O eleitorado reagiu de acordo com o esperado pelos analistas.
Marina Silva herda os votos de Eduardo Campos e soma os dos descontentes que ainda não haviam aderido a Campos. A ironia do destino é que com a sua morte e o que se seguiu, Campos se tornou conhecido e teria os votos desses descontentes.
Ao conquistar os votos até então inválidos, Marina leva a disputa para o segundo turno e venceria Dilma. Confirmando os temores dos petistas.
Ela ganha os votos de Aécio e de todos os "anti-Dilma", no segundo turno. Já Aécio não ganha todos os votos de Marina, com muitos retornando a favor de Dilma, como ocorreu em 2010.
Neste quadro, se a eleições fossem nesse último domingo, dia 17 de agosto, sob forte comoção emocional, a disputa iria para o segundo turno, no qual Marina Silva sairia vencedora.
Mas as eleições só são em outubro e na quinta feira começa efetivamente o horário obrigatório na TV e rádio para a disputa eleitoral. O primeiro dia será de homenagens a Eduardo Campos. O segundo dia será das disputas regionais, ainda muito tomado pelas homenagens a Eduardo Campos. As estratégias efetivas começarão mesmo na quinta feira.
O PT, por sua natureza, irá tentar desconstruir Marina Silva. Dilma tentará um caminho mais positivo, tentando mostrar o que fez durante o seu mandato e os avanços dos 12 anos do petismo no governo, ainda se contrapondo aos 8 do PSDB. Mas não impedirá todo um conjunto de ataques à Marina, principalmente através dos partidos aliados.
Uma estratégia provável é que ela, a candidata, siga no caminho original, mostrando o que fez e atacando diretamente o PSDB e Aécio. Os ataques a Marina ficariam a cargo dos demais partidos.
Ela precisa assegurar, pelo menos, metade dos votos dos eleitores de Marina no segundo turno, como conseguiu em 2010.
Aécio tem uma tarefa mais difícil. De um lado não pode deixar ser superado por Marina, ficando fora do segundo turno. De outro, se for para o segundo turno, vai precisar dos votos dos eleitores de Marina.
Ele precisará sair de uma posição mais "acomodada" para ser mais assertivo. Precisará se mostrar como um candidato de oposição mais confiável para conduzir o Brasil do que a messiânica Marina Silva, agora reforçada com um santo: São Eduardo.
As suas alternativas estratégicas requerem muito cuidado, para se manter na disputa.
Nesse novo cenário não se pode desprezar o elemento Pastor Everaldo. Ele tinha o papel de evitar o segundo turno, validando os votos dos evangélicos desesperançados com a política. Ele poderá tanto, ser "atropelado" por Marina Silva como tirar votos dela. São relativamente poucos, porém numa disputa mais acirrada entre Aécio e Marina pela ida para o segundo turno, poderá ser relevante. O mais provável é a primeira hipótese e ele volte ao quadro dos nanicos, sem cobertura privilegiada pela Rede Globo.
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