quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Alternativas para a indústria brasileira

A indústria brasileira - diante das transformações da economia mundial - tem três opções básicas: 

  1. ficar voltada predominantemente (ou quase totalmente) para o mercado interno, com um pequeno volume de exportações para o Mercosul ou outro acordo regional, como com o México; 
  2. integrar-se dentro das cadeias produtivas globais, produzindo peças e partes para suprimento do mercado mundial, incluindo o nacional;
  3. desenvolver-se como cadeia produtiva nacional de produtos competitivos por fatores diferenciados para suprimento mundial, o que significa exportações em grande escala.
A primeira é retomar o modelo da industrialização brasileira substitutiva de importações, que se esgotou quando foi promovida a abertura da economia. Embora essa tenha ocorrido no início dos anos 90 a indústria brasileira, vinha resistindo à concorrência dos produtos importados, mas essa resistência foi esmaecendo perdendo sucessivas posições dentro do próprio mercado nacional. 
Uma alternativa intermediária, que já está ocorrendo na realidade, é a integração da empresa industrial brasileira, se integrando na cadeias produtivas globais, mantendo as suas marcas e produzindo em outros paises, principalmente, na China, para suprimento do mercado brasileiro.
Ou seja, o mercado nacional continuará sendo suprido pelas suas tradicionais marcas brasileiras, mas com os produtos fabricados no exterior e redução ou até eliminação da transformação industrial no Brasil.

O segundo modelo envolve também algumas sub-alternativas: a primeira compreende a fabricação de produtos intermediários que vão ser finalizados em outros países. São plantas voltadas para exportação, como as produtoras de placas de aço  para serem transformadas por subsidiárias da própria empresa ou grupo no exterior. Algumas delas não se consolidaram, sendo o modelo abandonado.
A segunda sub-alternativa é a mais usual dentro da globalização, com a escolha do Brasil como plataforma de exportação pelas transnacionais com a sua cadeia produtiva em todo o mundo.  As primeiras plataformas criadas ainda nos anos sessenta, como de calçados e têxteis não aguentaram a concorrência asiática, com as empresas fechando ou se voltando apenas para o mercado interno. O Brasil ainda conta com algumas indústrias inseridas nas cadeias produtivas de jeans de grife, assim como de tênis de marcas mundiais. 
A politica industrial brasileira tradicionalmente foi contra esse modelo e agora quando essa oposição enfraqueceu, a indústria brasileira se encontra tecnologicamente defasada para disputar os mercados mundiais, deixando de ser atrativo para transnacionais para instalação de plataformas de exportação.

O terceiro modelo seria desenvolvido por empresas de origem brasileiras tornando-se grandes produtores e exportadores de produtos com maior agregação de valor dentro do país. Esse é o modelo mais desejado, mas de pouca efetivação na prática. 
Dentro desse modelo há um caso atípico que é a EMBRAER, sempre apontada como paradigma. É uma multinacional de origem brasileira que adota o modelo típico da globalização, desenvolvendo a engenharia e fazendo no país a montagem final, com grande parte das peças importadas de diversos paises. Não há, no país, nenhuma outra empresa que siga com sucesso o mesmo modelo.











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