anos, bilhões de reais o que, do ponto de vista econômico, resultará em aumento da capacidade produtiva, propiciando um aumento de produção nos diversos setores beneficiados, refletindo-se num crescimento adicional ou maior do PIB.
Uma parte desses investimentos são visíveis, porque foram considerados em uma matriz de responsabilidades pelos investimentos, entre os Poderes Públicos, e é a principal referência do volume de investimentos relacionados à realização da Copa no Brasil.
Já os investimentos realizados no setor hoteleiro, para ampliar a capacidade não tem informações consolidadas, mas são estimadas pelas associações do setor.
Há visibilidade nos investimentos em expansão ou melhoria dos aeroportos, porém não em relação às companhias aéreas. Nos aeroportos, além dos investimentos dos operadores haverá um volume de investimentos dos lojistas e consequente aumento da produção do comércio e de serviços dos setores de atividades que irão atender ao tráfego de pessoas nos aeroportos.
Os investimentos para aumento da capacidade produtiva voltada à produção e venda de bens para a Copa deverão estar concentrados em aparelhos de TV para acompanhar os jogos, assim como nos souvenires de todos os tipos e categorias, com a marca da Copa, sendo os principais os uniformes, envolvendo as indústrias têxteis, de plástico e de brinquedos.
Um outro grupo de investimentos, embora não seja incorporada à Formação Bruta de Capital Fixo, é do gastos com o marketing das patrocinadoras do evento, com a perspectiva de aumentar o seu faturamento, com e pós Copa.
Além dos tradicionais, um setor emergiu como um dos mais visíveis: o de seguros. Com a ação dos novos (Liberty, Zurich e outros) o mercado irá aumentar ou será uma disputa do mesmo mercado com os tradicionais?
Vamos, primeiramente, nos ater a algum dos setores menos considerados.
Com a realização da Copa, ao longo de apenas 30 dias, haverá um pico de movimentação aérea e em alguns aeroportos, principalmente no de São Paulo.
O impacto econômico, pelo valor adicionado será no setor de transporte aéreo o que poderá ser medido pelo volume de recursos dispendidos pelos viajantes e seus acompanhantes em função das viagens.
O principal dispêndio dos viajantes será com as passagens, cujo efeito macroeconômico, além do valor agregado pela mão-de-obra direta das cias aéreas, alimentará os setores de agenciamento de viagens, de combustíveis e da operação aeroportuária, além - como sempre - da forte contribuição aos tesouros públicos.
Durante a Copa, grande parte das passagens será comprada no exterior, impactando a economia de origem do turista. O seu efeito direto na economia brasileira será pelo consumo nos aeroportos, seja do próprio turista como dos familiares, amigos e outros que irão esperá-lo, podendo consumir dentro do aeroporto, ou no seu entorno, como pelo estacionamento do carro. O traslado ainda poderá ser agregado ao transporte aéreo, mas seria a divisa entre esse e o setor hoteleiro. Como alguns vão para a cada de amigos ou parentes, pode ser mais agregado aos serviços de transporte. Ainda que alguns hotéis ofereçam o serviço no retorno ao aeroporto.
Durante a Copa haverá um movimento excepcional de passageiros, parte de turistas estrangeiros e a maior parte de brasileiros se movimentando para acompanhar os jogos, seja do Brasil, como das outras principais seleções. A da Espanha deverá gerar o maior movimento. Messi, Cristiano Ronaldo e outras celebridades poderão também gerar maior movimento de viagens.
Em contrapartida, viagens aérea para lazer - uma vez que coincidirá com o período de férias escolares - poderão refluir. O que é provável é que as preferências de destino sejam as cidades ou locais sem a Copa, ou interferência da Copa, como Maceió e Aracaju, no Nordeste, Belém na Amazônia e Campo Grande, no Pantanal. No sul, a alternativa é Florianópolis. O problema é que os principais centros emissores são os mesmos dos turistas da Copa. Os aeroportos de São Paulo irão concentrar as maiores saidas.
Também haverá um refluxo do turismo de negócios, durante a Copa. Feiras e seminários foram antecipadas ou postecipadas para não coincidir com o período dos jogos. Viagens para reuniões de negócios continuarão, porém em menor volume.
A compensação pode ser negativa e o setor de transporte aéreo venha enfrentar grandes problemas com os picos de demanda, em alguns dias, mas termine o ano com um volume geral inferior a 2013.
Deverá ser positivo, porém não se pode considerar apenas os volume adicionais gerados pela Copa. Será necessário descontar as perdas das viagens habituais.
Para atender aos picos excepcionais, as cias aéreas terão que investir em instalações, comunicações, pessoal e equipamentos aéreos, assim como de apoio. Como será a utilização desses investimentos, pós Copa? Qual será o retorno econômico desses investimentos?
Nesse setor, do ponto de vista macroeconômico, ou seja da formação do PIB é possível que o efeito seja negativo, ou seja, haja em 2014 uma produção setorial menor que o ano de 2013.
Como será o movimento do transporte aéreo brasileiro em 2015 e anos subsequentes?
Um dos principais legados esperados com a Copa no Brasil era o significativo aumento do turismo internacional, tornado o país e as suas cidades-sede em importantes polos de atração turística em função da sua visibilidade mundial.
Mas essa visibilidade poderia ser positiva ou negativa. O que a Copa poderia mostrar do Brasil seriam as vitrines ou as vidraças. O interesse era mostrar as vitrines, mas muitas vidraças serão também mostradas e poderão inibir o aumento do fluxo turístico, embora possa se esperar a manutenção do
De toda forma, pode se esperar um aumento de volume de viagens internacionais, porém em nível inferior às expectativas otimistas com a Copa. O retorno dos investimentos será mais lento.
Isso me leva a uma indagação: por que as duas principais companhias aéreas brasileiras não investiram como patrocinadoras da Copa para firmar as suas marcas no Exterior?
O sentido de inteligência deste blog é de tentar interpretar o que está ocorrendo, indo além da informação, assim como avaliar eventuais impactos e consequências atuais e futuras. O que se segue é um exercício nesse sentido, buscando avaliar os impactos futuros, na economia brasileira, dos investimentos realizados para a Copa.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Desconstrução de dois grandes símbolos
O marketeiro João Santana construiu em 2006 dois grandes símbolos que foram absorvidos pelos eleitores. Contribuiram ou foram vitais para a eleição de Dilma Rousseff: a de que ela era uma competente gerente e a de que a Petrobrás era o Brasil.
Ela administraria bem todo o país, ao longo da sua gestão, promovendo o seu crescimento, como já demostrara (pelo menos na campanha mercadológica) na gestão do PAC. Melhoria da vida de todos os brasileiros, com a sua competência.
