Marina Silva é a personificação do novo Brasil, reclamado pela turma de junho de 2013.
A turma de junho de 2013 é formada por aqueles que foram às ruas das principais cidades brasileiras em junho de 2013, para pedir mudanças: uma nova política, um novo Brasil. Sem clareza do que seria a menos de que deveria ser diferente do atual.
Essa turma não se formou em junho de 2013. Ou, ao contrário, dentro de uma perspectiva escolar, ingressou há anos atrás, manifestou-se em outubro de 2010, sufragando 20 milhões de votos em Marina Silva e colou grau em junho de 2013, ou seja, formou-se nessa ocasião.
Foi uma mobilização espontânea, desencadeada por um pequeno grupo de jovens a favor de uma tese de Luiza Erundina, agora a coordenadora geral da campanha de Marina Silva: a tarifa zero para os transportes coletivos. A ocasião era propícia. Os governos haviam acabado de aumentar as tarifas dos ônibus e do metrô.
Não foi conduzida por um líder, tampouco a turma elegeu um líder. Marina Silva sempre pairou com uma potencial personificação das reivindicações da turma, agora tornada concreta, como candidata competitiva à Presidência da República.
A turma é constituida, predominantemente por jovens de classe média, estudantes, sem renda própria, vivendo em grande cidades, com uma visão de mundo baseada nos problemas reais vividos, mas a maior parte em função do noticiário da mídia e do imaginário gerado pelos grande temas da humanidade.
Os problemas reais que os afetam diretamente são a educação, segundo a perspectiva de estudantes, em geral, insatisfeitos com a educação que receberam ou estão recebendo, o transporte coletivo urbano, o seu principal meio de deslocamento urbano, a (i)mobilidade urbana, e a violência urbana. Esses impactos são mais generalizados e afetam a todos, indiscriminadamente.
Grande parte é usuária dos planos de saude privado, conhecem as deficiências e os problemas, mas os maiores problemas da saúde - que é a saúde pública - são percebidos por testemunhos e pela mídia. Tem uma imagem negativa, pelo mau atendimento aos outros.
Da mesma forma, uma grande parte, não tem contacto direto com a pobreza urbana que se concentra em regiões centrais, onde ficam os sem-teto e nas favelas, vistas de longe, na passagem.
Percebem os problemas, sentem a necessidade de soluções, mas não os vivem diretamente. Mas esse núcleo central dos mudancista, tem os jovens pobres (e outros não tão jovens) que vivem essa realidade e aderem aos movimentos.
A visão de mundo dessa turma de junho de 2013 é fortemente influenciada pelo imaginário ambiental, tanto as mudanças climáticas como a preservação da flora e fauna natural.
Eles acreditam que o homem é causador das mudanças climáticas e também - mudando de comportamento - terão condições de contê-las. Entre as demonstrações científicas dos catastrofistas ambientais e dos céticos, preferem acreditar nos primeiros e se engajam nos movimentos ambientalistas.
A preservação da flora e da fauna tem dois grandes símbolos: as florestas naturais, particularmente a Amazônica, que deveriam ser preservadas a qualquer custo, e a baleia. Essa destronou o mico leão dourado, que foi o grande símbolo anterior.
Há ainda a defesa dos povos indígenas. Mas estes são um outro capítulo.
Adotam uma visão unilateral e próxima ao fundamentalismo, ou seja, avessa ao diálogo, baseado em certeza absolutas. Não lhes importa se as posições que defendem comprometam o crescimento econômico ou coloquem em risco o suprimento de água ou de eletricidade.
Ou que a implantação de certas medidas defendidas, como a tarifa zero, possa implicar em aumento da carga tributária ou sacrificio de outros programas. O fundamentalismo não aceita a visão holística.
Uma das idéias correntes da turma de junho de 2013 é que combatendo a corrupção, sobrarão recursos públicos para viabilizar todos os programas e ações defendidas.
As idéias são sedutoras e conseguem a adesão de muitos outros que poderão levar à vitória de Marina Silva, em outubro de 2014.
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