Criou o mantra de que a Petrobrás se confundia com o país. Bombardeou o país com a versão, também aceita pelo povo, de que o PSDB iria privatizar a Petrobrás, vendendo um patrimônio nacional.
Agora os fatos e números mostram irrefutavelmente que Dilma "escorregou" gerencialmente quando da aprovação da operação de aquisição de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, ainda que baseado em relatório incompleto.
A justificativa recente de que a cláusula do "put option" não estava no relatório, só demonstraria o seu despreparo para o cargo, uma vez que é uma condição usual em operações de fusão & aquisição,tanto que outros conselheiros, mais preparados, não a questionaram, tampouco justificaram a sua participação na decisão, com a ausência da mesma no relatório.
Como o que vale, nas comunicações de massa, é a versão do fato, e não o fato real, João Santana terá muito trabalho e dificuldade para superar essa versão.
Transferir toda responsabilidade para a diretoria executiva da Petrobrás corre o risco de trazer a tona outros aspectos da operação que o próprio PT prefere manter submerso. A unanimidade em torno da versão de que foi um bom negócio nas circunstâncias e perspectivas quando do fechamento da operação foi quebrada.
O melhor para o PT seria minimizar o episódio para fazer o eleitorado esquecê-lo, suplantado por decisões corretas e adequadas em relação à Petrobrás.
Mas os fatos não tem ajudado: o pré-sal não conseguiu ainda produzir o suficiente para retomar uma efêmera auto-suficiência do país em relação ao petróleo, o endividamento compromete as finanças e contribui fortemente para a depreciação da suas ações e consequentemente o seu valor de mercado.
A recuperação econômico-financeira da Petrobrás depende do reajuste dos preços da gasolina e do diesel, mas um eventual aumento dos combustíveis compromete o controle da inflação: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
O que João Santana poderá criar de factoide para reverter as imagens negativas de Dilma, uma vez que os fatos não podem lhe ajudar?
A sua esperança é que esses fatos, significativos para a opinião publicada, fique restrita a essa e sejam pouco consideradas pela opinião não publicada, que contempla um número muito maior de eleitores.
Ou terá que criar factóides que façam a população esquecer aqueles fatos. A Copa do Mundo poderá ser o grande tema.
Ela administraria bem todo o país, ao longo da sua gestão, promovendo o seu crescimento, como já demostrara (pelo menos na campanha mercadológica) na gestão do PAC. Melhoria da vida de todos os brasileiros, com a sua competência.
Criou o mantra de que a Petrobrás se confundia com o país. Bombardeou o país com a versão, também aceita pelo povo, de que o PSDB iria privatizar a Petrobrás, vendendo um patrimônio nacional.
Agora os fatos e números mostram irrefutavelmente que Dilma "escorregou" gerencialmente quando da aprovação da operação de aquisição de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, ainda que baseado em relatório incompleto.
A justificativa recente de que a cláusula do "put option" não estava no relatório, só demonstraria o seu despreparo para o cargo, uma vez que é uma condição usual em operações de fusão & aquisição,tanto que outros conselheiros, mais preparados, não a questionaram, tampouco justificaram a sua participação na decisão, com a ausência da mesma no relatório.
Como o que vale, nas comunicações de massa, é a versão do fato, e não o fato real, João Santana terá muito trabalho e dificuldade para superar essa versão.
Transferir toda responsabilidade para a diretoria executiva da Petrobrás corre o risco de trazer a tona outros aspectos da operação que o próprio PT prefere manter submerso. A unanimidade em torno da versão de que foi um bom negócio nas circunstâncias e perspectivas quando do fechamento da operação foi quebrada.
O melhor para o PT seria minimizar o episódio para fazer o eleitorado esquecê-lo, suplantado por decisões corretas e adequadas em relação à Petrobrás.
Mas os fatos não tem ajudado: o pré-sal não conseguiu ainda produzir o suficiente para retomar uma efêmera auto-suficiência do país em relação ao petróleo, o endividamento compromete as finanças e contribui fortemente para a depreciação da suas ações e consequentemente o seu valor de mercado.
A recuperação econômico-financeira da Petrobrás depende do reajuste dos preços da gasolina e do diesel, mas um eventual aumento dos combustíveis compromete o controle da inflação: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
O que João Santana poderá criar de factoide para reverter as imagens negativas de Dilma, uma vez que os fatos não podem lhe ajudar?
A sua esperança é que esses fatos, significativos para a opinião publicada, fique restrita a essa e sejam pouco consideradas pela opinião não publicada, que contempla um número muito maior de eleitores.
Ou terá que criar factóides que façam a população esquecer aqueles fatos. A Copa do Mundo poderá ser o grande tema.
domingo, 23 de março de 2014
Situação x Oposição
Situação e oposição se contrapõe na disputa pelo Poder. A situação está no Poder e quer se manter nele e a oposição quer conquistar esse mesmo Poder.
A mensagem da situação é mostrar ao povo de que está Governando bem, com bons resultados para os eleitores e que num governo subsequente, poderá melhorar. Procura mostrar o que pode fazer, como melhoria contínua.
Já a oposição precisa mostrar ao povo que o Governo vai mal, com maus resultados para os eleitores, que não consegue resolver os problemas e que não pode continuar, como está. Mas isso não basta. Precisa mostrar ao povo, como irá governar melhor.
Os discursos são padrões, de ambos os lados, com promessas genéricas.
Ao longo da entre-safra eleitoral, diante de questões concretas, esses objetivos estruturais nem sempre ficam claros.
É em relação às questões concretas que as posições da situação e da oposição são colocadas em xeque.
Duas situações críticas colocam as situações em xeque: uma no Governo Federal, dominado pelo PT, com os problemas na Petrobrás e outra no Governo Estadual, de São Paulo, onde o PSDB - oposição no âmbito federal - é situação, enfrentando o risco de falta d'água.
A Petrobrás é uma empresa símbolo e apesar de ser uma empresa, com multiplicidade de acionistas, inclusive do exterior, é assumida pelo povo com a representação do país. Parafraseando Nelson Rodrigues, a Petrobrás é a "pátria em petróleo", ou a Pátria na gasolina.
Qualquer suspeita em privatizar a Petrobrás é mostrada e percebida como "vender o Brasil". O PSDB aprendeu isso amargamente, em sucessivas derrotas eleitorais, no âmbito federal. O PT sempre usou esse argumento para desconstruir os adversários.
A Petrobrás vai mal, com perda do seu valor de mercado e sucessivas crises de administração, sendo a mais recente uma operação danosa: a compra de uma refinaria no Texas, Estados Unidos. Os números da operação são inegáveis.
O Governo não a defende, até porque reconhece que a operação compra da refinaria acabou sendo desastrosa e transfere toda a responsabilidade para a direção da empresa. A Presidente está terrivelmente incomodada, contrariada com o seu envolvimento pessoal na operação.
A defesa fica a cargo do PT, por envolver mais a administração anterior do que a atual. O que quer mostrar é que a operação nada teve de anormal ou ilegal. Apenas se tornou um mau negócio pela ocorrência de circunstâncias supervenientes no mercado mundial.
Fora os discursos de praxe, repetindo o que está na mídia, o PSDB está na dúvida sobre que caminho seguir. Alguns partidários querem a instalação de uma CMPI. Outros acham que é um movimento fadado ao fracasso, dada grande maioria da base aliada. Ademais uma perda de tempo e oportunidade para a situação reverter o quadro.
Considerando o racha entre o Governo e o baixo clero, suponhamos que a CMPI seja instalada. O que resultaria dela?
Mesmo que criada, a situação teria o seu comando e o risco é que acabe em conclusões mais favoráveis ao Governo do que contrárias. Para a situação a questão crítica é escolher os "bodes expiatórios" que terão que ser sacrificados para salvar os maiores e reais responsáveis.
Para a oposição interessa demonstrar ao povo que não se tratou apenas de um mau negócio, por conta das mudanças nas circunstâncias internacionais, como quer mostrar o PT. Eventuais suspeitas de superfaturamento serão apenas numéricas. Seria necessário comprovar que a supervalorização deu origem à propinas, caracterizando-se como desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Uma CMPI teria condições de averiguar e comprovar isso, mais que o TCU, a CGU ou o Ministério Público?
Ou a CMPI seria apenas uma manobra diversionista para desviar a atenção sobre os carteis e irregularidades nos governos tucanos em São Paulo?
Mas se não for a instalação de uma CMPI, que caminhos pode seguir do PSDB?
Um desses seria difundir a versão de que a incompetência gerencial está levando ao atraso na exploração do pré-sal, comprometendo a balança comercial brasileira, com sucessivos aumentos do déficit. O congelamento dos preços dos combustíveis, o aparelhamento da direção da empresa, o desvio de recursos dos investimentos em operações danosas como a da Refinaria de Pasadena, os superfaturamentos nas grandes obras, como a Refinaria em Pernambuco ou o Complexo do Rio de Janeiro (COMPERJ), elevando os custos e ampliando os prazos para conclusão, estariam atrasando a produção do petróleo do pre-sal e a autossuficiencia brasileira em petróleo.
Mas quais seriam as propostas alternativas do PSDB em relação ao petróleo e à Petrobrás? Apenas um "choque de gestão"?
Eduardo Campos já reage mais rápida e estrategicamente, usando a teoria da conspiração. Segundo ele o que estaria ocorrendo com a Petrobrás não seria apenas a consequência de má gestão, mas uma operação para desvalorizá-la, com o objetivo de vendê-la a preços mais viáveis para eventuais interessados.
Não que ele acredite realmente nessa hipótese, porém é um ataque de caráter defensivo (a melhor defesa é o ataque) tomando a iniciativa de acuar o PT com relação ao tema, antes que esse partido e seus partidários o acusem de querer vender ou privatizar a Petrobrás, um estigma que já haviam conseguido colar no PSDB.
A mensagem da situação é mostrar ao povo de que está Governando bem, com bons resultados para os eleitores e que num governo subsequente, poderá melhorar. Procura mostrar o que pode fazer, como melhoria contínua.
Já a oposição precisa mostrar ao povo que o Governo vai mal, com maus resultados para os eleitores, que não consegue resolver os problemas e que não pode continuar, como está. Mas isso não basta. Precisa mostrar ao povo, como irá governar melhor.
Os discursos são padrões, de ambos os lados, com promessas genéricas.
Ao longo da entre-safra eleitoral, diante de questões concretas, esses objetivos estruturais nem sempre ficam claros.
É em relação às questões concretas que as posições da situação e da oposição são colocadas em xeque.
Duas situações críticas colocam as situações em xeque: uma no Governo Federal, dominado pelo PT, com os problemas na Petrobrás e outra no Governo Estadual, de São Paulo, onde o PSDB - oposição no âmbito federal - é situação, enfrentando o risco de falta d'água.
A Petrobrás é uma empresa símbolo e apesar de ser uma empresa, com multiplicidade de acionistas, inclusive do exterior, é assumida pelo povo com a representação do país. Parafraseando Nelson Rodrigues, a Petrobrás é a "pátria em petróleo", ou a Pátria na gasolina.
Qualquer suspeita em privatizar a Petrobrás é mostrada e percebida como "vender o Brasil". O PSDB aprendeu isso amargamente, em sucessivas derrotas eleitorais, no âmbito federal. O PT sempre usou esse argumento para desconstruir os adversários.
A Petrobrás vai mal, com perda do seu valor de mercado e sucessivas crises de administração, sendo a mais recente uma operação danosa: a compra de uma refinaria no Texas, Estados Unidos. Os números da operação são inegáveis.
O Governo não a defende, até porque reconhece que a operação compra da refinaria acabou sendo desastrosa e transfere toda a responsabilidade para a direção da empresa. A Presidente está terrivelmente incomodada, contrariada com o seu envolvimento pessoal na operação.
A defesa fica a cargo do PT, por envolver mais a administração anterior do que a atual. O que quer mostrar é que a operação nada teve de anormal ou ilegal. Apenas se tornou um mau negócio pela ocorrência de circunstâncias supervenientes no mercado mundial.
Fora os discursos de praxe, repetindo o que está na mídia, o PSDB está na dúvida sobre que caminho seguir. Alguns partidários querem a instalação de uma CMPI. Outros acham que é um movimento fadado ao fracasso, dada grande maioria da base aliada. Ademais uma perda de tempo e oportunidade para a situação reverter o quadro.
Considerando o racha entre o Governo e o baixo clero, suponhamos que a CMPI seja instalada. O que resultaria dela?
Mesmo que criada, a situação teria o seu comando e o risco é que acabe em conclusões mais favoráveis ao Governo do que contrárias. Para a situação a questão crítica é escolher os "bodes expiatórios" que terão que ser sacrificados para salvar os maiores e reais responsáveis.
Para a oposição interessa demonstrar ao povo que não se tratou apenas de um mau negócio, por conta das mudanças nas circunstâncias internacionais, como quer mostrar o PT. Eventuais suspeitas de superfaturamento serão apenas numéricas. Seria necessário comprovar que a supervalorização deu origem à propinas, caracterizando-se como desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Uma CMPI teria condições de averiguar e comprovar isso, mais que o TCU, a CGU ou o Ministério Público?
Ou a CMPI seria apenas uma manobra diversionista para desviar a atenção sobre os carteis e irregularidades nos governos tucanos em São Paulo?
Mas se não for a instalação de uma CMPI, que caminhos pode seguir do PSDB?
Um desses seria difundir a versão de que a incompetência gerencial está levando ao atraso na exploração do pré-sal, comprometendo a balança comercial brasileira, com sucessivos aumentos do déficit. O congelamento dos preços dos combustíveis, o aparelhamento da direção da empresa, o desvio de recursos dos investimentos em operações danosas como a da Refinaria de Pasadena, os superfaturamentos nas grandes obras, como a Refinaria em Pernambuco ou o Complexo do Rio de Janeiro (COMPERJ), elevando os custos e ampliando os prazos para conclusão, estariam atrasando a produção do petróleo do pre-sal e a autossuficiencia brasileira em petróleo.
Mas quais seriam as propostas alternativas do PSDB em relação ao petróleo e à Petrobrás? Apenas um "choque de gestão"?
Eduardo Campos já reage mais rápida e estrategicamente, usando a teoria da conspiração. Segundo ele o que estaria ocorrendo com a Petrobrás não seria apenas a consequência de má gestão, mas uma operação para desvalorizá-la, com o objetivo de vendê-la a preços mais viáveis para eventuais interessados.
Não que ele acredite realmente nessa hipótese, porém é um ataque de caráter defensivo (a melhor defesa é o ataque) tomando a iniciativa de acuar o PT com relação ao tema, antes que esse partido e seus partidários o acusem de querer vender ou privatizar a Petrobrás, um estigma que já haviam conseguido colar no PSDB.
sábado, 22 de março de 2014
Um "abutre" internacional
"Abutre" é a denominação de investidores especializados em comprar empresa quebradas, a preços vís, ou na "bacia das almas", dar uma guaribada e depois revender a um preço muito mais elevado.
Alguns poucos podem ser sérios e aparecem como "recuperadores de empresas". Mas a maioria só "dá um tapa" e conta com a conivência de terceiros para as suas manobras "rachando os lucros".
O caso da refinaria de petróleo em Pasadena, Texas é tipico.
Albert Frère , agraciado com o título de Barão, provavelmente pelos bons serviços prestados à coroa belga, fez várias transações de "recuperação" de empresas, preferentemente vendendo, com grandes margens, empresas falidas a estatais. Uma da mais recentes foi esse refinaria, através de uma subsidiária norteamericana, gerido - entre outros - por um ex-funcionário da Petrobras, comprado por cerca de 40 milhões de dólares. Investiu um valor não divulgado na maquiagem da unidade e revendeu à Petrobras, metade das ações, por cerca de 250 milhões de dólares, mas cerca de 100 milhões de estoque de produtos.
Mais à frente "obrigou" a Petrobras a comprar os restantes 50%, com base numa obrigação contratual, por um valor muito maior.
Aparentemente tudo legal, eventualmente com alguma pendência tributária.
Mas como soe acontecer nessas operações, o abutre não ficou com todos os resultados, mas "rachou os ganhos". Se isso ocorreu, com quem ele dividiu?
Alguns poucos podem ser sérios e aparecem como "recuperadores de empresas". Mas a maioria só "dá um tapa" e conta com a conivência de terceiros para as suas manobras "rachando os lucros".
O caso da refinaria de petróleo em Pasadena, Texas é tipico.
uol.com.br |
Mais à frente "obrigou" a Petrobras a comprar os restantes 50%, com base numa obrigação contratual, por um valor muito maior.
Aparentemente tudo legal, eventualmente com alguma pendência tributária.
Mas como soe acontecer nessas operações, o abutre não ficou com todos os resultados, mas "rachou os ganhos". Se isso ocorreu, com quem ele dividiu?
Reação autêntica e desastrada
A reação pessoal de Dilma à revelação de que ela presidiu a reunião do Conselho de Administração da Petrobras que aprovou a compra de uma Refinaria no Taxas foi de indignação. Uma indignação autêntica: de alguém que percebeu ter sido usada, sido enganada,
Reagiu por impulso de caráter pessoal, não como uma política que precisa medir a reação midiática e da classe política da sua decisão ou ação. Foi um desastre completo, maculando a sua imagem de competência gerencial e gerando uma crise política.
A mídia não se aprofunda na informação, gera uma versão plausível e uma vez aceita passa a prevalecer como a verdade, repetida "ad nauseam".
Dilma sempre foi meticulosa e não conduziria a aprovação de uma operação de milhões de dólares norte-americanos para uma compra atípica, com base apenas numa apresentação feita por um diretor da Petrobras,na própria reunião. Ela tinha à sua disposição todo o dossiê da compra, com todos os detalhes. Mesmo que não tivesse tempo para analisar minuciosamente a proposta, tinha - como Ministra da Casa Civil - uma assessoria pessoal que poderia resumí-la para ela, sem depender de uma apresentação em power point (como ela gostava) na hora da decisão. Detalhista como é não deixaria de fazer esse exame.
A menos que tivesse sido orientada para uma aprovação expedita, induzindo os demais membros do Conselho à aprovação.
Então por quem teria sido orientada e por que?
Quem teria ascendência pessoal para que Dilma conduzisse a aprovação da compra, sem maior exame?
E quais seriam os objetivos para uma compra superfaturada? Teria sido apenas um mau negócio, ou haveria uma destinação não contabilizada das diferenças?
A operação foi montada de tal forma que a Petrobrás se visse na obrigação de comprar a totalidade das ações, dentro das regras usuais das fusões & aquisições de empresas.
Como num contrato pré-nupcial prevendo a eventualidade da separação e do divórcio, as condições de divisão do patrimõnio e as pensões são previamente acordadas.
Por essa razão, os bancos que analisaram a operação não acharam nenhuma estranheza das cláusulas, que até apelidos tem no mercado: "put option" e "marlin".
Da mesma forma o empresário Jorge Gerdau e o economista Claudio Haddad, tomando conhecimento da operação durante a sessão do Conselho de Administração, não questionaram a existência dessas cláusulas, por considerarem parte indissolúvel do negócio,
A Petrobras, posteriormente, relutou em cumprir o acordo ao qual foi obrigado por decisão arbitral, com aumento de custos de juros e honorários. Tudo superfaturado sobre valores originais já superfaturados.
Já para Dilma não tão afeita aos meandros dos processos de M&A, a apresentação do negócio, feito pelo Diretor da Área Internacional, omitiu as cláusulas, justificando-se posteriormente que não seria necessário por serem usuais em operações internacionais do merge & acquisition.
Quando Dilma percebeu ter sido enganada, deve ter ficado furiosa, quando a Petrobras foi "condenada" a comprar os restantes 50%, por um preço acordado, novamente superfaturado, porém por disciplina partidária, dentro da sua formação de militante de esquerda, calou-se.
Mas quando a participação dela na aprovação da operação emergiu na mídia, reagiu de forma impulsiva, dizendo meia-verdade, a sua parte explicável.
A meia-verdade é que o relatório era falho e incompleto. E que se ela soubesse das cláusulas adicionais não teria aprovada.
A outra parte, que ela não contou foi a razão real dela ter conduzida a aprovação. Isso ela não vai contar, nem sob tortura. Por que resistir a isso ela sabe.
Já o estrago na imagem é irreversível. Prevalece a imagem de incompetência. Menos ruim do que a de corrupta.
A mídia não se preocupa em aprofundar e investigar melhor o assunto. Prefere bater à exaustão em alguns aspectos, em alguns números não comparáveis ocorridas em circunstâncias diferentes.
Reagiu por impulso de caráter pessoal, não como uma política que precisa medir a reação midiática e da classe política da sua decisão ou ação. Foi um desastre completo, maculando a sua imagem de competência gerencial e gerando uma crise política.
A mídia não se aprofunda na informação, gera uma versão plausível e uma vez aceita passa a prevalecer como a verdade, repetida "ad nauseam".
Dilma sempre foi meticulosa e não conduziria a aprovação de uma operação de milhões de dólares norte-americanos para uma compra atípica, com base apenas numa apresentação feita por um diretor da Petrobras,na própria reunião. Ela tinha à sua disposição todo o dossiê da compra, com todos os detalhes. Mesmo que não tivesse tempo para analisar minuciosamente a proposta, tinha - como Ministra da Casa Civil - uma assessoria pessoal que poderia resumí-la para ela, sem depender de uma apresentação em power point (como ela gostava) na hora da decisão. Detalhista como é não deixaria de fazer esse exame.
A menos que tivesse sido orientada para uma aprovação expedita, induzindo os demais membros do Conselho à aprovação.
Então por quem teria sido orientada e por que?
Quem teria ascendência pessoal para que Dilma conduzisse a aprovação da compra, sem maior exame?
E quais seriam os objetivos para uma compra superfaturada? Teria sido apenas um mau negócio, ou haveria uma destinação não contabilizada das diferenças?
A operação foi montada de tal forma que a Petrobrás se visse na obrigação de comprar a totalidade das ações, dentro das regras usuais das fusões & aquisições de empresas.
Como num contrato pré-nupcial prevendo a eventualidade da separação e do divórcio, as condições de divisão do patrimõnio e as pensões são previamente acordadas.
Por essa razão, os bancos que analisaram a operação não acharam nenhuma estranheza das cláusulas, que até apelidos tem no mercado: "put option" e "marlin".
Da mesma forma o empresário Jorge Gerdau e o economista Claudio Haddad, tomando conhecimento da operação durante a sessão do Conselho de Administração, não questionaram a existência dessas cláusulas, por considerarem parte indissolúvel do negócio,
A Petrobras, posteriormente, relutou em cumprir o acordo ao qual foi obrigado por decisão arbitral, com aumento de custos de juros e honorários. Tudo superfaturado sobre valores originais já superfaturados.
Já para Dilma não tão afeita aos meandros dos processos de M&A, a apresentação do negócio, feito pelo Diretor da Área Internacional, omitiu as cláusulas, justificando-se posteriormente que não seria necessário por serem usuais em operações internacionais do merge & acquisition.
Quando Dilma percebeu ter sido enganada, deve ter ficado furiosa, quando a Petrobras foi "condenada" a comprar os restantes 50%, por um preço acordado, novamente superfaturado, porém por disciplina partidária, dentro da sua formação de militante de esquerda, calou-se.
Mas quando a participação dela na aprovação da operação emergiu na mídia, reagiu de forma impulsiva, dizendo meia-verdade, a sua parte explicável.
A meia-verdade é que o relatório era falho e incompleto. E que se ela soubesse das cláusulas adicionais não teria aprovada.
A outra parte, que ela não contou foi a razão real dela ter conduzida a aprovação. Isso ela não vai contar, nem sob tortura. Por que resistir a isso ela sabe.
Já o estrago na imagem é irreversível. Prevalece a imagem de incompetência. Menos ruim do que a de corrupta.
A mídia não se preocupa em aprofundar e investigar melhor o assunto. Prefere bater à exaustão em alguns aspectos, em alguns números não comparáveis ocorridas em circunstâncias diferentes.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Se a eleição fosse ontem
Se a eleição fosse hoje Dilma Rousseff seria eleita no primeiro turno, segundo a prévia feita pelo IBOPE.
Os dados são representativos ou manipulados? As duas coisas. O resultado da amostra é verificável e correta. A manipulação está na composição da amostra. O nível de erro real é muito maior do que as indicadas, porque o universo é bastante diversificado.
Mas se a eleição fosse ontem, período da pesquisa, o resultado seria esse mesmo, ainda que com diferenças no percentual.
O que mudará entre a primeira quinzena de março com o primeiro domingo de outubro?
Em primeiro lugar as circunstâncias gerais: a economia brasileira não vai bem, mas segue contratando e o desemprego baixo. A carestia deu um pico, por conta da estiagem, mas a situação poderá está superada no segundo semestre e mais próxima da eleição, a sensação poderá ser de que ela foi vencida. O que importa não são os índices, mas a percepção nas compras e a comparação é sempre com ontem: hoje está mais caro ou mais barato que ontem?
Vai estar faltando energia? E água em São Paulo e em outros estados?
Se estiver faltando não adiantará por a culpa em São Pedro. A percepção maior será de incompetência governamental.
O povo irá querer continuidade, com melhoria continuada, ou quererá mudanças substanciais? A situação não será de bom ou ruim absoluta, mas de avaliação - mais emocional do que racional - entre o que se quer que continue e o que se quer que mude.
A mudança principal, no entanto, é na imagem dos candidatos. A propaganda oficial permite que a Presidente esteja sempre em foco e se mantenha em evidência. Ela é mais conhecida entre todos os candidatos, em todo o território nacional.
Em outubro os demais também serão mais conhecidos. Marina Silva concorreu nas eleições anteriores e tem o "recall" da campanha anterior, com uma imagem mais positiva do que negativa.
Aécio Neves e Eduardo Campos ainda não tem uma imagem formada junto à maioria dos eleitores. Para a maioria a relação é de empatia. E isso depende da imagem que é passada ao eleitor. E a contrapartida do eleitor em aceitar ou não essa imagem.
A eleição acabará sendo um concurso entre personagens. Personagens criadas pelo marketing político. Com todas as virtudes geradas pela sua campanha e com todas as falhas mostradas pelas campanhas adversárias.
Dilma conta com muito mais tempo, mas o seu carisma está em cheque. Os dois outros candidatos tem menos tempo, mas o suficiente para passar o seu carisma.
A capacidade de mostrar um carisma viral será o fator principal que decidirá as eleições.
As circunstâncias terão muito semelhança com a eleição de Collor. O PT, com o seu tempo maior na mídia tentará vincular a imagem de Eduardo Campos com a de Collor e mostrar que "deu no que deu". Pegará?
Os dados são representativos ou manipulados? As duas coisas. O resultado da amostra é verificável e correta. A manipulação está na composição da amostra. O nível de erro real é muito maior do que as indicadas, porque o universo é bastante diversificado.
Mas se a eleição fosse ontem, período da pesquisa, o resultado seria esse mesmo, ainda que com diferenças no percentual.
O que mudará entre a primeira quinzena de março com o primeiro domingo de outubro?
Em primeiro lugar as circunstâncias gerais: a economia brasileira não vai bem, mas segue contratando e o desemprego baixo. A carestia deu um pico, por conta da estiagem, mas a situação poderá está superada no segundo semestre e mais próxima da eleição, a sensação poderá ser de que ela foi vencida. O que importa não são os índices, mas a percepção nas compras e a comparação é sempre com ontem: hoje está mais caro ou mais barato que ontem?
Vai estar faltando energia? E água em São Paulo e em outros estados?
Se estiver faltando não adiantará por a culpa em São Pedro. A percepção maior será de incompetência governamental.
O povo irá querer continuidade, com melhoria continuada, ou quererá mudanças substanciais? A situação não será de bom ou ruim absoluta, mas de avaliação - mais emocional do que racional - entre o que se quer que continue e o que se quer que mude.
A mudança principal, no entanto, é na imagem dos candidatos. A propaganda oficial permite que a Presidente esteja sempre em foco e se mantenha em evidência. Ela é mais conhecida entre todos os candidatos, em todo o território nacional.
Em outubro os demais também serão mais conhecidos. Marina Silva concorreu nas eleições anteriores e tem o "recall" da campanha anterior, com uma imagem mais positiva do que negativa.
Aécio Neves e Eduardo Campos ainda não tem uma imagem formada junto à maioria dos eleitores. Para a maioria a relação é de empatia. E isso depende da imagem que é passada ao eleitor. E a contrapartida do eleitor em aceitar ou não essa imagem.
A eleição acabará sendo um concurso entre personagens. Personagens criadas pelo marketing político. Com todas as virtudes geradas pela sua campanha e com todas as falhas mostradas pelas campanhas adversárias.
Dilma conta com muito mais tempo, mas o seu carisma está em cheque. Os dois outros candidatos tem menos tempo, mas o suficiente para passar o seu carisma.
A capacidade de mostrar um carisma viral será o fator principal que decidirá as eleições.
As circunstâncias terão muito semelhança com a eleição de Collor. O PT, com o seu tempo maior na mídia tentará vincular a imagem de Eduardo Campos com a de Collor e mostrar que "deu no que deu". Pegará?
quinta-feira, 20 de março de 2014
Euforia e vaidade
O natural seria a abertura da Copa do Mundo da FIFA, de 2014, em Brasília, capital federal. A final poderia ser no Maracanã, por uma questão emocional: a desforra de 1950.
Mas assim que anunciada a homologação do Brasil como sede, os governadores de São Paulo, então José Serra, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acordaram em dividir abertura e final entre as duas cidades, sem combinar com os "russos", ou melhor com a FIFA.
A FIFA tinha outros planos e junto com a CBF, presidida por Ricardo Teixeira e o Governo Federal, então presidido por Lula ofereceram, com promessa de viabilidade financeira, um novo estádio para o Corinthians, o qual deveria receber a abertura. Este aceitou de bom grado, sem perceber que estava caindo no "conto do vigário". E criaram um enorme problema.
Agora a 90 dias da abertura fica mais claro que a solução mais razoável e econômica seria mesmo a abertura em Brasília ou no Rio de Janeiro, com São Paulo sediando um conjunto de seis jogos, inclusive semi-finais, mas sem a necessidade de um estádio com cerca de 70 mil lugares e todo um aparato utilizável apenas na Copa, mas de elevados custos. Mas o orgulho paulista não permitiu a transferência, quando ainda oportuna.
Sem a abertura o estádio paulista ser, perfeitamente o novo estádio do Corinthians, sem as arquibancadas temporárias e sem a necessidade de todas as estruturas complementares.
O Corinthians ganharia a sua tão sonhada sede própria, para mandar lá os seus jogos, com os benefícios proporcionados aos investimentos para a Copa, e sem os tremendos ônus que agora terá que carregar.
Mas, também sem a abertura, o estádio do Morumbi poderia servir. Para descartá-lo era preciso manter a condição de estádio da abertura, para o Itaquerão.
Agora, obrigado a gastar com as estruturas complementares para a FIFA fazer a festa, vencidas as ilusões, refeitas as contas, verifica-se o que já haviamos comentado aqui no blog: vão ser muitos, muitos anos de sacrifício para poder pagar o capital investido.
André Sanches fez contas simplistas e falsas. Só considerou as receitas brutas, sem deduzir os custos operacionais dos próprios jogos e os custos de manutenção, estimados em mais de um milhão de reais por mês. Fora os juros dos financiamentos e a remuneração do capital próprio.
O atual Vice-Presidente e diretor de marketing na ocasião do acerto para a construção do estádio, um renomado economista, que cedeu a sua competência e credibilidade para indicar a viabilidade, agora vem a público, para desmentir Sanches, mas assegurando que o clube terá recursos suficientes para amortizar os investimentos. Sem dúvida terá, mas não com recursos líquidos arrecadados com a utilização do estádio.
As contas se basearam em ilusões que não se concretizaram.
Mas assim que anunciada a homologação do Brasil como sede, os governadores de São Paulo, então José Serra, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acordaram em dividir abertura e final entre as duas cidades, sem combinar com os "russos", ou melhor com a FIFA.
A FIFA tinha outros planos e junto com a CBF, presidida por Ricardo Teixeira e o Governo Federal, então presidido por Lula ofereceram, com promessa de viabilidade financeira, um novo estádio para o Corinthians, o qual deveria receber a abertura. Este aceitou de bom grado, sem perceber que estava caindo no "conto do vigário". E criaram um enorme problema.
Agora a 90 dias da abertura fica mais claro que a solução mais razoável e econômica seria mesmo a abertura em Brasília ou no Rio de Janeiro, com São Paulo sediando um conjunto de seis jogos, inclusive semi-finais, mas sem a necessidade de um estádio com cerca de 70 mil lugares e todo um aparato utilizável apenas na Copa, mas de elevados custos. Mas o orgulho paulista não permitiu a transferência, quando ainda oportuna.
Sem a abertura o estádio paulista ser, perfeitamente o novo estádio do Corinthians, sem as arquibancadas temporárias e sem a necessidade de todas as estruturas complementares.
O Corinthians ganharia a sua tão sonhada sede própria, para mandar lá os seus jogos, com os benefícios proporcionados aos investimentos para a Copa, e sem os tremendos ônus que agora terá que carregar.
Mas, também sem a abertura, o estádio do Morumbi poderia servir. Para descartá-lo era preciso manter a condição de estádio da abertura, para o Itaquerão.
Agora, obrigado a gastar com as estruturas complementares para a FIFA fazer a festa, vencidas as ilusões, refeitas as contas, verifica-se o que já haviamos comentado aqui no blog: vão ser muitos, muitos anos de sacrifício para poder pagar o capital investido.
André Sanches fez contas simplistas e falsas. Só considerou as receitas brutas, sem deduzir os custos operacionais dos próprios jogos e os custos de manutenção, estimados em mais de um milhão de reais por mês. Fora os juros dos financiamentos e a remuneração do capital próprio.
O atual Vice-Presidente e diretor de marketing na ocasião do acerto para a construção do estádio, um renomado economista, que cedeu a sua competência e credibilidade para indicar a viabilidade, agora vem a público, para desmentir Sanches, mas assegurando que o clube terá recursos suficientes para amortizar os investimentos. Sem dúvida terá, mas não com recursos líquidos arrecadados com a utilização do estádio.
As contas se basearam em ilusões que não se concretizaram.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Corredor de ônibus não é solução
O Prefeito de São Paulo conseguiu que a sua base própria mais a aliada aprovasse o projeto de implantação de 150 km. de corredores de ônibus, dentro da modalidade BRT (Bus Rapid Transit), justificando que irá melhorar a mobilidade urbana. Irá, mas provavelmente por um custo muito elevado, econômico e social, para um benefício reduzido.
Ele, como muitos dos especialistas e outros dentro da sociedade, entendem que a solução para a mobilidade urbana está na substituição do transporte individual pelo coletivo. Vã esperança ou ilusão. As viagens da população urbana em São Paulo, por meio individual continuam crescendo mais do que as por meio de ônibus. E os congestionamentos ainda piorando.
A questão da mobilidade urbana não se resume na contraposição entre modo individual x coletivo, mas é muito mais complexa.
O foco deve ser o deslocamento das pessoas e essa se faz sempre de forma multimodal, com integração entre modos, O transporte individual pode propiciar um deslocamento quase que unimodal, mas mesmos nas pontas, o cidadão completa o seu percurso a pé. Com a verticalização, ele pode completar o seu trajeto com o uso de um meio coletivo, não considerado, na OD como em outras pesquisas e na composição dos modos de transporte: o elevador. Os baianos contam, há muito tempo, com esse modo de transporte coletivo. A diferença é que o Elevador Lacerda é público, mas a maior parte da locomoção vertical é privada.
O modo coletivo só excepcionalmente propicia o deslocamento unimodal. Principalmente o modo de transporte de massa ou de grande capacidade de transporte que só atende a percursos estruturais. O uso do transporte coletivo é predominantemente multimodal. E o povo, em todos os níveis não gosta de mudar de modo de transporte.
A menos de transbordo em terminais de ponta, o usuário do transporte coletivo sempre acha - ainda que não seja verdade - que a segunda condução vai estar mais cheia e pior que a primeira. Ele prefere fazer trajetos mais longos e enfrentar congestionamentos do que mudar de modo.
A maior velocidade dos ônibus não é percebida como um vantagem para quem tem que fazer transbordos.
Há ademais uma contradição: os corredores devem carregar mais passageiros e, veículos cheios são percebidos, pelos usuários, como má qualidade. O principal indicador de qualidade do transporte coletivo, para quem tem opção é o conforto da viagem. Para reduzir a lotação o operador tem que colocar mais veículos, reduzir os tempos de espera, o que eleva os custos, sem ganhos adicionais de receita operacional. O operador privado prefere manter um volume menor, maior lotação, o que lhe proporciona melhores resultados econômicos. Para evitar isso, a favor do passageiro a Prefeitura tem que aumentar os subsídios.
Diante o aumento de gastos da Prefeitura com o transporte coletivo, cabe indagar se essa é a melhor solução para reduzir os congestionamentos?
(continua)
Ele, como muitos dos especialistas e outros dentro da sociedade, entendem que a solução para a mobilidade urbana está na substituição do transporte individual pelo coletivo. Vã esperança ou ilusão. As viagens da população urbana em São Paulo, por meio individual continuam crescendo mais do que as por meio de ônibus. E os congestionamentos ainda piorando.
A questão da mobilidade urbana não se resume na contraposição entre modo individual x coletivo, mas é muito mais complexa.
O foco deve ser o deslocamento das pessoas e essa se faz sempre de forma multimodal, com integração entre modos, O transporte individual pode propiciar um deslocamento quase que unimodal, mas mesmos nas pontas, o cidadão completa o seu percurso a pé. Com a verticalização, ele pode completar o seu trajeto com o uso de um meio coletivo, não considerado, na OD como em outras pesquisas e na composição dos modos de transporte: o elevador. Os baianos contam, há muito tempo, com esse modo de transporte coletivo. A diferença é que o Elevador Lacerda é público, mas a maior parte da locomoção vertical é privada.
O modo coletivo só excepcionalmente propicia o deslocamento unimodal. Principalmente o modo de transporte de massa ou de grande capacidade de transporte que só atende a percursos estruturais. O uso do transporte coletivo é predominantemente multimodal. E o povo, em todos os níveis não gosta de mudar de modo de transporte.
A menos de transbordo em terminais de ponta, o usuário do transporte coletivo sempre acha - ainda que não seja verdade - que a segunda condução vai estar mais cheia e pior que a primeira. Ele prefere fazer trajetos mais longos e enfrentar congestionamentos do que mudar de modo.
A maior velocidade dos ônibus não é percebida como um vantagem para quem tem que fazer transbordos.
Há ademais uma contradição: os corredores devem carregar mais passageiros e, veículos cheios são percebidos, pelos usuários, como má qualidade. O principal indicador de qualidade do transporte coletivo, para quem tem opção é o conforto da viagem. Para reduzir a lotação o operador tem que colocar mais veículos, reduzir os tempos de espera, o que eleva os custos, sem ganhos adicionais de receita operacional. O operador privado prefere manter um volume menor, maior lotação, o que lhe proporciona melhores resultados econômicos. Para evitar isso, a favor do passageiro a Prefeitura tem que aumentar os subsídios.
Diante o aumento de gastos da Prefeitura com o transporte coletivo, cabe indagar se essa é a melhor solução para reduzir os congestionamentos?
(continua)
Vai ficar pronto?
O estádio do Corinthians vai. O da FIFA, quem sabe?
Ontem estive em visita ao Itaquerão. O que vi, confirma o avaliado aqui, anteriormente, baseado em informações divulgadas pela imprensa.
Em 15 de abril, a Construtora Norberto Odebrecht, convocada para construir o estádio vai entregar a obra. Deveria ter entregue até 31 de dezembro de 2013, mas o acidente com uma das estruturas da cobertura atrasou a obra. Acidente providencial, porque muitas das partes internas que deveriam estar prontas e não foram afetadas pelo acidente ainda estão inacabadas. Mesmo que não tivesse ocorrido o acidente a obra não teria sido entregue pronta, no dia aprazado.
O gramado está lindo, a maior parte das cadeiras já está instalada. Numa vista panorâmica aparentemente só faltariam completar as arquibancadas provisórias e o entorno do próprio estádio. Era o que eu achava. Mas na visita percebi que falta muito mais. Toda parte das obras de engenharia (civil, elétrica, instalações, etc) internas estão praticamente prontas, mas sem o mobiliário.
É aquela situação em que você compra o imóvel para morar, recebe as chaves da construtora e precisa mobiliar.
Não há nenhum móvel ou equipamento nos vestiários, banheiros, salas de massagem, etc. Não há condições para os jogadores, juizes e outros se trocarem e se prepararem para entrar em campo. Com a realização do jogo treino, achei que essa parte já estaria pronta. Mas agora ficou a dúvida: os jogadores depois do treino foram para o chuveiro dos operários ou tiveram que pegar o ônibus, suados, para irem se trocar no CT ou no Parque São Jorge?
O apartamento está pronto, mas não dá ainda para morar.
O mobiliário é de responsabilidade do Corinthians, que ainda não disse quando vai colocar. A preocupação maior seria com as estruturas complementares, mas falta o essencial para ter jogos.
Colocados os móveis e equipamentos o Corinthians poderá receber o Flamengo no dia 27 de abril, pelo Campeonato Brasileiro, como agora anunciado, mas sem lotação total e, sem os camarotes: um outro problema.
A construtora vai completar as obras e entregá-las em bruto para a FIFA. A ela caberá mobiliar a seu gosto. Mas ai há ainda uma pendência: quem irá pagar esse mobiliário?
Além disso, há o problema do prazo: a obra vai ser entregue à FIFA em 15 de abril e ela terá um tempo exíguo até o dia da abertura para adquirir e instalar todo o mobiliário.
As obras para o público deverão ficar todas prontas. Algumas poderão estar sem o acabamento final, mas um provisório e sem todo o mobiliário. Mas nada será tranquilo, com negociações e acertos sucessivos sobre quem vai pagar o que?
A pendência maior será sobre a área de hospitalidade, para a qual a disponibilidade de área é reduzida. A responsabilidade pela montagem das tendas já ficou definida: é do Corinthians. Mas esse vai tentar negociar o volume e os complementos. Quantas menos tendas, um gasto menor. O caixa do Corinthians está baixo e o financiamento do BNDES/Caixa só está na placa: o dinheiro ainda não chegou.
De quem será a responsabilidade pelo mobiliário das áreas de hospitalidade?
Como anotamos anteriormente, o Itaquerão vai ficar pronto: do jeitinho brasileiro. E não sem grande sofrimento e desgaste. O que não puder ficar pronto, não ficará. O jeito será se virar com o que ficar.
Ontem estive em visita ao Itaquerão. O que vi, confirma o avaliado aqui, anteriormente, baseado em informações divulgadas pela imprensa.
Em 15 de abril, a Construtora Norberto Odebrecht, convocada para construir o estádio vai entregar a obra. Deveria ter entregue até 31 de dezembro de 2013, mas o acidente com uma das estruturas da cobertura atrasou a obra. Acidente providencial, porque muitas das partes internas que deveriam estar prontas e não foram afetadas pelo acidente ainda estão inacabadas. Mesmo que não tivesse ocorrido o acidente a obra não teria sido entregue pronta, no dia aprazado.
Rodrigo Prada |
É aquela situação em que você compra o imóvel para morar, recebe as chaves da construtora e precisa mobiliar.
Não há nenhum móvel ou equipamento nos vestiários, banheiros, salas de massagem, etc. Não há condições para os jogadores, juizes e outros se trocarem e se prepararem para entrar em campo. Com a realização do jogo treino, achei que essa parte já estaria pronta. Mas agora ficou a dúvida: os jogadores depois do treino foram para o chuveiro dos operários ou tiveram que pegar o ônibus, suados, para irem se trocar no CT ou no Parque São Jorge?
O apartamento está pronto, mas não dá ainda para morar.
O mobiliário é de responsabilidade do Corinthians, que ainda não disse quando vai colocar. A preocupação maior seria com as estruturas complementares, mas falta o essencial para ter jogos.
Colocados os móveis e equipamentos o Corinthians poderá receber o Flamengo no dia 27 de abril, pelo Campeonato Brasileiro, como agora anunciado, mas sem lotação total e, sem os camarotes: um outro problema.
A construtora vai completar as obras e entregá-las em bruto para a FIFA. A ela caberá mobiliar a seu gosto. Mas ai há ainda uma pendência: quem irá pagar esse mobiliário?
Além disso, há o problema do prazo: a obra vai ser entregue à FIFA em 15 de abril e ela terá um tempo exíguo até o dia da abertura para adquirir e instalar todo o mobiliário.
As obras para o público deverão ficar todas prontas. Algumas poderão estar sem o acabamento final, mas um provisório e sem todo o mobiliário. Mas nada será tranquilo, com negociações e acertos sucessivos sobre quem vai pagar o que?
A pendência maior será sobre a área de hospitalidade, para a qual a disponibilidade de área é reduzida. A responsabilidade pela montagem das tendas já ficou definida: é do Corinthians. Mas esse vai tentar negociar o volume e os complementos. Quantas menos tendas, um gasto menor. O caixa do Corinthians está baixo e o financiamento do BNDES/Caixa só está na placa: o dinheiro ainda não chegou.
De quem será a responsabilidade pelo mobiliário das áreas de hospitalidade?
Como anotamos anteriormente, o Itaquerão vai ficar pronto: do jeitinho brasileiro. E não sem grande sofrimento e desgaste. O que não puder ficar pronto, não ficará. O jeito será se virar com o que ficar.
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